Capítulo 32

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↝ 𝐂𝐫𝐞𝐬𝐜𝐞𝐫 𝐞́ 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐝𝐞 𝐭𝐨𝐝𝐨 𝐭𝐫𝐨𝐩𝐞𝐜̧𝐨, 𝐮𝐦 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨. ↜

Anna

Assim que coloquei o pé para fora do prédio ainda com lágrimas nos olhos as quais foram difíceis de evitar depois de tudo que ouvir segundos atrás. Eu precisava extrair toda essa angústia do meu peito, talvez tudo pudesse melhorar.

Mas eu sabia que não melhoraria.

Esbarrei em algumas pessoas pela calçada, apenas sair correndo pela rua pouco iluminada. Era perigoso, mas eu queria que ninguém visse meu estado.

Com certeza Richard e Victoria viriam atrás de mim, mas nesse momento eu apenas quero ficar sozinha. estando sozinha eu posso chorar alto e deixar a dor do meu peito transparecer nas lágrimas, até para respirar eu tinha dificuldade. Andava sem ao menos saber para onde, não tinha estrutura alguma para olhar a direção em que estava indo, mas ao mesmo tempo sabia que não estava distante daquele prédio o qual meu desejo era fugir e se pudesse não mais voltar.

Sem rumo me sentei a beira da calçada, abracei as minhas pernas e encostei minha cabeça nos joelhas, eu precisava tentar me acalmar de alguma forma o único barulho que se ouvia era os dos carros e do vento intenso que faz nesse momento.

Minha mente trabalhava para conter minhas frustações, e várias perguntas viam a minha mente as quais não tinha respostas. Se eu não tivesse ido conversar com ele, estaria bem e aproveitando apenas meu pequeno que levo em meu ventre.

Como o olharia novamente? Depois de tudo que ele me disse, quando eu decidi conversar com ele o meu desejo era que as coisas se resolvessem e que ao saber da gravidez, pelo menos ele tivesse outro tipo de atitude. E se esse fosse o sinal que a nossa história nunca daria certo.

Mas amo tanto ele, chega doer. Porém eu deveria ter abertos meus olhos e não ter colocado esperanças nesse sentimento. Eu deveria saber que ele não iria mudar seu jeito egoísta e que o seu ego o levaria a solidão.

Tantas vezes quebramos a cara e agora mais uma vez me vejo chorando por ele. Tenho a certeza que meu coração está em pedaços, sei eu também ter errado em não ter esclarecido as coisas enquanto ainda tínhamos tempo.

O celular tocava e no visor podia ver o nome do Richard, ele deveria estar preocupado comigo, mas em meio as lágrimas em meus olhos desligo a chamada. Em meio a tudo isso sentia o meu corpo fraquejar, reunir minhas forças e levantei do chão inspirei por diversas vezes tentando fazer com que voltasse me sentir bem, mais uma tentativa falha.

Os primeiros passos foram difíceis, minha mente não me deixava quieta em meios a tantos pensamentos. As lágrimas voltaram com a mesma força dos meus pensamentos, começou a chuviscar de repente, a chuva começou a apertar cada vez mais e como se a chuva se misturasse a minhas lágrimas, a chuva batia em meu rosto e o cada passo meu corpo parecia gritar. Eu nunca estive preparada para amá-lo assim como ele nunca esteve disposto a me amar.

Os faróis dos carros iluminavam a avenida, com as sandálias nas mãos e meu corpo paralisado, tentava a todo custo sair do lugar, mas parecia que eu tinha criado raízes meu rosto molhado pela chuva e pelas lágrimas que ainda insistiam em cair.

Parece que a cada lágrima que eu derramo meu corpo adormece, a dor que sinto no peito parece que estão cravando uma faca nele.

Porque?

Porque tinha que ser assim?

Porque eu não poderia ter me apaixonado por alguém normal? Alguém que pelo menos soubesse o que significa a palavra amor.

Permitα-se Viver - ᶻᵃᵇᵈⁱᵉˡ ᵈᵉ ʲᵉˢᵘˢOnde histórias criam vida. Descubra agora