Henry seguia na frente de sua alcateia ao lado de Ian. Por mais que odiasse o sujeito, ele ainda era de confiança, e precisariam se manter unidos para ajudar seus irmãos.Olhou para trás disfarçadamente e viu que alguns exibiam um semblante preocupado, outros curiosos e outros com medo. Apertou o passo e se colocou ao lado do monge que os guiava por um corredor escuro. Em seguida um outro monge se aproximou e sussurrou algo no ouvido do primeiro que se virou para olhar para a alcateia e depois disse:
- Recebemos um pedido de sua alfa, ele disse com um semblante carrancudo, vocês ocuparam outro alojamento.
Ele tomou outro corredor a direita e instantaneamente tudo ficou mais claro, com tochas por todas as direções. Uma fileira de porta estava disposta nesse corredor.
- Esse será o alojamento das mulheres. Por favor organizem-se em duplas para se acomodarem.
As meninas ficaram para trás e logo foram entrando nos quartos. Henry deu uma ultima olhada e acenou com a cabeça para elas. Em seguida continuaram a andar e chegaram ao alojamento dos homens onde também deveriam se organizar em duplas.
- Ian, chamou Henry num canto, fique com o jovem Malcon, ele parece assustado, e eu ficarei com o pequeno Ronny.
Ian assentiu com a cabeça e foi conversar com Malcon que estava num canto segurando sua mala. Tocou seu ombro e disse algumas palavras, e instantaneamente o rapaz ficou aliviado e concordou com a cabeça. Apesar de arrogante, Ian sabia cumprir ordens e aceitar quando alguém estava certo.
Henry se aproximou de Ronny que conversava com seus dois primos que também vieram para a escola.
- Ronny, você poderia dividir o quarto comigo?
Os primos se entreolharam e ficaram aliviados, pois obviamente queriam ficar juntos mas não queriam deixar o mais novo sozinho.
- Claro chefe, disse o garoto que era o mais novo a entrar na escola, seria uma honra.
Henry sorriu, segurou seu ombros e entraram na primeira porta. O quarto era bastante grande e duas camas estavam dispostas nos cantos opostos. Ao lado de cada uma havia uma armário pequeno e uma mesa com uma cadeira cada uma. Próxima a porta havia um aparador com uma bacia grande e uma jarra com água e dua toalhas.
Lembrou das palavras do monge e sorriu "Recebemos um pedido de sua alfa", Ema deve ter ameaçado o monge caso soubesse que alguém estava mal alojado, pois claramente aquele alojamento não estava destinado a eles.
- Temos sorte por tê-la como alfa, disse Ronny abrindo seu armário. Eu acho que nenhum outro teria pensado em nós nesse momento, enquanto ela também deve estar insegura e com medo.
Henry observou o rapaz a sua frente tão magro e pequeno, mas que se mostrava mais sábio que um velho ancião.
- Eu pensava a mesma coisa pequeno Ronny.
Ambos ficaram e silêncio enquanto arrumavam suas coisas, e Henry pensava nas palavras de Ronny. Ema estava sozinha, assustada e insegura, e ele não poderia fazer nada.
Ema encarava sua porta pensando se deveria ou não ir jantar. Não sentia fome, nem vontade, mas pensava que não seria educado de sua parte não ir tentar se enturmar no primeiro dia, então respirou fundo abriu a porta e saiu de uma vez, porém, esbarrou em alguma coisa, e só não caiu pois sua vitima a segurou.
- Ei, disse o rapaz a sua frente, vá com calma.
- Ah meu Deus, Ema disse, desculpe.
Ela olhou para cima e viu rapaz muito alto com os cabelos ruivos como o seus mas os dele eram encaracolados e caiam sobre seus olhos verdes.
- Ora, ora, ele disse, senão é a Alfa dos Hunt.
Ema se soltou das mãos que ainda seguravam seus braços, e endireitou seu corpo o encarando seriamente.
- Sim, sou Ema Hunt, E você, quem é?
Ele sorriu de forma atrevida e disse:
- Sou Cameron Fraser, ele disse se curvando, seu servo.
Ema arqueou uma sobrancelha e se lembrou da carta que seu pai recebeu do Alfa dos Fraser. Segundo ela, esse a sua frente, estava disposto a ser seu marido.
- Ah é mesmo, ela disse cruzando os braços sobre o peito, mas se arrependeu em seguida, pois Cameron desviou o olhar do seu rosto e desceu para seus seios. Então abaixou seus braços imediatamente e o rapaz começou a rir alto.
Ema começou a caminhar em direção a um corredor e então ouviu:
- O refeitório é para o outro lado querida, ele disse ainda sorrindo.
Ema voltou e passou por ele furiosa, seguindo na direção contrária, mas ao virar o corredor trombou com outra pessoa, instantaneamente soltou vários palavrões nada distintos a sua posição, mas já estava cansada.
- Me desculpe senhorita, disse o rapaz.
A primeira coisa que Ema percebeu ao olhar para o estranho foram seus olhos, tinham gentileza e bondade neles. Ele tinha a pele negra e os cabelos raspados, com uma cicatriz no lado esquerdo próximo a orelha, e seus olhos castanhos a encaravam surpresos.
- Você é da Alcateia Hunt? ele perguntou soltando meu braço.
- Sim, eu disse sentindo o encanto se quebrar, sou Ema Hunt.
O rapaz se ajoelhou na minha frente e curvou a cabeça. Ema olhou para os lados sem entender e segurou o braço dele para que se levantasse.
- Você está louco, levante-se.
Ele ergueu o rosto mas não se moveu. A olhou por alguns instantes e disse:
- Você é como uma deusa na minha alcateia, logo que soubemos do seu nascimento e depois da sua transformação, sentimos uma esperança crescer em nós, você é uma renovação.
Ema ficou chocada com aquelas palavras, nunca se imaginou daquela forma, nunca nem pensou que alguém a veria daquela forma.
- Não seja tolo, levante-se, ela disse o puxando pelo braço novamente, sou só uma pessoa, e estou muito brava, então levante-se.
Ele se levantou, se curvou e se apresentou:
- Sou Douglas senhora, do clã dos MacKintosh.
- É um prazer, ela respondeu emocionada, de verdade.
- Posso te acompanhar senhorita? Ele perguntou.
- Eu adoraria, ela respondeu, e foi de coração que pela primeira vez, talvez, não se sentia sozinha.
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A Alfa
WerewolfEma Hunt é filha do alfa mais importante da história dos lobos. Isso, por si só não é algo comum, porém, ela é a primogênita e já nasceu loba, algo totalmente inédito na linhagem dos licantropos. Mesmo sendo muito talentosa e uma ótima guerreira...