ARTHUR RAMALHO
São Paulo.Confesso que não estava preparado para receber a notícia de que minha mãe está com leucemia, ela sempre foi tão saudável que eu me recuso a acreditar que isso seja verdade.
Eu sempre conseguia manter a minha pose de durão, raramente alguém me via chorando por aí. Mas nesse momento é inevitável e tudo o que quero é por para fora essa dor e esse medo que estou sentindo.
— Arthur. — ouço a voz da Isabella e eu me viro a encarando, enquanto as lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto. — Eu sinto..
— Por favor, não fala nada. Só preciso de um abraço agora. — corto a sua fala e ela concorda com a cabeça se aproximando de mim.
Isabella envolve seus braços em volta do meu corpo e eu a abraço com força, chorando silenciosamente enquanto minhas lágrimas molhavam a sua roupa.
— Vai dar tudo certo, Arthur. — fala depois de longos minutos em silêncio. — Sua mãe é forte, ela vai sair dessa.
— Eu tenho muito medo. — confesso. — Acho que vou voltar para o Rio, não quero estar longe dela.
— Você sabe que essa não é a melhor opção, né? — se solta de mim me encarando. — Ela não vai querer que você largue a faculdade, o emprego para voltar ao Rio.
— Não quero que ela passe por isso sozinha. — suspiro.
— Mas ela não vai, ela tem o seu pai ao lado dela. Mas, se é isso mesmo o que você quer. — da de ombros. — Só pensa com calma, tem muita coisa em jogo. Sei que ela é sua mãe e você só quer ficar ao lado dela, mas estando perto sua vida vai mudar e você vai precisar lidar com muita coisa e ela também, tenho certeza que a tia Marília não quer que você ou a Analu a vejam assim.
— Eu não sei o que fazer.
— Você acabou de receber a notícia, está com medo e preocupado. Precisa de tempo para pensar no que realmente quer fazer, se a sua decisão final for voltar para o Rio, você volta. Mas não decida nada agora, que eu tenho certeza que vai se arrepender depois.
— Você tem razão. — suspiro. — Obrigado. — seguro a sua mão.
— Não precisa agradecer. — Isabella sorri sem graça. — Vou voltar para o meu quarto.
— Fica. — peço. —Dorme comigo hoje.
— Arthur, eu não acho que seja uma boa ideia.
— Por favor, dorme comigo só essa noite. — a encaro nos olhos.
— Não me olha assim, porra. — resmunga.
— Assim como?
— Assim, com esse olhar no qual eu não consigo dizer não. — sorrio de lado. — Não sorri assim também.
— Porra, não posso fazer nada então? — pergunto rindo enquanto puxava ela pela cintura, a trazendo para perto de mim. — Vai dormir comigo hoje?
— Não acostuma. — sorrio largo e levo minha mão até a sua nuca.
— Quem vai acostumar vai ser você. — pisco e ela revira os olhos rindo.
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Meu Melhor Lugar
RomanceMatheus Palhares, um homem frio e completamente fechado para o amor após a morte de sua namorada em um acidente de carro, pelo qual sofreram juntos e somente ele sobreviveu. Domado pelo sentimento de culpa, saudade e a dor da perda, Matheus nunca ma...