Onze

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Jimin pulou da cama cedo na manhã seguinte, determinado a sair para o trabalho antes de Jungkook pensar em acordar. Enquanto seu coração começava a bater mais forte só de pensar na nova discussão que teriam, sua mente dizia que ele provavelmente procurara a Lista na internet na véspera, depois que os dois se empanturraram de bolinhos chineses. Jungkook era pior que um pit bull quando se tratava de não largar o osso, e passara o tempo todo em que comiam o perturbando sobre o restante da Lista. Jimin não queria saber o que ele achava de qualquer coisa depois do item número sete.

Ele estava quase saindo de casa, às sete da manhã, o que já era pavoroso, quando viu que a secretária eletrônica estava cheia de mensagens de novo. No caminho para pressionar o botão de apagar, ele hesitou. Com seus pais viajando, qualquer coisa podia acontecer: um deles podia adoecer ou algum outro tipo de emergência podia ocorrer. Quem sabe? Irene ou Jihyun podiam ter ligado para se desculpar.

—Duvido muito — murmurou ele ao apertar o botão de play.

Havia recados de três jornalistas, um de jornal impresso e dois da televisão, solicitando entrevistas. Duas ligações encerradas sem dizer nada, uma atrás da outra. A sexta mensagem era de Pamela Morris, que se apresentava como a irmã de Gina Landretti. Sua voz, com aqueles tons suaves e modulados de apresentadores de televisão, informava que ela adoraria recebê-lo no Good Morning Korea para falar sobre a Lista, que tinha virado uma sensação nacional. A sétima era da revista People, pedindo a mesma coisa.

Jimin tentou engolir a histeria enquanto ouvia mais três recados mudos. Fosse lá quem fosse que tinha ligado havia esperado um bom tempo em silêncio antes de desligar. Idiota.

Ele apagou os recados; não tinha intenção alguma de responder a qualquer um deles. Aquela situação deixara de ser uma besteira e se transformara em algo completamente ridículo.

O caminho até o carro foi feito sem qualquer visão de Jungkook, o que significava que sua manhã estava começando bem. Isso o deixou tão animado que ele ligou o rádio numa estação de música country e ficou ouvindo aquela canção das Dixie Chicks que dizia que Earl tinha de morrer. Ele até cantou junto, perguntando-se se Jungkook, o policial, acharia que a morte de Earl seria um homicídio justificável. Talvez os dois pudessem brigar sobre isso.

Ele sabia que a situação estava ruim quando o pensamento de brigar com Jungkook era mais empolgante do que, digamos, ganhar na loteria. Jimin nunca conhecera um cara que não se deixava intimidar por nada do que ele dissesse, e que também o enfrentava — verbalmente, quer dizer — sem nem pestanejar. Era uma sensação libertadora saber que poderia falar qualquer coisa sem chocá-lo. Às vezes, Jimin tinha a sensação de que o vizinho gostava de provocá-lo. Ele era cheio de si — de várias formas — e irritante, machão, inteligente e muito gostoso. E demonstrara o nível de reverência apropriado pelo carro do pai dele, além de ter feito um ótimo trabalho lavando e encerando o Viper.

Havia mais jornalistas nos portões da Hammerstead. Eles deviam ter descoberto qual era o carro dele, porque vários flashes começaram a explodir assim que Jimin diminuiu a velocidade para o guarda levantar a cancela. Ele abriu um sorriso

—Quer me levar para um test drive para ver se cumpro os requisitos? — perguntou o guarda.

—Vou ficar te devendo essa — respondeu Jimin. — Minha agenda já está lotada para os próximos dois anos e meio.

—Faz sentido — respondeu o guarda, e piscou.

Estava tão cedo que não havia mais ninguém no corredor verde-vômito. Porém, não era cedo demais para alguns dos nerds já terem chegado. Ele fez uma pausa para ler o novo cartaz no elevador: 

O homem perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora