Ema caminhava pelos corredores escuros da abadia que dividiam os herdeiros e os membros comuns das matilhas. O monge seguia na sua frente e vez ou outra olhava para trás com olhar desconfiado.
Ema estava tão furioso que alguém que atreveu a machucar alguém da sua alcateia que ela quase não se controlou e matou aquele homem a sua frente. Precisou invocar a lembrança de sua família para não cometer uma loucura sem volta.
Após chegarem a uma porta enorme feita de uma madeira bem pesada, o monge bateu rês vezes e imediatamente ela se abriu. Dois guardas estavam ali e arregalaram os olhos ao verem Ema.
- Reuna a alcatéia Hunt no grande salão, disse o monge a um dos guardas.
- Eles já estão lá senhor, disse o jovem guarda.
O monge olhou para Ema que não demonstrou qualquer reação e então ambos seguiram para o local onde todos estavam. Cada passo a frente, Ema podia sentir os cheiros familiares de seus amigos e seu coração pulsava forte.
Ao chegarem Ema foi recepcionada com o abraço caloroso das moças e os olhares e reverências dos moços. Ian estava mais ao fundo a observando de braços cruzados. Olhou mais ao redor, mas não encontrou Henry.
- Estou tão feliz em ver todos vocês, disse Ema, mas infelizmente não sob boas circunstâncias. Eu sinto dizer que Roni foi vitima de uma vingança contra mim.
- Contra nós, você quer dizer, disse Ian se aproximando, somos uma família, se alguém atingir você atinge a todos nós.
Ema sorriu e assentiu com a cabeça.
- Sim, nossa alcatéia é muito poderosa e temida por todos, ela disse olhando para o monge que ouvia tudo, mas ás vezes o medo faz coisas tolas, e essa pessoa vai pagar por isso, vai pagar caro.
Todos estavam sérios e concordando com a cabeça. Qualquer ordem que Ema desse naquele instante, todos obedeceriam, sem exitar.
- Quero que permaneçam atentos e cuidadosos, e qualquer coisa peçam para falar comigo e serão atendidos, não é mesmo monge?
Todos se viraram para o velho que os observava tenso. Seu corpo enrijeceu e sua postura mudou. Medo, pensou Ema, o medo fazia isso com as pessoas.
- Simm, digo, dentro do possível, claro. Ele respondeu.
- Muito bem, disse Ema, meu pai ficará feliz em saber que somos bem tratados aqui, ainda mais agora que um dos seus membros fora ferido sob a proteção da abadia.
Ema se despediu de todos e chamou Ian.
- Oi, ela disse lhe abraçando, é muito bom te ver.
Ian a apertou um pouco mais que o necessário e inspirou o cheiro que vinha dos seus cabelos.
- Faz muito tempo não é?
-Sim, tempo demais. Como você está?
- Ah, ele disse após um longo suspiro, as coisas estão bem intensas por aqui.
- Onde está o pequeno Roni?
Ian levou Ema ao quarto que Roni dividia com Henry e sentiu seu coração despedaçado ao vê-lo encolhido na cama escondendo o braço com a mão amputada embaixo da coberta. Ao vê-la ele tentou se levantar mas Ema se adiantou e sentou-se ao seu lado.
-- Não precisa fazer isso Roni, está tudo bem.
Ele não respondeu, mas continuou em silêncio.
- Eu sinto muito pelo que aconteceu, eu nem sei o que te dizer, apenas que Cameron pagará caro por isso.
- Cameron? disse ele confuso, não foi o herdeiro Fraser que fez isso.
- Não? disse Ema olhando confusa para Ian que imediatamente se aproximou, quem foi então?
- Foi um dos monges. ele disse antes de me atacar com o machado " Em nome de Duncan Black". Ele achou que eu era Henry e mirou em meu peito, mas quando me virei se assustou e acertou minha mão quando tentei para-lo. Então saiu correndo.
Ema estava confusa, realmente confusa. Duncan Black foi inimigo de seu avô e lutaram pela alcateia Hunt, mas quando perdeu e quase todos os seus soldados morreram ele fugiu e nunca mais foi encontrado. Não fazia sentido isso agora.
Ema olhou para Ian que também estava confuso e disse já sentindo seu coração gelar:
- Onde está Henry?
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A Alfa
WeerwolfEma Hunt é filha do alfa mais importante da história dos lobos. Isso, por si só não é algo comum, porém, ela é a primogênita e já nasceu loba, algo totalmente inédito na linhagem dos licantropos. Mesmo sendo muito talentosa e uma ótima guerreira...