Capítulo 32

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Ema caminhava pelos corredores escuros da abadia que dividiam os herdeiros e os membros comuns das matilhas. O monge seguia na sua frente e vez ou outra olhava para trás com olhar desconfiado. 

Ema estava tão furioso que alguém que atreveu a machucar alguém da sua alcateia que ela quase não se controlou e matou aquele homem a sua frente. Precisou invocar a lembrança de sua família para não cometer uma loucura sem volta.

Após chegarem a uma porta enorme feita de uma madeira bem pesada, o monge bateu rês vezes e imediatamente ela se abriu. Dois guardas estavam ali e arregalaram os olhos ao verem Ema.

- Reuna a alcatéia Hunt no grande salão, disse o monge a um dos guardas.

- Eles já estão lá senhor, disse o jovem guarda.

O monge olhou para Ema que não demonstrou qualquer reação e então ambos seguiram para o local onde todos estavam. Cada passo a frente, Ema podia sentir os cheiros familiares de seus amigos e seu coração pulsava forte.

Ao chegarem Ema foi recepcionada com o abraço caloroso das moças e os olhares e reverências dos moços. Ian estava mais ao fundo a observando de braços cruzados. Olhou mais ao redor, mas não encontrou Henry.

- Estou tão feliz em ver todos vocês, disse Ema, mas infelizmente não sob boas circunstâncias. Eu sinto dizer que Roni foi vitima de uma vingança contra mim.

- Contra nós, você quer dizer, disse Ian se aproximando, somos uma família, se alguém atingir você atinge a todos nós.

Ema sorriu e assentiu com a cabeça.

- Sim, nossa alcatéia é muito poderosa e temida por todos, ela disse olhando para o monge que ouvia tudo, mas ás vezes o medo faz coisas tolas, e essa pessoa vai pagar por isso, vai pagar caro.

Todos estavam sérios e concordando com a cabeça. Qualquer ordem que Ema desse naquele instante, todos obedeceriam, sem exitar.

- Quero que permaneçam atentos e cuidadosos, e qualquer coisa peçam para falar comigo e serão atendidos, não é mesmo monge?

Todos se viraram para o velho que os observava tenso. Seu corpo enrijeceu e sua postura mudou. Medo, pensou Ema, o medo fazia isso com as pessoas.

- Simm, digo, dentro do possível, claro. Ele respondeu.

- Muito bem, disse Ema, meu pai ficará feliz em saber que somos bem tratados aqui, ainda mais agora que um dos seus membros fora ferido sob a proteção da abadia.

Ema se despediu de todos e chamou Ian.

- Oi, ela disse lhe abraçando, é muito bom te ver.

Ian a apertou um pouco mais que o necessário e inspirou o cheiro que vinha dos seus cabelos.

- Faz muito tempo não é?

-Sim, tempo demais. Como você está?

- Ah, ele disse após um longo suspiro, as coisas estão bem intensas por aqui.

- Onde está o pequeno Roni?

Ian levou Ema ao quarto que Roni dividia com Henry e sentiu seu coração despedaçado ao vê-lo encolhido na cama escondendo o braço com a mão amputada embaixo da coberta. Ao vê-la ele tentou se levantar mas Ema se adiantou e sentou-se ao seu lado.

-- Não precisa fazer isso Roni, está tudo bem.

Ele não respondeu, mas continuou em silêncio.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu, eu nem sei o que te dizer, apenas que Cameron pagará caro por isso.

- Cameron? disse ele confuso, não foi o herdeiro Fraser que fez isso.

- Não? disse Ema olhando confusa para Ian que imediatamente se aproximou, quem foi então?

- Foi um dos monges. ele disse antes de me atacar com o machado " Em nome de Duncan Black". Ele achou que eu era Henry e mirou em meu peito, mas quando me virei se assustou e acertou minha mão quando tentei para-lo. Então saiu correndo.

Ema estava confusa, realmente confusa. Duncan Black foi inimigo de seu avô e lutaram pela alcateia Hunt, mas quando perdeu e quase todos os seus soldados morreram ele fugiu e nunca mais foi encontrado. Não fazia sentido isso agora.

Ema olhou para Ian que também estava confuso e disse já sentindo seu coração gelar:

- Onde está Henry?

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