Capítulo 45

26 5 5
                                    

Ema descansava em seu quarto olhando para o teto. Apesar de conseguir mentir bem seu corpo estava dilacerado, não poderia descrever de outra forma como sentia-se nos últimos meses. A traição de Henry simplesmente a matou e não conseguia ser forte o suficiente para esquece-lo.

Muitas vezes ouvia sua voz chamando seu nome e sonhava com os beijos que trocaram. Fechou os olhos e por um instante sentiu seu cheiro invadir o quarto, porém, ouviu algo que chamou sua atenção.

- Minha deusa...

Abriu os olhos e sentou-se rapidamente sem acreditar no que via. Era Henry, ali, em seu quarto depois de tantos meses. Ele estava sentado em sua janela como sempre fizera a encarando seriamente. Diferente da última vez que se viram, seus cabelos estavam longos e a barba por fazer cobria grande parte do seu rosto, mas os olhos, há aqueles olhos ainda eram os mesmos e a encaravam indecifráveis.

- Eu disse que te mataria caso te visse novamente - falou ela. 

- Eu sei - respondeu levantando-se.

Ema pegou sua adaga que ficava na cintura e o atacou com um golpe rápido. Ele por sua vez, desviou com dificuldade e quase foi atingido no peito. A sucessão de golpes continuou e vez ou outra Ema lhe acertava.

- Está ficando lenta Ema, o que aconteceu?

Em resposta ela acertou-lhe um soco no estomago, mas Henry recuperou-se logo e a segurou pela cintura a derrubando na cama a prendendo contra o colchão macio colocandi sua própria adaga em seu pescoço. Pela primeira vez olharam-se de perto e Ema sentiu aquela saudade louca a corroer.

- Acabe logo com isso, me mate. Não veio aqui para isso? 

Ele permaneceu em silêncio a encarando e depois olhou para o metal frio que segurava no pescoço dela.

- Você pode sair quando quiser, é uma ótima lutadora.

- E quem disse que quero sair. Ande acabe logo com isso.

Ele não acreditou que ouvira isso de sua boca. Ela jamais deveria pensar algo do tipo, ou sentir-se daquela forma, por isso, sem resistir jogou a adaga no chão e a beijou profundamente. Quando a tocou apenas sentiu toda aquela angústia indo embora e que finalmente poderia voltar a respirar. 

Ema queria resistir, queria voltar a lutar, mas pela primeira vez naquele tempo todo sentiu viva novamente, então agarrou seu pescoço e o retribuiu o beijo, como se fosse a única coisa que faria enquanto vivesse, pois era dessa forma que se sentiria quando ele fosse embora novamente. Passou os dedos pelo cabelo longo e o puxou sentindo-o gemer em seus lábios.

Henry estava louco, mas não resistiu ao vê-la tão perto e tão tentadora, o beijo fora um erro terrível, mas o que faria em seguida seria pior. Sem desgrudar os lábios, agarrou a frente de seu vestido e o rasgou com um puxão apenas, libertando aqueles seios lindos daquelas amarras. 

Desceu a boca para a pele macia enquanto suas mãos trabalhavam no restante do corpo tentando levar consigo tudo que pudesse. Ema sentia milhões de coisas naquele momento, raiva por querer tanto aquilo, raiva pela traição de Henry, saudades de tudo que viveram e tristeza pois nada duraria.

- Eu te odeio tanto - ela sussurrou.

- Eu sei, mas eu também sei que você me quer muito - respondeu ele tocando em seu sexo úmido. 

Sem esperar resposta, ergueu sua saia e posicionou-se em sua entrada esperando que ela lhe mandasse embora, mas não aconteceu, pelo contrário, ela remexeu-se esperando por seu contato e então o fez. De uma só vez a penetrou e ambos gemeram de prazer.

Ema empurrou Henry que caiu de costas na cama e o montou com a um garanhão. Queria olha-lo nos olhos, saber que tudo aquilo estava acontecendo porque queria. ele agarrou suas pernas e em movimentos ritmados começaram a mover-se. Henry achava que aquela era a coisa mais linda que ja vira na vida. Ema com olhos de prazer jogando a cabeça para trás, seus logos cabelos tocavam suas pernas, poderia morrer daquela forma. 

- Ema - sussurrou Henry ao sentir que seu prazer aumentava - Ema...

Ela aumentou o ritmo e depois de alguns instantes alcançaram o climax. Ela caiu exausta sobre seu peito respirando profundamente. Ele acariciava suas costas com os dedos até que o frenesi passasse. Após alguns minutos, ainda torpe, Ema levantou-se e pegou um outro vestido que estava pendurado.

- Você precisa ir embora - ela disse sem olha-lo nos olhos - se alguém te pegar aqui estará morto com certeza.

- Ema, preciso saber...

- Você não precisa nada - irritou-se o olhando nos olhos - você não tem direito nenhum em saber nada.

- Eu sei, mas eu quero saber se vai mesmo se casar. É verdade?

Ainda não conseguira digerir aquela informação. Seu pai apresentou todos os benefícios daquela idéia e do quanto seria vantajoso para as duas alcateias, mas ainda não decidira-se.

- Sim - respondeu friamente - é verdade. Me casarei com Cameron e nossas duas alcateias serão uma, mais forte e poderosa, pronta para enfrentar qualquer um que entre em nosso caminho. Acho que devo agradecer a você por isso, depois de sua traição meu pai ficou paranoico e cauteloso, esquecendo-se que sou sua filha e não uma mercadoria. Obrigada Henry, agra pode ir.

Ela virou-se ficando de costas para ele, não o deixaria ver sua tristeza nunca. Mas sentiu uma mão envolvendo seu braço e o ouviu sussurrar.

- Eu sinto muito Ema, sinto de verdade.

- Não foi isso que me disse naquele dia, pelo contrário, você não pareceu nada arrependido.

- Eu gostaria de poder te contar tudo, mas ainda não posso.

- Só saia daqui, por favor.

- Ema, me escute - falou segurando seu braço mostrando desespero em sua voz - por favor, não se case, espere um pouco eu...

- Você o que Henry? Esqueça, nunca mais acreditarei em suas palavras. Você matou meu coração.

Ele abaixou a cabeça derrotado, não conseguiu responder pois isso não tinha desculpas, então se aproximou da janela por onde entrou e apenas disse antes de sair.

- Por favor, só tenha cuidado, eles planejam algo grande e você está envolvida.

Ela permaneceu de costas e nem o olhou, mas sentiu quando ele saiu a deixando sozinha. Deixou-se cair no chão e chorou, chorou com sua alma até não conseguir sentir mais nada.

A AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora