A Alfa

Capítulo 7

Os jovens que partiriam para a escola de lobos abriram o momento da dança. Ao contrário do que a sociedade ditava, podiam dançar livremente. As moças deixavam que seus corpos seguissem as batidas dos tambores, enquanto os homens se aproximavam lentamente, esperando o consentimento delas. As que aceitavam a aproximação, eram presenteadas com mãos firmes que as conduziam no ritmo da dança.

Ema ainda observava a cena a sua frente, juntamente com sua família, quando viu Henry se aproximando de uma moça muito bonita, devia ser Case, a filha mais velha dos MacAlister. Ao vê-los juntos , cheios de intimidade, Ema foi tomada por um sentimento desconhecido que fazia seu sangue ferver. Pediu licença para seus pais que conversavam com alguns conhecidos e foi em direção ao amontoado de gente que dançava.

Enquanto caminhava ao centro, todos paravam de dançar em respeito a sua hierarquia, ainda mais agora que seria a futura alfa deles. Ela se movia como uma predadora que havia visto sua presa. Fez sinal para que a música continuasse e começou a dançar como as outras jovens a sua volta.

Henry viu quando Ema chegou. Prendeu a respiração por alguns segundos ao ver seu olhar, algo nela estava mudando, uma energia eletrizante pulsava dela.

Quando começou a dançar, percebeu três membros da alcateia se aproximando dela, porém ainda não havia escolhido nenhum. Ao ver a troca de olhares dela com Ian. seu companheiro de treinamento na guarda, ficou furioso, se esqueceu da moça com quem dançava e foi para centro da roda se aproximando de Ema, que por sua vez sorriu, como se já o esperava.

Os dois dançaram por alguns instantes muito próximos, não desviando o olhar um do outro, até que \Henry quebrou a distância e a segurou pela cintura. daí por diante dançaram freneticamente com o ritmo das batidas, como se seus corpos fossem controlados pelo som dos tambores.

Ema se sentiu livre pela primeira vez em dias. Aquela tensão ocasionada pelas mudanças que ocorreriam estavam lhe sufocando e ver Henry distante era o pior dos tormentos, sempre foram próximos imagina-lo longe de sua vida, fazia com que uma solidão horrível tomasse conta de seu peito.

Essa escola era uma besteira, pensou Ema, separar os membros assim por casta ou nascimento, deixava com que as pessoas acreditassem que eram melhores ou piores que os outros, e isso não estava certo, nunca concordou e nada a faria pensar diferente, nada.

A música chegava ao fim, enquanto Ema e Henry não queriam que acabasse, era como uma representação de suas vidas, e quando a música terminasse, eles se separariam de verdade. Porém esse era o destino de ambos e infelizmente era inevitável.

Quando a música acabou, todos estavam sorrindo e aplaudindo seus parceiros de dança. Apenas Ema e Henry que ainda estavam ofegantes do exercício se olharam de forma séria e cheio de significados que nenhum dos dois diria em voz alta. Silenciosamente se despediram e foram em direção a suas famílias para esperar pelo amanhã.