Capítulo 31

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Os treinamentos estavam cada vez mais pesados para os membros das alcateias. Nos últimos dias henry ia se deitar exausto todas as noites, mas naquela em especial estava de guarda e não poderia se distrair. 

Sentia todo seu corpo alerta para alguma ameaça, Sabia que era impossível ali, mas tudo fazia parte do treinamento. Passou a noite observando as estrelas, como fazia com Ema quando estavam em casa. Seus pensamentos foram interrompidos quase no nascer do dia com um grito ensurdecedor nos alojamentos. Olhou para os outros dois guardas ao seu lado e saiu correndo em direção a comoção que acontecia nos alojamentos de sua alcateia.

Seu coração estava disparado e imediatamente embainhou sua espada. Seguiu os gritos e chegou em seu quarto. O pequeno Roni gritava de dor enquanto Ian enrolava um pano na sua mão. Henry olhou para o lado e um machado estava caído bem ao lado da mão decepada do jovem.

- O que aconteceu/ disse Henry se abaixando ao lado de Ian e segurando Roni para que ele pudesse estancar o sangue que jorrava.

- Não sei, disse Ian seriamente, ouvi o grito e quando cheguei ele já estava assim.

Dois monges chegaram no quarto e ao verem a cena ficaram pálidos. Um dos homens saiu do quarto e vomitou no corredor.

- Chamem um curandeiro, disse Henry num grito. O monge saiu do seu transe e correu porta a fora. Após alguns minutos o curandeiro entrou no quarto e foi examinar o garoto que agora estava inconsciente pela dor.

O curandeiro magricela deu um liquido a Roni quando ele recobrou a consciência e ele adormeceu em seguida. Ian e Henry o colocaram na cama e sairam a pedido do homem.

- Não ouvi nada nos corredores Henry, você viu alguém nas muralhas?

- Não disse Henry andando inquieto e passando a mão pelo cabelo. De repente se lembrou da passagem que usou para ver Ema e foi em sua direção seguido por Ian. Uma mancha de sangue estava na entrada e Henry a abriu vendo o caminho iluminado por tochas, mostrando que alguém passara por ali recentemente.

- O que é isso? perguntou Ian confuso.

- É uma passagem secreta que leva ao prédio dos herdeiros dos alfas.

- Você já usou?

- Sim ele disse, uma vez.

- Você viu Ema e não me contou, falou Ian. Estamos a um ano nesse inferno e eu louco de preocupação e você não me disse que a viu.

Henry encarou o homem a sua frente com ira, como se ele tivesse algum poder sobre Ema, mas podia entende-lo, e naquele momento não poderia discutir com seu maior aliado.

- Sinto muito Ian, não se repetirá. Mas agora temos outras coisas a nos preocupar, não acha?

Ian respirou profundamente e concordou com a cabeça. Decidiram que Henry seguiria o rastro deixado e Ian ficaria com Roni e acalmaria todos da alcateia. 

- O desgraçado que fez isso não sairá impune, disse Henry antes de entrar na passagem e sumir de vista.



Ema andava de um lado para o outro no seu quarto. Estava dormindo quando pensou ter ouvido um grito. Perguntou para um dos monges que negou ter ouvido qualquer coisa.

Talvez estivesse louca, mas algo não estava certo. Será que deveria usar a passagem secreta e ver como todos estavam?

Alguém bateu a porta de seu quarto e ela se sobressaltou. Pegou sua adaga e foi abrir.

- Henry, ela disse o puxando para dentro do quarto, meu Deus você está ferido? Ela começou a apalpa-lo ao ver o sangue em sua roupa.

- Não, ele falou segurando suas mãos, esse sangue não é meu.

- De quem é então? o que está acontecendo?

Henry se afastou um pouco e passou a mão pelo cabelo, ele sempre fazia isso quando estava nervoso, pensou Ema.

- É do pequeno Roni, ele falou. Alguém entrou no quarto e decepou sua mão com um machado. Segui o rastro até aqui, mas perdi.

Ema deixou a adaga cair e levou as mãos a boca para conter seu grito. Não podia acreditar que Cameron teve a coragem de fazer aquilo. Sentiu os braços de Henry ao seu redor mas ela só queria encontrar aquele desgraçado e mata-lo.

- Foi culpa minha Henry, você me avisou que todos queriam minha cabeça aqui.

- Ei, ele falou erguendo seu queixo, do que você está falando?

- Cameron Fraser perdeu outra luta para mim, Ele achou que eu não conseguiria usar um machado e me desafiou. Ele me avisou que faria algo, eu deveria saber...

- Não foi culpa sua Ema, nunca diga isso. Acalme-se. vamos resolver.

- Eu quero falar com a alcateia, ela disse, reúna todos Henry.

- Ema, é perigoso.

- Não se preocupe, vou pela porta da frente, apenas reúna todos. 

Henry concordou com a cabeça e saiu do quarto em silêncio. Ema estava estranha, viu em seu olhar ódio, e isso era perigoso.


Ema se trocou e foi falar com o monge invadindo seu quarto sem ser anunciada. O homem que deveria viver na pobreza dormia em um quarto muito  maior que o dela, com uma cama digna de um rei. Ao ve-la saiu da cama assustado.

- Senhorita Hunt, que ousadia é essa de invadir meu quarto. A senhoria será punida...

As palavras do homem sumiram quando ele viu a adaga na mão de Ema.

- Não estou com paciência para tolices, quero falar com a minha alcateia agora.

- Mas, mas sabe que não pode e ...

Ela se aproximou com um olhar raivoso e apontou a adaga para o pescoço do homem.

- Um dos meus irmãos foi ferido sob sua responsabilidade. Quero acalmar a todos e ver como ele está, agora.

- Como sabe disso, ele falou gaguejando?

- Já disse que estou sem paciência senhor, ela falou aproximando mais um pouco a adaga de seu pescoço.

- Alguns se ferem senhorita, é normal... Ela apertou mais um pouco a lâmina mostrando sua impaciência.

- Está bem, está bem. Nesse caso abrirei uma exceção, ele falou pressionando o lugar onde antes a lâmina de Ema estava.


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