Capítulo Cinco

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ANALU RAMALHO
Le Reve Club, São Paulo.

— Mas e aí, não está a procura de uma boca pra beijar? — Matheus pergunta me encarando.

— Estou de boa na minha. — dou de ombros.

— Entendo, ficaria chato né. — o encaro confusa. — Você acabou de chegar em São Paulo sair pegando geral por aí ficaria feio pra você, assim, na minha opinião. — estava bom demais pra ser verdade.

— Primeiro, eu não pedi a sua opinião. Segundo muda esse teu pensamento de merda, talvez seja por causa dele que as garotas tem repulsa de se aproximar de você.

— Você é bem estressadinha, né?

— O estressadinho aqui é você, desde a hora que chegou está com essa cara de cu. Só sou estressada com quem passa dos limites comigo e caga pela boca, no seu caso, você fez os dois. — Matheus sorri de canto parecendo se divertir com a situação. — Idiota. — murmuro enquanto me afastava dele.

Babaca, idiota, insuportável.. é Analu, haja paciência pra você aturar esse cara.

Vou indo em direção ao banheiro enquanto sentia o meu corpo queimar de raiva, quem ele pensa que é pra falar esse tipo de coisa pra mim? O que tem de errado eu querer beijar geral só por ser a minha primeira vez aqui em Sampa? Não fode caralho, todo mundo é livre pra fazer o que quiser.

Passo pela porta do banheiro feminino e entro em uma das cabines, faço as minhas necessidades e dou descarga logo em seguida. Lavo minhas mãos e dou uma ajeitada no meu cabelo e uma retocada no batom, assim que saio para fora do banheiro minha vontade era de entrar novamente ao ver Matheus encostado na parede com as mãos dentro do bolso da sua calça jeans.

Passo por ele como se sua presença não existisse, mas sou puxada pelo braço com um pouco de brutalidade.

— Vamos fazer um acordo? — me solto dele. — É nítido que não nos damos bem. — por que será, né? — Vamos aprender a conviver um com o outro porque moramos no mesmo apartamento, você fica de um lado e eu de outro, pode ser?

— Isso pra mim parece perfeito, quanto mais longe de você eu estiver mais em paz irei ficar. — falo com deboche e ele revira os olhos.

— Você é insuportável garota.

— Te digo o mesmo. — pisco e giro meus pés voltando para o centro do local.

Vou andando a procura do meu irmão ou até mesmo da Isabella, mas não encontro os dois em lugar algum, desbloqueio o ecrã do meu celular e disco o número do meu irmão, ligo uma, duas, três vezes e todas as chamadas vão parar na caixa postal e o mesmo acontece quando eu ligo para a Isabella.

— Eu vou matar esses dois. — bufo enquanto pedia um uber pelo aplicativo, Matheus conseguiu estragar a minha primeira noitada em São Paulo.

E pra piorar não encontro meu irmão e nem Isabella em lugar algum, só Deus sabe onde esses dois foram se meter.

(...)

10:45AM.

Acordo no dia seguinte com o barulho de alguém entrando no quarto, abro os olhos com dificuldade e vejo que se tratava da Isabella só pelo seu jeito desengonçado de ser.

— Bom dia. — falo e ela solta um gritinho de susto, não hesito em cair na gargalhada. — Ta devendo?

— Me erra, Analu. — bufa e eu rio mais ainda. — Aposto que vou ser demitida, puta que me pariu.

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