Dezenove

415 79 48
                                    

 CUIDADO, CONTÉM GATILHOS 


                                                                       MIN YOONGI


Não demorou muito para encontrarem Kim Jongin, conhecido como "Kai". Algumas perguntas levaram a polícia ao seu bar favorito, que levara ao nome de seus amigos, o que, por sua vez, levou a declarações como: 

— Pois é, Kai, hum, ele e a namorada, hum, brigaram e coisa e tal, e fiquei sabendo que ele está passando um tempo na casa de Suho.

—E qual é o nome desse tal de Suho? — perguntou o detetive Min Yoongi com tranquilidade, mas, mesmo quando ele parecia tranquilo, suas frases tendiam a soar, de alguma forma, como uma ameaça, porque o detetive Min era um homem de uma voz grave e rouca, e uma expressão que indicava que estava prestes a perder a paciência. Ele não podia fazer nada sobre a sua voz, não ligava para o sua expressão. O pacote completo era bem intimidador.

—Hum... Kim Jun-myeon.

—E você sabe onde Suho mora?

—No centro, cara.

Então, o detetive de Jamsil entrou em contato com a delegacia do centro, e Kim "Kai" Jongin foi levado para o interrogatório.

O humor do Sr. Kim não era dos melhores quando Yoongi se sentou diante dele para conversarem. Seus olhos estavam injetados, e o aroma que exalava era de bebida rançosa; talvez o mau humor pudesse ser atribuído à ressaca.

—Sr. Kim — disse o detetive num tom educado que, mesmo assim, fez o outro homem se retrair —, quando foi a última vez que viu a Srta. Manolan?

A cabeça de Kai se voltou para cima de supetão, um movimento do qual ele pareceu se arrepender. Quando conseguiu falar, respondeu, ranzinza:

—Na noite de quinta.

—Quinta-feira? Tem certeza?

—Sim, por quê? Ela disse que eu roubei alguma coisa? Lisa estava lá quando eu fui embora, e, se ela está dizendo que levei alguma coisa da casa dela, é mentira.

O detetive Yoongi não respondeu a essa declaração. Em vez disso, perguntou: 

— E onde o senhor esteve desde a noite de quinta?

—Na cadeia — respondeu o Sr. Joongin, ainda mais rabugento do que antes.

O detetive se recostou na cadeira, o único sinal externo de sua surpresa.

—Em qual cadeia?

—Na delegacia do centro.

—Quando o senhor foi preso?

—Na noite de quinta, em algum momento.

—E quando foi solto?

—Ontem à tarde.

—Então o senhor passou três dias hospedado na delegacia central? —O Sr. Kim abriu um sorriso irônico.

—Hospedado. Isso aí.

—Quais eram as acusações?

—Dirigir embriagado, e dizem que resisti à prisão.

Tudo isso poderia ser confirmado com facilidade. O detetive Min ofereceu café ao suspeito, mas não se surpreendeu quando ele recusou. Deixando o Sr. Kim sozinho, ele saiu da sala para telefonar para a delegacia central.

O homem não mentiu. Das onze e trinta e quatro da noite de quinta até as três e quarenta e um da tarde de domingo, o Sr. Kai estivera preso.

Era difícil encontrar um álibi melhor do que aquele.

O homem perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora