Capítulo Treze

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ARTHUR RAMALHO
São Paulo.

Confesso que não estava preparado para receber a notícia de que minha mãe está com leucemia, ela sempre foi tão saudável que eu me recuso a acreditar que isso seja verdade.

Eu sempre conseguia manter a minha pose de durão, raramente alguém me via chorando por aí. Mas nesse momento é inevitável e tudo o que quero é por para fora essa dor e esse medo que estou sentindo.

— Arthur. — ouço a voz da Isabella e eu me viro a encarando, enquanto as lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto. — Eu sinto..

— Por favor, não fala nada. Só preciso de um abraço agora. — corto a sua fala e ela concorda com a cabeça se aproximando de mim.

Isabella envolve seus braços em volta do meu corpo e eu a abraço com força, chorando silenciosamente enquanto minhas lágrimas molhavam a sua roupa.

— Vai dar tudo certo, Arthur. — fala depois de longos minutos em silêncio. — Sua mãe é forte, ela vai sair dessa.

— Eu tenho muito medo. — confesso. — Acho que vou voltar para o Rio, não quero estar longe dela.

— Você sabe que essa não é a melhor opção, né? — se solta de mim me encarando. — Ela não vai querer que você largue a faculdade, o emprego para voltar ao Rio.

— Não quero que ela passe por isso sozinha. — suspiro.

— Mas ela não vai, ela tem o seu pai ao lado dela. Mas, se é isso mesmo o que você quer. — da de ombros. — Só pensa com calma, tem muita coisa em jogo. Sei que ela é sua mãe e você só quer ficar ao lado dela, mas estando perto sua vida vai mudar e você vai precisar lidar com muita coisa e ela também, tenho certeza que a tia Marília não quer que você ou a Analu a vejam assim.

— Eu não sei o que fazer.

— Você acabou de receber a notícia, está com medo e preocupado. Precisa de tempo para pensar no que realmente quer fazer, se a sua decisão final for voltar para o Rio, você volta. Mas não decida nada agora, que eu tenho certeza que vai se arrepender depois.

— Você tem razão. — suspiro. — Obrigado. — seguro a sua mão.

— Não precisa agradecer. — Isabella sorri sem graça. — Vou voltar para o meu quarto.

— Fica. — peço. —Dorme comigo hoje.

— Arthur, eu não acho que seja uma boa ideia.

— Por favor, dorme comigo só essa noite. — a encaro nos olhos.

— Não me olha assim, porra. — resmunga.

— Assim como?

— Assim, com esse olhar no qual eu não consigo dizer não. — sorrio de lado. — Não sorri assim também.

— Porra, não posso fazer nada então? — pergunto rindo enquanto puxava ela pela cintura, a trazendo para perto de mim. — Vai dormir comigo hoje?

— Não acostuma. — sorrio largo e levo minha mão até a sua nuca.

— Quem vai acostumar vai ser você. — pisco e ela revira os olhos rindo.

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