Capítulo 14 - A Fúria de Rogério e A Viagem dos Sonhos

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Enquanto isso, o pai de Isadora ficou pensando bastante sobre a morte de seu neto. De um minuto para o outro, decidiu exigir justiça, explodiu de raiva. Ele saiu como um louco a caminho do hospital, pedir explicações sobre o erro médico, que causou a perda do bebê.

Chegando lá, ele pediu que chamassem o médico responsável pelo caso de Isadora após o acidente
de carro, onde os cacos de vidro penetraram em sua barriga.

- Por favor, pode chamar o Dr. Pedro Alencar, urgente!? - Exigiu ele, ao chegar à recepção.

- Senhor, acalme-se. Esse médico está ocupado no momento, está no meio de uma cirurgia. O senhor terá de esperar... - Respondeu a recepcionista, assustada com a agitação de Rogério.

Ele deu um soco na mesa e foi sentar-se na sala de espera, no aguardo do médico, o qual estava à procura. Não se segurava sentado, levantou-se e ficou andando de um lado para o outro diversas vezes.

A espera infernal foi de quatro horas. Quando finalmente o médico passou pelo corredor ao lado, Rogério correu para chegar até ele.

- Dr. Pedro?!

- Sim?

- Eu exijo que você pague pelo erro que cometeu!

- Senhor, do que está falando?

- Meu neto morreu por culpa sua!

- O senhor é o pai da Isadora?

- Sim! E eu quero que você pelo menos se desculpe!

- Senhor, erros acontecem com todos. Não sou perfeito.

- Quantas faculdades de medicina você tem?

- Três, por quê?

- Pra um médico formado três vezes, deveria ter a competência suficiente para detectar cacos de vidro dentro da barriga da minha filha!

Então o alto falante do hospital soa. ''Dr. Pedro Alencar, dirigir-se até a sala de emergência.''.

- Senhor, eu sinto muito... - Disse o médico, com pressa.

- Vou processar você por isso! - Respondeu Rogério, furioso.

- Com licença.

O médico saiu, e Rogério começou a revirar tudo que via ao seu redor. Sentou-se na cadeira mais próxima, e não demorou nem mesmo dez segundos para começar a chorar. Uma enfermeira lhe deu um copo d'água, e logo ele se acalmou.

Durante todo aquele dia, o médico ficou pensando no erro que cometeu. Realmente ele poderia saber que Isadora tinha vidro dentro de seu corpo, antes que isso afetasse a criança. Mas ele não fez exame interno algum, e disse à paciente que estava tudo bem. Ele se sentiu extremamente culpado.

Chegando a sua casa, o médico jogou-se no sofá, e os pensamentos que o invadiam durante todo o dia retornaram, o fazendo sentir cada vez mais culpado. Ele ligou para Rogério. A única solução que o médico encontrou naquele momento para que sua imagem não fosse queimada por um escândalo judicial, foi subornar Rogério.

- Senhor... Me perdoe por fazer sua família sofrer desse modo... Essa culpa está me matando... - Suplicou ele, fingindo estar chorando.

- Deveria pensar nisso antes de matar meu neto! - Respondeu Rogério, ainda furioso.

- Quando quer para não me processar? - Perguntou o médico, parando o teatro.

- O que?!

- Vamos, diga quanto quer, antes que eu me arrependa.

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