resgate

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Entramos no carro do Nam, eu na frente no banco do carona, enquanto ele dirige, ligo para a polícia, passando todas as informações que sei. Chegamos no local, e Nam estaciona um pouco longe para Lisa não perceber que estamos aqui. Minha moto está estacionada bem na frente do galpão abandonado. Só queria saber como Lisa consegui atrair Alice até aqui. Entramos de fininho no galpão abandonado, logo vejo Joy, sentada no chão, chorando amordaçada. Me escondo atrás de um pilar, próximo a Joy. Alice está de costas para mim, sentada na cadeira amarrada. Lisa também está de costas para mim, apontando o canivete para a Alice. Não posso ficar assim, vendo a pessoa que amo sendo ameaçada, ia até ela, quando Mark me segura pelo pulso.

— Não adianta, você indo até ela só vai piorar a situação. Espere mais um pouco e agimos na hora certa. — susurra para mim.

Esperamos mais um pouco, mais aí a polícia chega no local, o homem fardado grita com a Lisa.

— Senhorita, peço para que  solte a moça agora! E largue o canivete no chão. — diz com autoridade, e uma arma na mão, apontada para Lisa.

Lisa desamarra a corda que amarra os pés da Alice, mas antes de desamarrar a corda que amarra as mãos da Alice, ela perfura a barriga da minha namorada com tudo, nisso eu me desespero e vou até a Alice chorando.

— Amor, meu amor, não posso te perder. — digo, alisando o rosto dela, a mesma está inconsciente e perdendo muito sangue.

— Que bom que veio ver sua amada morrer, agora será livre para mim. — Os polícias se aproximam mais de Lisa.

— Você é louca, nunca serei seu. — digo entre o choro.

— Vamos ver então, já que nunca será meu, não adianta ficar viva. — Quando os polícias iam prende-la, Lisa corta seus dois pulsos, primeiro um, depois o outro e solta o canivete no chão.

Ela começa a sangrar muito, e o policial mais perto dela, a segura, pois Lisa parece fraca, devido ao sangramento. Um dos policiais vem até mim,para me ajudar a desamarrar a Alice. Nam e Hoseok estão com a Joy, Mark está do lado da irmã, completamente sem reação pelo que ela acabou de fazer. O policial que me ajudou a desamarrar a Alice, liga para a emergência.

— Ambas precisam ir imediatamente para o hospital, ou podem morrer.— diz o policial que está com a Lisa.

— Levem ela e me deixem, a vida pra mim não faz mais sentido.— diz Lisa.

— Que bobagem garota, você ainda é jovem. — diz  o policial que está a segurando.

— Minha irmã, você vai ficar bem. Yoongi, a Alice também vai. — diz Mark, já começando a chorar.

Estou sentado no chão, com a Alice apoiada em minhas pernas. Lágrimas escorrem em meu rosto sem parar, junto minha testa na dela. A ambulância chega, os enfermeiros colocam ambas cada uma numa maca, e as levam para dentro da ambulância. Mark e eu entramos juntos, enquanto fico do lado da Alice, ele fica do lado da Lisa, segurando a mão dela cheia de sangue. Enquanto a mim, fico com a cabeça apoiada no peito de Alice, para ouvir os batimentos cardíacos dela.

(...)

No hospital, ando de um lado para o outro, querendo saber das notícias. Alice está passando por uma cirurgia de sutura, o ferimento que a Lisa causou nela, foi profundo. Mark está do mesmo jeito, andando de um lado para o outro. Logo os pais dele chegam, e o abraçam. Nam, Hoseok e Joy, estão sentados num banco, próximo a mim. Joy está com a cabeça apoiada no Nam, chorando, ele a confortando, mas também está chorando. Meus pais chegam, e vão direto falar comigo.

— Querido, a Alice vai ficar bem, você vai ver. — diz minha mãe, me abraçando.

— Os pais dela sabem? — indaga meu pai.

