Capítulo 09 - O Mal Estar e O Acidente

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Depois daquele beijo, Isadora foi se arrumar para ir trabalhar. Ela estava se sentindo um pouco mal. Matheus notou que os técnicos assistentes dele já estavam chegando, mas ele não desceu para ajudá-los. Sempre foi preguiçoso.

Matheus voltou ao quarto, e viu que Isadora estava se arrumando. Ele foi chegando de fininho, e puxou ela para a cama. Ela já estava esperando por isso, pois estava enrolando para se arrumar.

Aquilo que chamam de ‘’rapidinha’’ naquele dia foi ‘’longa’’. Isadora começou novamente a sentir um mal estar, então se levantou para se arrumar novamente, às pressas, e sair logo. Matheus foi comer algo na cozinha.

Entrando no ônibus, Isadora ameaçou vomitar, e sentiu dores leves na barriga. Mas isso passou, e mesmo ela não sabendo o que tinha, não se preocupou muito com isso.

Chegando ao trabalho, ela rapidamente foi atender a primeira paciente. E, assim que entrou em sua sala, ela caiu no chão, desmaiada. A paciente dela foi correndo procurar uma enfermeira. E em uma maca, Isadora foi levada à emergência do hospital.

Depois de ser examinada, veio o diagnóstico: intoxicação alimentar. Naquela madrugada, ela havia acordado, e comido todo o resto daquelas cinco melancias! Por isso ela estava se sentindo

mal durante a manhã.

Às 07:00, o celular de Matheus tocou.

- Alô? ... O que?! ... Já estou indo!

Matheus saiu de casa correndo, pegou o carro, e arrancou. Na sua cabeça, veio o pior: Isadora perdeu o bebê!

Chegando lá, ele perguntou na recepção onde era a sala da emergência, desesperado. Ele correu até o lugar, e entrou sem bater na porta.

- Quem é você? Não pode entrar aqui! – Gritou um dos médicos.

- Eu sou o marido dela! – Respondeu ele.

- Ah... tudo bem.

Então Matheus foi até o lado da esposa, e dei-lhe um beijo no rosto. Quase que no mesmo instante, ela acordou. E assim que abriu os olhos e viu seu marido, ela sorriu.

- É como a bela adormecida! – Disse ela.

Matheus sorriu. Mas durou pouco, a preocupação com o estado da esposa era maior.

- Doutor, isso afetou meu bebê?! – Perguntou Isadora, desesperada.

- Não mãe, se acalme. Você já pode ir para casa, se desejar. – Respondeu o médico.

Suspiros de alívio ressoaram. Matheus deu mais um beijo em Isadora, e foi até a recepção para assinar os papéis da alta, e esperou pouco, até ela sair.

- Você está bem, Dora? – Perguntou Matheus, quando ela chegou.

- Sim, estou melhor. Vamos logo. – Respondeu Isadora.

- Quer algo?

- Sim, ir para casa!

Saíram logo, a única coisa em que pensavam era voltar para casa. O dia começou turbulento, e o que mais queriam era tranqüilidade.

Entraram com pressa no carro, Isadora deitou sobre o ombro de Matheus. Logo ele ligou o carro e
acelerou de volta para casa. Isadora então foi para o banco de trás.

- Nada vai impedir nosso filho de nascer, Dora! – Disse Matheus, para tentar animar a esposa, que ainda estava abatida pelo mal estar que teve de manhã. Ela sorriu. Adorava aquele otimismo do marido.

O caminho estava tranqüilo, até eles passarem por um semáforo, que assim que eles atravessaram, ficou vermelho. Quase que no mesmo instante, um caminhão passou com toda a velocidade, e bateu de frente com a lateral traseira do carro onde eles estavam, fazendo o carro girar em torno dele mesmo. O caminhão bateu no lado onde estava Isadora, fazendo ela voar para o lado contrário e bater a cabeça no teto do carro. Vários cacos de vidro penetraram em sua barriga, colocando em risco a vida da criança.

Matheus não se feriu gravemente, e conseguiu acelerar o carro de volta ao hospital após ver Isadora desmaiada. Nem se importou com o estrago que o caminhão havia feito em seu carro. Ele não podia crer naquilo, dois incidentes contra Isadora, no mesmo dia!

Ele chegou até o hospital, e levou Isadora no colo até a emergência novamente. Ela não ficou lá muito tempo, foi logo levada à sala de cirurgia, para retirar os cacos de vidro da barriga.

Matheus foi barrado por uma enfermeira na porta da sala, ele não podia acompanhar a operação, e foi mandado esperar na sala de espera. Ele não conseguia ficar parado num lugar só, andava de um lado pro outro, bebia água há cada 2 minutos, saiu do hospital por um tempo, voltou, sentou, levantou novamente. Ele não sabia ficar quieto sabendo que a vida de sua mulher e de seu filho estava em risco.

A cirurgia durou 2 horas. Foi um sucesso, Isadora saiu sem sequelas. Sabia-se que a criança estava viva, mas não podia se saber se ele também não sofreu seqüelas causadas pelo acidente. Ela foi levada a um quarto.

Uma enfermeira avisou Matheus do término da cirurgia, ele correu como um louco.

- Minha mulher está bem?! E meu filho?! – Perguntou ele, desesperado.

- Sim, estão bem. Ela está no quarto 307, no 3º andar, pode ir até lá.

Ele nem mesmo agradeceu pela informação. Ele correu até o elevador, e apertou tremendo o botão do 3º andar. Ele estava suando frio, e a respiração estava trêmula.

Matheus entrou no quarto sem bater, e viu Isadora deitada na cama, ainda anestesiada e dormindo. Ele sentou-se numa cadeira ao lado da cama, e um médico entrou no quarto.

- Ela terá de ficar aqui por dois dias, em observação. O senhor é marido?

- Sim. Sou o marido dela. – Respondeu ele, enxugando as lágrimas que insistiam em cair de seus olhos.

- Ela vai ficar bem. Se for passar a noite aqui, posso pedir que lhe tragam um cobertor.

- Por favor...

O médico saiu. Matheus olhou para Isadora adormecida, e ainda com lágrimas escorrendo seu rosto, segurou sua mão.

Matheus ficou ao lado da esposa chorando por muito tempo. Ela não merecia sofrer como estava sofrendo, nem a criança!

Ele foi até a janela, e ficou observando o céu. Estava ensolarado, e não tinha nuvens. Então, ele levou um susto, Isadora deu um grito. Ele correu até a cama, e percebeu que ela estava tendo um pesadelo.

- Meu bebê não! Meu bebê não!!!! – Gritava ela.

Matheus beijou-a na testa, e torceu para que esse pesadelo acabasse logo. Ela parou de dizer essa frase, e começou a abrir os olhos devagar. Fechou novamente, por causa da luz do quarto, que era bastante forte. No mesmo instante, Matheus a abraçou.

- Eu estava sonhando que eu perdia o nosso filho! – Disse ela, ainda em desespero, segurando o rosto de Matheus.

- Fique calma Dora, você não pode ter esse tipo de emoção, tem que descansar. – Respondeu ele, docemente.

- Essa sua preocupação comigo me encanta, sabia? – Disse ela, após ficar rapidamente calma.

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