Capítulo 46 - Tentativa de Estupro

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Isadora acorda e percebe que o Marido já está arrumado.

- Onde vai, Theus? - Pergunta ela, com voz de sono.

- Bom dia, Dora. - Ele se senta na cama e lhe da um beijo. - Vou na M&S, colocar o trabalho na rotina de novo.

- Mas e o Miguel?!

- Bom... Acho que vamos ter que coloca-lo numa creche.

- Mas hoje...

- Você vai ter que leva-lo com você.

- Leve você!

- Mas eu tenho uma reunião, Dora...

Isadora o encara.

- Olha... Eu vou pra minha reunião e quando ela acabar eu vou buscar o Miguel no seu consultório, tudo bem? - Propõe Matheus.

- Tudo... - Responde Isadora, suspirando.

Matheus a beija e a abraça.

- Quero ver um sorriso nesse rosto... - Diz Matheus.

- Então faça um aparecer.

- Eu te amo... E vou te amar...

- Eternamente!

Matheus ganha o sorriso que pediu e mais alguns beijos. O celular de Isadora toca.

- Alô? - Atende Isadora.

- Sra. Isadora? - Responde a secretaria do consultório.

- Diga.

- Um paciente exigente quer que só você o atenda. Disse que paga qualquer quantia para ser atendido pela senhora.

- Certo. Estou indo.

[...]

Isadora chega ao seu consultório com Miguel e observa tudo que agora é novo por lá. Cumprimenta a secretária e se dirige ao corredor de sua sala.

- Bom dia, Sra. Isadora. O paciente já está em sua sala. - Diz a secretária, enquanto Isadora passa por sua mesa.

- Bom dia. Pode ficar com meu filho enquanto eu trabalho, por favor?

- Claro! - Responde ela. - Eu posso leva-lo comigo? Já é quase a hora do almoço.

- Tudo bem.

Isadora o deixa com ela e entra na sala. O paciente entra e eles começam a conversar, era um homem alto e robusto, contava que passara por muitos traumas na infância. Até que o mesmo se levanta e vai na direção dela. Ela também se levanta e pergunta se ele deseja algo. Ele diz que quer água, então Isadora vai até o filtro pegar um copo d'agua pra ele. Quando ela se vira o paciente está quase colado nela. Ela derrama a água em cima dele.

- Calma! - Pede Isadora.

- Não! - Responde ele.

Ele a prensa contra a parede, com a mão direita segura as duas mãos de Isadora e com a outra começa a acaricia-la. Ela grita, mas percebe que não há ninguém no consultório, pois todos estavam em horário de almoço, inclusive a secretária, com Miguel.

O paciente desce sua mão para a intimidade de Isadora, lágrimas rolam pelo seu rosto e ela se vê sem saída. Até que ela ouve o barulho do elevador e a porta sendo aberta. Grita por socorro.

Imediatamente Matheus entra com Silas. O primeiro vai pra cima do paciente o tirando de perto de Isadora e dando sequências de murros em seu rosto, enquanto Silas tira Isadora de dentro da sala e a leva para a recepção. Logo após a secretária entra com Miguel no carrinho, Silas pede pra ela ligar imediatamente para a polícia, e ela o faz. Silas volta pra sala, onde Matheus ainda está dando murros no homem, e o tira de cima dele. O homem está todo ensanguentado. Matheus corre para a recepção e abraça forte Isadora, que está chorando muito. Ela se assusta ao ver o sangue em suas mãos.

Os policiais chegam e entram na sala, Silas diz onde o agressor está e dois policiais entram para prende-lo, tiram ele do consultório e um policial fica para anotar o ocorrido.

- Quem o agrediu? - Pergunta um dos policiais.

- Fui eu! Ele estava prestes a estuprar minha mulher! - Diz Matheus, se explicando. Isadora o abraça novamente, nem ligando pro sangue de suas mãos a sujando, enquanto mais lágrimas rolam.

- Todos vocês, nos acompanhem para a delegacia. - Ordena o segundo policial.

Antes de saírem, a secretária pega as filmagens da câmera de dentro da sala de Isadora.

[...]

Todos chegam na delegacia e Matheus fica na recepção para fazer o Boletim de Ocorrência, enquanto os outros esperam para deporem. Isadora não larga Miguel de seu abraço.

- Como punirão esse infeliz?! - Pergunta Matheus, ainda furioso.

- Por enquanto ficará preso aqui mesmo. E o senhor também deveria ser punido. - Responde o policial.

- O que?!

- O senhor espancou o sujeito.

- Mas...

- Mas sairá daqui advertido.

- ...obrigado...

Matheus vai em direção de Isadora e Miguel e os abraça. O estuprador passa por eles, algemado e de cabeça baixa e cheio de hematomas após seu depoimento. A família abraçada não percebe a passagem. O restante dos presentes olham para o criminoso furiosos. Ele sente uma vontade de pedir perdão, mas se dá conta que seria em vão e não diz nada.

Isadora é chamada para depor. Conta toda a verdade e se emociona. Volta para a sala de espera aos prantos e abraça a família de novo. Silas e a secretária depõem em seguida e todos são liberados.

O caminho de volta ocorre em um silêncio gritante. Cada um foi para sua respectiva casa.

Matheus e Isadora, com Miguel no colo o tempo todo sendo abraçado, entram em casa ainda calados. Miguel é deitado na cama do casal e Matheus chama a esposa para a sala. Se sentam no sofá e ele segura a mão de Isadora.

- Dora... Me conte o que aconteceu antes de eu entrar na sala... - Pediu ele.

Ela começa a chorar assim que ouve, não consegue contar, mas diz:

- Olha... Isso vai ser impossível de esquecer, eu sei... Mas por favor...

Matheus a abraça novamente.

- Tudo bem... Não vou ficar te lembrando disso...

- Te amo, Theus...

- Eu também te amo, Dora...

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