TW! CUIDADO, CONTEM GATILHOS
Ao amanhecer de sábado, sonolento, Jungkook bocejou e sentou-se no sofá de Jennie. Por volta de meia-noite, Jimin e as garotas resolveram que a vigilância do apartamento poderia ser feita tão bem do lado de dentro quanto do de fora, e insistiram para que ele entrasse. Como estava cansado, Jungkook concordara.
Ele não dormira muito nos últimos dois dias e noites — teria conseguido mais horas de sono se não fosse por certo encrenqueiro que insistia em rebolar aquela bunda bonita —, e estava irritado depois de ter passado o dia atrás de pistas inúteis para um de seus outros casos, além de não conseguir descobrir nada nos arquivos da Hammerstead. Por enquanto, todos os nomes inseridos no sistema não apresentavam nada além de eventuais multas não pagas e alguns casos de brigas domésticas.
À meia-noite, abastecidas de cerveja e chocolate, os quatro amigos ainda estavam empolgados. Ryujin era uma versão mais tranquila de Lisa, similar na aparência e na voz, com o mesmo senso de humor escrachado. Eles conversaram até perder a voz, riram, choraram, tomaram cerveja e comeram tudo o que conseguiram encontrar. Fora bonito de se ver.
O velório festivo fora então transferido para a cozinha, e Jungkook se esticara no sofá. Ele tinha dormido, mas ficara atento aos barulhos que vinham da cozinha. Nada preocupante havia acontecido, tirando o fato de que ele descobrira que Jimin gostava de cantar quando ficava alegrinho.
Ao acordar, Jungkook notou, na mesma hora, que o barulho havia diminuído. Na verdade, tudo estava em silêncio. Com cuidado, ele abriu a porta da cozinha e deu uma espiada. Todos dormiam, a respiração pesada pelo cansaço e pelo álcool. Momo ressonava um pouco, um som delicado que não podia ser classificado como um ronco de verdade. Jungkook crescera numa casa com quatro irmãos e o pai; ele sabia o que era um ronco.
Jimin estava embaixo da mesa. Encolhido, com as mãos unidas servindo de travesseiro, ele parecia um anjo. Jeon soltou uma risada irônica; mas que mentira! provavelmente passou a vida inteira treinando dormir assim.
Jennie apoiava a cabeça nos braços cruzados, como uma criança na classe de alfabetização. Ela era boazinha, pensou Jungkook, mas também devia ser uma mulher forte, considerando os amigos que tinha. A cabeça de Ryujin também estava sobre a mesa, mas ela usava um descanso de panela como travesseiro duro. Várias coisas estranhas geralmente faziam sentido depois que uma pessoa bebia o suficiente.
Jungkook fez uma busca, encontrou o café e o filtro, e ligou a cafeteira, sem tentar fazer silêncio. Eles continuaram dormindo. Quando o café ficou pronto, ele revirou os armários atrás de xícaras e pegou cinco. Encheu quatro pela metade, para o caso de alguém estar com as mãos trêmulas, mas completou a sua. E, então, anunciou:
— Muito bem, está na hora de acordar.
Sua declaração foi tão eficaz que ele poderia estar falando com a parede.
— Pessoal! — tentou ele, mais alto. Nada. — Jimin! Jennie!Momo! Ryujin!
Jennie ergueu um pouquinho a cabeça, lançou-lhe um olhar sonolento e, então, voltou a se acomodar entre os braços. Os outros três nem se mexeram.
Um sorriso se abriu no rosto dele. Jungkook poderia sacudi-los até acordarem, mas isso não seria muito divertido. Divertido era pegar uma panela, uma colher de metal, bater uma contra a outra e observar os quatro levantarem de um pulo, com os olhos arregalados. Jimin bateu com a cabeça na mesa e gritou:
— Puta merda!
Tendo cumprido sua missão, Jungkook distribuiu as xícaras de café, abaixando-se para entregar a de Jimin; ele estava sentado de baixo da mesa, esfregando a cabeça e fazendo cara feia. Meu Deus, como Jungkook amava aquele cara!
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O homem perfeito
Romansa(EM ANDAMENTO) Como seria o homem perfeito? Esse é o assunto que Park Jimin e suas amigas discutem certa noite. Quais seriam suas principais qualidades? Seria ele alto, atraente e misterioso? Precisaria ser carinhoso e atencioso, ou apenas musculoso...