Capítulo 13 - O Difícil Caminho de Volta e A Primeira Vez Depois da Tragédia

119 5 0
                                    

No momento em que se o casal abraçou, uma chuva fina caiu sobre a cidade. Porém, os presentes não se importaram.

A água da chuva, após alguns minutos molhando os rostos já úmidos pelo pranto, se misturou com as lágrimas. A única prova de que estavam chorando eram os soluços e suspiros contínuos, do contrário, não seria perceptível.

Os irmãos, pais, tios e amigos do casal se afastaram, deixando-os sós ao lado do túmulo fechado do filho. Mas estavam emocionados demais para perceberem, não abriram os olhos, e ficaram muito mais tempo abraçados.

Quando finalmente conseguiram se soltar e abrir os olhos, viram que estavam sós. Viraram-se de frente para o túmulo.

- Aqui jaz Rodrigo Sousa de Lima. – Leram Isadora e Matheus ao mesmo tempo, o que estava escrito na placa colada, na parte da frente da pedra de mármore, que cobria o túmulo.

Isadora soltou a mão do marido, e chegou mais perto da placa, passando os dedos sobre ela.

Matheus continuou atrás por um tempo, abaixando a cabeça, enquanto mais lágrimas vinham.

Após alguns segundos, ele chegou perto, e abraçou a esposa por trás. Ela apenas segurou uma das mãos do marido que envolvia seu corpo, e fechou os olhos, ainda com uma das mãos esticada, tocando a placa.

- Dora, vamos para casa, se continuarmos tomando essa chuva, ficaremos doentes... – Aconselhou
Matheus.

- Por mim, eu ficaria aqui o dia todo, não quero deixá-lo... – Suspirou Isadora, não aceitando ter que ir embora e se afastar do filho, mesmo que ele esteja morto e enterrado.

- Não vamos deixá-lo nunca. Ele sempre estará conosco. Viverá nas nossas memórias e corações, para sempre...

Então eles saíram, com as mãos dadas, em direção ao estacionamento. Isadora o tempo todo olhava para trás, vendo o túmulo ficar cada vez mais longe. Matheus não olhava, preferia acreditar que de alguma forma, o filho sempre estaria presente em suas vidas.

Entraram no carro, calados. Isadora sentou-se no banco de trás,e começou a chorar novamente.

Matheus olhou para trás. Vendo a esposa chorar, passou para o banco de trás, ao lado dela. Ele puxou seu queixo, para que ela o olhasse nos olhos, e segurou sua mão.

- Dora, me escute. O Rodrigo se foi... Eu sei que isso doeu, eu também sinto. Mas quero que você entenda que a nossa vida continua...

- Eu, eu... – Tentou dizer ela, abaixando a cabeça novamente.

- Ei... calma, eu sei que vai levar tempo pra você se acostumar com isso, eu entendo. – Ele levanta a
cabeça dela novamente. – Mas saiba que eu sempre vou estar aqui, sempre vou estar do seu lado...

Ela ficou olhando para ele por alguns segundos quieta. E quando ela junta forças para falar.

- Eu te amo... – Disse ela, antes de abraçá-lo.

- Eu também te amo, Dora. Amo muito.

Eles sorriram, depois de muito tempo sem saber o que era isso.

Matheus passou pra frente novamente, e durante todo o caminho, ficaram calados.

Não demorou até que estavam na frente da casa, Isadora logo saiu do carro e entrou na casa.

Matheus entrou pela garagem e subiu para a casa.

Chegando lá, viu Isadora deitada no sofá. Ele ficou de pé ao lado, levantou as pernas de Isadora para poder sentar-se e colocou as pernas dela por cima das dele, para que ela não tivesse de se levantar.

Nosso FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora