Capítulo 13

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A few days later...

Anna

Hoje é sexta-feira e aqui estou eu em mais um dia de trabalho na lanchonete. Vou ser sincera, não aguento mais trabalhar aqui, na época em que decidi trabalhar aqui seria uma forma de ocupar meu tempo, mas agora sei que posso almejar novos horizontes.

Já haviam se passado duas semanas que tinha iniciado a terapia, muita coisa mudou nesses últimos dias e algo me diz que ainda irá haver muitas mudanças. Devo confessar que se me perguntassem a um tempo atrás como eu estaria hoje, provavelmente responderia que trancada no meu quarto, sem ao menos conversar com as minhas amigas.

Mas vocês devem estar se perguntando o que aconteceu nesses dias, então vamos lá...

Eu continuo me encontrando com o Richard, na verdade, com todos eles. Eles vêm aqui todos dias para almoçar.

Minha amizade com Richard cresce a cada dia, ele é aquele tipo de cara gentil, compreensivo e cuidadoso, o tipo que qualquer pessoa gostaria de ter por perto.

Me sinto privilegiada pois encontrei uma nova família, amigos verdadeiros são uma família que o mundo te presenteia e vamos combinar que aquelas nove pessoas são bem malucas, mas que não me deixam desistir e estão sempre ao meu lado, além de me incentivar a acreditar em mim mesma sem medo do que possa vir a acontecer.

Continuo indo nas sessões de terapia, a princípio duas vezes na semana, e tenho tentado colocar em prática as dicas da doutora Camilla.

Aprendi a meditar, tenho feito exercícios físicos, e quando percebo que estou próxima a uma crise de ansiedade pratico exercícios respiratórios ou busco meu novo refúgio: A música.

Seja ouvindo ou cantarolando, a música fez com que eu me conectasse comigo mesma, me acalma além de me causar uma sensação de bem-estar a qual não sentia a muito tempo, me faz lembrar dos meus pais quando criança. Sempre ao dormir eles cantavam para mim e assim adormecia ao som das lindas melodias, essa é uma das únicas lembranças que tenho deles.

Eu estava receosa no início, mas vou confessar foi a melhor decisão que tomei na vida.

E quanto ao que aconteceu terça-feira passada lá em casa?

Ao chegar e ouvir da minha amiga que teria uma socialzinha na minha casa, claro que não gostei nenhum pouco. Mas Victoria com sua sensatez me fez aceitar, mas ao ver o Zabdiel em minha frente me fez mudar de ideia, o olhar perdido dele fez minha curiosidade aumentar e ouvir sua voz praticamente implorando para que eu o ouvisse e a cada palavra dita por ele pude ver a sinceridade em seu olhar, e decide desculpá-lo, pois carregar mágoas, rancor ou qualquer tipo de sentimento negativo nessa nova fase minha vida não iria me fazer bem.

Aquela noite foi tranquila, me fez enxergar um outro lado meu que até então não conhecia. Ficamos até tarde conversando e bebendo, e dessa vez não fiquei bêbada. 

Foi uma noite agradável, as vezes me sentia um castiçal, pois o povinho safado, mas nada tão difícil de lidar.

O Erick com suas piadas, as vezes sem graça, mas que me faziam rir. Joel com seu deboche, porque o menino debochado. O Chris com sua risada escandalosa que parecia uma hiena e sempre com fome, o Richard todo cuidadoso e o Zabdiel cumpriu sua palavra, em nenhum momento fez ou falou algo que me deixasse incomodada ou desconfortável, ele estava tentando conquistar minha confiança e minha amizade.

Mas o que mais achei estranho foram os olhares que o mesmo dirigia a mim, o que me causou uma sensação um tanto quanto estranha, meu corpo respondia a cada encarada sua, nunca tinha sentido algo assim, mas nada aconteceu entre nós, não sei se estou pronta para me relacionar com alguém.

Permitα-se Viver - ᶻᵃᵇᵈⁱᵉˡ ᵈᵉ ʲᵉˢᵘˢOnde histórias criam vida. Descubra agora