Capítulo 35

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- Você só pode estar maluco! gritou Ema se levantando de sua cadeira. Ian nunca faria nada para ferir ninguém da nossa  alcateia.

- Não estou dizendo que ele fez alguma coisa, mas ele é um dos descendentes, minha fonte é muito confiável.

- Quem é sua fonte?

- Não posso dizer.

- Então avise sua fonte, que seus dias estão contados. Meu pai já desconfiou quando seu pai mandou aquela proposta de casamento assim que me colocou como sucessora.

- Do que você está falando?

- Ah vai me dizer que não sabia da proposta de seu pai? Para um herdeiro você não está sabendo de muita coisa não é mesmo?

Cameron ficou em silêncio enquanto absorvia a informação. 

- Você aceitaria a proposta?

Ema estagnou e olhou para ele sem entender bem. Os dois se odiavam mais que tudo, além dele representar tudo que ela mais odiava no mundo, covardia e egoismo. 

- Que pergunta mais tola, claro que não.

Ele se aproximou lentamente e ficou a centímetros dela, sem desviar o olhar. As pupilas dilatadas e a respiração pesada.

- Não sei que tipo de feitiço você lança, mas fui pego por ele. Mas mesmo assim você desperta o pior em mim, e olha que não sou dos melhores.

Ema sorriu e se afastou um pouco.

- Que belo par formaríamos então não é?

Cameron sorriu e passou a mão pelo cabelo cumprido e sem dizer mais nada saiu do quarto de Ema que ainda estava estranhamente confusa. 

Pensava em Ian e no que faria a seguir e ao mesmo tempo tentava esquecer o que aquele maluco insinuara. Por mais louco que fosse, a união das duas alcateias era a coisa mais sensata a se fazer, mas seria a última coisa que Ema faria na vida.

Balançou a cabeça para se concentrar no que realmente precisava e começou a traçar seu próximo passo, mas para isso precisaria de Henry.


Henry estava na arena treinando com mais quatro outros guerreiros. Por mais ágeis que fossem, Henry era melhor, mais rápido, mais forte e estava furioso. Roni não falava com ninguém desde o ocorrido e Ema precisava vê-lo mas ainda não conseguira escapar pois estava sendo vigiado, percebeu a alguns dias.

- Henry, disse um dos monges, venha comigo.

Com um ultimo golpe derrubou seus adversários e seguiu o homem a sua frente em silêncio, porém  em alerta. Passaram pelos corredores principais, depois entraram nos que levavam aos aposentos particulares dos monges.

- Para onde vamos? Perguntou ele.

O monge permaneceu em silêncio e nem sequer olhou para trás. Chegaram a uma sala bastante iluminada e Henry paralisou ao ver seu Alfa em pé a sua frente.

- Milorde, ele disse fazendo uma reverência.

Gregory sorriu e se aproximou do rapaz o abraçando de surpresa.

- É muito bom vê-lo bem filho, ele disse, esse abraço é meu e de seu pai.

Henry fechou os olhos contendo as lágrimas e apertou o homem mais forte sentindo toda aquela sensação de familiaridade e conforto.

- Ele está bem? Perguntou Henry ao se afastar de seu alfa.

- As coisas estão um pouco difíceis ultimamente, mas estamos bem e fortes. Nada pode abalar os Hunt.

A porta por onde Henry passara se abriu e Ema entrou. Um alívio dominou seu peito e uma vontade louca de agarra-la e beija-la dominou seu peito, porém sua mente o controlou. Fez uma reverência e esperou que ela cumprimentasse seu pai.

- Filha, ele disse com os braços abertos.

Ema correu em sua direção e se jogou em seus braços. Deixou que toda a angustia que sentia ficasse para trás, pois agora seu herói estava ali.

- Pai, ela sussurrou, não acredito que você está aqui.

- Vim assim que recebi seu recado. Já estamos tomando providências, não se preocupe.

- Como assim? O que o senhor descobriu?

Ema saiu do abraço do pai e passou a esperar por uma resposta. Gregory por sua vez tornou sua postura rígida e observou a filha e Henry.

- Um membro do nosso conselho é um informante e descobrimos que um dos trabalhadores da fábrica é descendente de Duncan Black e é um rebelde. Seu filho está aqui, o estamos levando de volta para interrogatório.

Ema olhou para Henry que franzia a testa refletindo todos os seus pensamentos. 

- Quem é ? Perguntou Ema.

- Não quero que se preocupe com isso, já está resolvido, lidamos com alguns rebeldes, mas já acabou.

- Mas pai ...

- Acabou Ema, só quero que você se concentre no aqui e no agora. 

- Mas...

- Ema! a repreendeu o pai, ainda sou o alfa, você deve obediência a mim, e estou mandado que esqueça.


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