Capítulo 44 - Marcas Da Distancia

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Cinco meses depois...

Matheus acorda cedo e se prepara. Depois de meses de planejamento, a obra da primeira filial da M&S começara e ele precisava estar presente para acompanhar o processo. Ele não conseguiu dormir a noite, assim cuidou de Miguel. Matheus não ficara longe de Isadora desde que se casaram. E ficar longe do filho também seria sofrido.

Isadora acorda quarenta e cinco minutos antes da hora de Matheus partir, e quando vê o marido, sentado na cama ao seu lado, com Miguel no colo, a primeira coisa que faz é abraça-los.

- Dora... Não quero que fique triste... - Cochichou Matheus, pra não acordar o filho.

- Como não ficar?

- Eu também to... Mas são só algumas semanas. Num piscar de olhos estou de volta.

- Semanas... Eu iria com você se o consultório também não estivesse em obra.

- Vou te ligar todos os dias... Mais de uma vez!

- Acho bom!

Sorriem sem graça e se beijam. Olham pro filho e ele está sorrindo.

[...]

Hora de ir. Faltam poucos minutos para Matheus partir. Isadora não consegue ficar segundos sequer sem abraça-lo. Miguel está deitado na cama olhando pro casal e sorrindo. Isadora o pega no colo e o entrega pra Matheus, para se despedirem.

[...]

Matheus sai pela porta com uma mala, e Isadora lhe dá o último beijo e o mais demorado abraço.

[...]

Chegando no Rio, o engenheiro da obra recebeu Matheus no aeroporto, e os dois foram juntos até o local. Já que a casa em que Matheus e Isadora passaram a lua de mel era ao lado da obra, ele passou lá para desfazer sua mala.

Depois, ao chegar no local da obra, o engenheiro lhe entrega um capacete e os dois andam até um humilde escritório. Lá dentro se encontram o arquiteto responsável e a maquete da filial pronta. Todos se cumprimentam.

- Então, Sr., a obra será concluída em seis ou sete meses... O Sr. estará por aqui até o fim? - Pergunta o arquiteto.

- Deixei minha família em São Paulo. Então, não será possível. Na próxima vez virei apenas para a inauguração. - Respondeu Matheus.

[...]

Uma semana depois, Matheus havia cumprido o que prometera, ligou pra sua família todos os dias, mais de uma vez. Porém, nenhum dos dois estava bem longe um do outro.

Durante o dia, ao dar banho em Miguel, Isadora lembra de que seria a vez de Matheus fazê-lo. Durante a noite, ao deitar-se na cama, lembra de que se Matheus estivesse ali, ela dormiria em seus braços. Essa lembrança faz uma lágrima rolar em seu rosto, e tudo que ela deseja é te-lo ao seu lado.

Segundos depois, o celular toca.

- Alô, Theus?!

- Eu mesmo. - Matheus assoa o nariz.

- Ei? Também estava chorando?

- Também? Você...

- Sim...

- Não quero você assim...

- Não vou mais ficar assim. Ouvir sua voz me conforta...

Os dois sorriem e ficam alguns segundos calados, um ouvindo apenas a respiração do outro.

- Te amo, Dora...

- Eu também te amo, Theus...

- E vou amar...

- ...Eternamente.

O casal ficaram até a madrugada conversando. Relembrando momentos, contando novidades, fazendo um ao outro sorrir e assim, usando apenas suas vozes tornaram a ausência um do outro menos doída.

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