— Sim, ligamos para eles, eles virão para cá, junto com a Jihyo e o Jimin. — Me afasto do abraço.

— Ela não pode morrer... mãe... eu a amo tanto.  — digo entre o choro, minha mãe me abraça novamente, e alisa minhas costas.

— Ela ficará bem, meu filho, não chore tanto. — Sinto lágrimas dela molhar minha camisa nesse instante.

Meu pai vem me abraçar também, me deixando no meio deles.

(...)

Estou mais calmo, mas ainda chorando, sentado no banco ao lado de meus pais. Um dos médicos vem em nossa direção. Ele vai até a família de Lisa, que estão sentados num banco próximo ao nosso.

— Família Manoban, tenho más notícias para vocês. A Lisa não resistiu aos ferimentos causados por ela mesma. Tentamos de tudo, mas infelizmente ela se foi.

A família Manoban começa a chorar pela perda da filha. Eles caminham em nossa direção. O pai de Mark abraça o meu, enquanto a mãe dele, faz o mesmo com a minha. Mark se aproxima de mim relutante, mas eu mesmo me aproximo dele.

— Tudo bem, Mark, sinto muito pela sua perda. — digo, o abraçando.

— Me desculpa, me perdoe por favor, por tudo que fiz. — diz ele chorando.

— Tá tudo bem, você nos ajudou a encontrar a Alice. Não é culpa sua o que Lisa fez, foi uma escolha dela. — digo, tentando o reconfortar.

— Eu sei... mas ainda me sinto culpado. — diz, ainda chorando.

— Eu te perdôo, fica tranquilo. — Me afasto do abraço, batendo em suas costas.

— Posso ficar, pra ver a Alice? — indaga, secando suas lágrimas.

— Claro que pode.

Os pais de Mark se despedem dele, e saem para preparar o velório da filha. Fico ansioso, esperando notícias de Alice. Até que o médico aparece.

— Doutor, por favor, nos diz que Alice está bem. — diz minha mãe.

— Sim ela está, mas ainda está inconsciente, devido a anestesia. Podem vê-la se, um por vez. — explica.

— Obrigado, doutor. —digo me curvando.

Minha mãe entra primeiro, assim que ela sai, meu pai entra, quando meu pai sai, eu entro. O quarto é todo azul claro, ela já está acordada, mas parece que não está aqui, deve ser pelos efeitos da anestesia e dos remédios.

— Oi, meu amor. Morri de preocupação. — digo, segurando sua mão, ques está no soro.

— Estou bem, meu gatinho. Só com um pouco de dor.— diz ela baixo, provavelmente pela dor.

Seguro meu choro, que agora é de felicidade, por vê-la feliz e bem.

— Achei que fosse te perder, vi tanto sangue, me desesperei na hora. Estou tão feliz por você estar comigo. — Sorrio.

— A Joy, está bem? — indaga nim sussurro, por não ter forças para falar.

— Sim, ela está. Também estava chorando, mas Joy está bem.

Fico algum tempo com a Alice conversando, contei para ela o que Mark fez, ela não esperava tal mudança.

— Amor, a Lisa faleceu. — digo com calma, esperando ela compreender minhas palavras.

— Co-como?

— Ela tentou se matar, e conseguiu. Morreu aqui no hospital. Fiquei triste pela família dela.

— Ah meu gatinho, também fiquei triste, ela não pensou na família dela. Eles devem estar arrasados.

— Sim, estão. Vou sair, e deixar o próximo entrar.

— Queria você mais tempo comigo. — diz ela triste.

— Eu também, meu amor, mas os outros também querem vê-la. — digo acariciando seus cabelos sedosos.

Saio do quarto relutante, antes de fechar a porta atrás de mim, olho mais uma vez para Alice, e então fecho a porta. Assim que saio, Joy entra.


don't you forget about me (suga) Onde histórias criam vida. Descubra agora