Capítulo 22

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Henry estava inquieto, sabia que devia ser forte para auxiliar a todos os membros de sua alcateia, mas a visão de Ema se afastando sozinha o atormentava. Angus pareceu notar seu desespero, se aproximou, apertou se ombro e disse:
- Escute jovem Henry, seu pai sabia que você se sentiria assim, então me pediu para te lembrar de seu juramento a família Hunt.
Henry entendeu o recado do pai, mas ainda assim sentia uma parte sua morrer.

Ema seguia o monge pela entrada da Abadia. Estava esperando uma construção fria e sombria, mas o que encontrou por trás daquelas pedras foi surreal.
Já na entrada havia uma arena enorme, toda equipada com armas e tochas ao redor. Ao lado, um estábulo da mesma magnitude estava cheio de cavalos de puro sangue. O monge explicava sobre as instalações exteriores enquanto chegavam ao alojamento dos filhos dos alfas.
Um corredor enorme exibia uma fileira de portas, segundo ele, apenas para a linhagem nobre dos lobos.

- Espero que minha alcateia esteja tão bem alojada quanto Eu,  disse ao monge que apenas sorriu.
- Não gostaria de relatar ao meu alfa que seus leais guerreiros estão sendo tratados de forma indigna.
- De maneira alguma milady, ele respondeu ficando tenso. Todos estão confortáveis.
Ele  acompanhou Ema até seu quarto e quando entrou ficou estarrecida. Era imenso e extremamente luxuoso. A cama era maior que a do seu pai com um dossel tão alto que chegava ao teto. Era todo decorado em dourado, assim como os utensílios que eram de ouro.
Se virou para o monge que sorria convencido e depois disse:

- Vocês serão alfas de suas alcateias, devem ser tratados com tal importância.

Ainda observava tudo, quando uma criada entrou no quarto trazendo suas coisas. Ela era bem pequena e parecia ser mais nova que Ema, estava olhando para o chão e se mostrava com medo.

- Como sua presença é algo excepcional, pensamos que uma criada seria útil para ajuda-la em coisas...femininas. Essa é Gerlane. A menina ainda olhava o chão quando se virou  e fez uma reverência.

O monge saiu do quarto e as deixou sozinhas. Ema observou a menina por alguns instantes enquanto ela arrumava suas roupas no armário. 

- Me nome é Ema, ela disse.

- Eu sei milady, disse a menina sem se virar.

- De onde você é? 

- Sou da Ilha de Colonsay, do Clã Macfie, ela respondeu.

- É bem longe, eu disse, porque veio para cá.

- Os monges procuravam uma acompanhante para a senhorita, e eu tenho muitos irmãos, mais do que meus pais podem sustentar, então meu pai ofereceu meus serviços.

- Eu sinto muito, respondeu Ema, e pela primeira vez a menina se virou para ela. Por você não ter escolha sobre sua vida.

Gerlane a observou por alguns instantes e assentiu com a cabeça. 

- Quer mais alguma coisa senhorita.

Ema sorriu com o entendimento em suas palavras e respondeu que não, então Gerlane saiu e ela ficou sozinha, apenas com seus pensamentos. E então aquela insegurança voltou, e de repente nada parecia seguro como antes.

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