Capítulo 04 - Último Dia e Retorno

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Acordaram cedo e se arrumaram. Queriam aproveitar o último dia no Rio para visitar o mais popular ponto turístico da cidade: o Cristo Redentor.

Matheus ainda estava cansado pelo dia puxado de ontem. Ele não era muito fã de sair de casa, desde criança sempre foi muito caseiro. Preguiçoso, para dizer a verdade.

Mas com a sua amada ao seu lado, ele iria até o fim do mundo. Ele sempre teve uma vontade de conhecer o Rio de Janeiro.

Já Isadora, sempre gostou de sair, nisso ela era totalmente o contrário do marido.

Compraram os bilhetes para o trem que sobe o Corcovado e rapidamente entraram. Ficaram admirados com a visão. Dava para ver o grande monumento da casa onde estavam, mas isso não se compara a ver aquela monstruosidade de concreto bem de perto.

Quando o trem chegou no topo, foram correndo como crianças até o Cristo, e logo começaram a tirar fotos de braços abertos, imitando o a posição do monumento.

Depois disso, eles se aprontaram para subir até a cabeça do Cristo. Haviam conseguido a autorização alguns dias antes.

Quando entraram e olharam para cima, viram que a subida era enorme. Matheus quase voltou atrás. Mas tomou coragem e começou a subir, Isadora foi atrás.

Demoraram meia hora para chegar ao peito da estátua. Eles não sabiam, mas ali tinha um coração de concreto, feito para representar o coração de Jesus. Isadora era muito religiosa, Matheus nem tanto. Mas eles tocaram o coração juntos, e fizeram uma oração antes de continuarem a subida.

Chegaram até o ombro, onde tinha uma abertura no teto. Eles subiram até essa abertura, e ficaram muito mais admirados com a visão do que quando estavam lá embaixo, ou do que qualquer momento.

Aquilo foi a coisa mais impressionante que viram na vida. Podiam ver cada praia, o Pão de Açúcar, e todos os helicópteros e aviões que estavam voando por perto. Tiraram fotos dali do ‘’quase topo’’
também, para relembrar. Não poderiam esquecer aquilo nem mesmo se quisessem.

Não foram até a cabeça. Acharam que o ombro já estava de bom tamanho. Então começaram a descer.

Quando chegaram até embaixo e saíram de dentro do monumento, uma torrente de pessoas os cercaram, perguntando como era estar dentro do Cristo. O podiam responder, era que era incrível, e que todos deveriam experimentar tal experiência.

Enquanto desciam até o pé do Corcovado, no trem, não paravam de relembrar um ao outro de cada momento. E que subir o Cristo, foi uma das melhores coisas que fizeram juntos.

Passou rápido, não é? – Perguntou Isadora, enquanto entravam no carro para voltarem a casa.

- Sim, passou rápido... Mas essa semana foi a melhor da minha vida! – Respondeu Matheus, quando já haviam entrado.

- Mesmo? E por quê? – Perguntou ela, num tom irônico.

- Porque você ficou perto de mim... era o que eu quis a vida toda, e ainda quero pra vida toda.

- Vai ter... pois por mim, vou ficar perto de ti a vida toda, sim.

- E eu vou te amar a vida toda...

Ela o beijou. E ele ligou o carro, seguindo de volta para a casa, e se prepararem para irem embora no dia seguinte.

Quando chegaram em casa, foram logo começar a arrumar as malas, pois cairiam na estrada ainda de madrugada.

Eles almoçaram, e ficaram um tempo conversando.

Uma conversa, que aos poucos foi esquentando, e o final foi descuidado. Eles fizeram sexo sem preservativo. Mas só lembraram depois, e ficaram muito preocupados. Agora, tinham um futuro incerto.

Depois da tensão, Matheus foi dormir, pois ele dirigiria o carro até São Paulo de volta. Isadora não o fez, pois poderia dormir no carro. Ela ficou dando voltas pelo jardim, pela primeira vez naquela semana ela ficou sozinha, sem Matheus.

Não gostou daquilo, ela nunca gostou de ficar sozinha. Além disso, porque estava cada vez mais se sentindo ligada por Matheus. Por isso, ela também foi dormir, abraçando seu marido. Este segurou sua mão, pois ainda não estava dormindo profundamente.

Quando deu 1 da manhã, o despertador tocou. Matheus levantou às pressas, mas deixou Isadora dormir mais um pouco. Depois ele acordou ela também, e se aprontaram para partirem.

Começaram a trancar todas as janelas e a levarem as malas para o carro. Ficaram do lado de fora da casa, olhando a paisagem em volta. Não queriam sair dali, não podiam mais sustentar a vida sem trabalho, e o trabalho os chamava, em São Paulo.

Enquanto observavam, Matheus disse:

- Hey, Dora...

- Theus?

- Te amo...

- Eu também te amo...

- Mas eu vou te amar...?

- Eternamente.

Ela o abraçou forte, e entraram no carro.

Ela dormiu de novo dentro do carro, e ele seguiu viajem em silêncio. Depois de 15 minutos, Matheus olhou para o banco de trás, onde Isadora estava, e viu que ela sorria. Perguntou-se.

- Com o que será que está sonhando?

Depois de 5 minutos, ela acordou, pois passaram por uma estrada esburacada, e perguntou:

- Theus, falta muito?

- Sim amor, falta bastante. Mas ei, com o que estava sonhando?

- Com o que acha? – em tom de ironia.

- Não sei, comigo? – sorrindo.

- Claro, não tenho mais com quem sonhar além de ti, até porque isso que estamos vivendo já é um sonho.

- É perfeita, eu já disse?

- Já sim, muitas vezes, mas eu amo quando diz. Assim como amo você. – disse ela, voltando a se deitar.

Ele ligou o rádio do carro. Por coincidência, estava tocando ‘Far Away’’, a música do casal.

- Temos sorte. – disse Isadora, que ainda não havia caído no sono.

- Sim, Dora. – respondeu ele, sem parar no caminho.

Ficaram horas na estrada, até chegarem na divisa entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Quando a atravessaram, já era dia.

Quando deu meio-dia, pararam num restaurante há beira da estrada, para almoçarem. Foi bastante rápido, não podiam perder tempo.

20 minutos depois, estavam de volta à estrada. Porém, houve um contra-tempo, Isadora ficou com vontade de fazer xixi, mas não tinha onde. Ela quase implorou para Matheus parar o carro na frente de algum posto de gasolina. Mas ele não parava de rir, brincando com ela e não parando o
carro.

Ele só parou o carro quando ela ameaçou pular do carro. Assim, ele andou com o carro de ré até voltar ao posto, para que ela pudesse usar o banheiro deste.

Quando voltou, o marido ainda não havia parado de rir, lembrando dela implorar por fazer o carro parar. Mas ele parou depois que ela ameaçou continuar o caminho a pé.

Chegaram ao centro de Carapicuíba as 17:00, e ao bairro deles as 17:45.

Os pais e irmãos estavam esperando por eles desde aquela manhã, e foram todos abraçá-los, quando o casal saiu do carro.

Isadora e Matheus ficaram até aquela noite, contando para a família sobre como era o Rio de Janeiro, e como foi passar uma semana por lá.

Dali pra frente, toda semana havia pelo menos uma reunião de família.

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