Capítulo 42

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Depois de alguns dias de procura intensa e muita preocupação, Ema começou a achar que os outros estavam certos e que infelizmente Henry havia sido morto por Sonaira e seus aliados. Aquele pensamento apenas a fazia sentir-se morta e infeliz e quase não tinha mais vontade de estar com os outros.

- Ema - chamou Cameron ao entrar em seu quarto - você está aqui ainda?

- Vai embora, não quero ver ninguém.

- Olha, eu sinto muito por você estar assim, sinto mesmo, mas uma pessoa me ensinou uma vez que a alcateia vinha em primeiro lugar, e seus amigos precisam de você, mais do que nunca. Aproveite que os monges ainda estão confusos e com medo até o monsenhor chegar e os acalme, pois logo não poderá mais.

Ema olhou para Cameron que havia prendido o cabelo em uma trança despojada, pois havia crescido muito desde o dia que chegaram e sorriu. Ele não era mais o mesmo desde o ano passado, e ficara feliz por isso, na verdade nunca o imaginou como amigo ou alguma coisa do tipo.

- Quem você pensa que é pra falar comigo assim?

Ele se aproximou e a puxou pelo braço a colocando em frente ao espelho de seu quarto antes de dizer.

- Sou o único que não tem medo de você, e ainda posso te falar que está horrível.

Ema sorriu pela primeira vez depois de muitos dias mas em seguida começou a chorar descontroladamente, como ainda não havia feito desde os últimos ocorridos. Cameron a segurou nos braços e se sentou no chão com ela no colo permanecendo assim por alguns minutos.

- Está tudo bem Ema -  ele disse - pode chorar o quanto quiser, enxugarei cada lágrima sua, prometo, mas chore. 

- Não me conformo Cameron, não era nada disso que planejamos, tinhamos a vida toda...

- Eu sei, eu sei. Ele era um filho da mãe arrogante, mas era um homem bom, e um guerreiro melhor ainda, e te amou muito, todo mundo sabia disso. 

Depois de mais alguns minutos em silêncio, Cameron levantou-se com Ema ainda no colo e a colocou sobre a cama.

- Olha, eu imagino o quanto está sofrendo, mas precisa ser forte.

As palavras de Cameron foram cortadas quando alguém bateu a porta e quando ele a abriu era um dos monges anunciando a chegada de seu pai a abadia. Ema olhou para Cameron que tentou sorrir, mas não conseguiu.

- Vou deixa-la se arrumar- falou antes de sair, porém, Ema o chamou.

- Cameron, obrigada.

- Sempre aos seus serviços milady - respondeu fazendo uma reverência exagerada.


Ema se arrumou da melhor forma que conseguiu e foi se encontrar com o pai que já lhe esperava no saguão. Ao vê-la, Gregory correu em sua direção e a abraçou apertado. Ele parecia abatido e mais magro, deixando Ema alerta por um instante, porém, ao ver John, pai de Henry a olhando com os olhos cheios de lágrimas soltou-se dos braços do pai e correu em sua direção. Ele a abraçou apertado e deixou que as lágrimas caissem.

- Eu sinto muito John, eu sinto tanto.

- Eu sei Ema.

- Não pude salva-lo, nem sei o que aconteceu a ele.realmente.

- Ema - chamou seu pai - precisamos conversar filha.

Ema contou ao pai e a John todos os acontecimentos e os planos que terminaram na morte de Sonaira e de seus aliados terminando com o relado do chão cheio de sangue de Henry e com o sumiço dele.

- Nós o rastreamos por dias, mas foi como se tivesse apenas evaporado no ar. Nenhum sinal, nada.

- Eu nem sei como te contar isso Ema - falou Gregory - mas encontramos Henry.

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