Capítulo Dezessete

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MATHEUS PALHARES
Copacabana, Rio de Janeiro.

O clima estava pesado na mesa de jantar, ninguém tomava a frente de puxar algum assunto. Acho que a conversa que Analu teve com sua mãe não foi uma das melhores já que ambas não estavam trocando nem contato visual.

— Mas e você Matheus, o que faz da vida? — o pai da Analu pergunta quebrando o clima.

— Estou cursando o quarto ano de Direito e trabalho em uma advocacia.

— Sua família toda mora em São Paulo?

— Não, a maioria dos meus familiares moram aqui no Rio de Janeiro. — ergo os ombros.

— Bacana. — sorri. — Vocês não vão sair hoje? Está uma noite tão bonita, deveriam se divertir.

— Não viemos para isso, pai. — Analu responde curta. — Licença, perdi o apetite.

Todos nós observamos Analu se levantar da cadeira e sair da sala de jantar, ouço dona Marília suspirar fundo e o senhor Carlos toca em sua mão, fazendo a mesma sorrir fraco.

— Ela precisa de tempo pra assimilar tudo isso, mãe. — Arthur fala. — Analu teve medo que eu reagisse mal mas na verdade é ela que não está lidando muito bem com a situação.

— Eu entendo o lado dela, não é fácil lidar quando sua mãe tem câncer. — Isabella fala.

— Em um estágio muito avançado onde as chances de sobrevivência são poucas, até que dá pra entender o lado dela mas ela não está entendendo o meu. — Marília suspira fundo mais uma vez. — Ela queria largar tudo pra voltar a morar aqui, ela iria desperdiçar dois anos de cursinho, iria desistir do sonho dela só pra estar ao meu lado, ela não está sendo racional em pensar assim.

— É porque ela tem medo. — falo e Marília me encara. — Ela ter medo de perder a senhora e estar quilômetros de distância de você, ela tem medo que algo muito ruim aconteça enquanto ela está longe. A notícia ainda é recente e pra assimilar tudo isso leva tempo, ela não está sendo racional porque está com medo.

— Matheus tem razão, amor. Vai levar tempo até que Analu assimile toda esse informação, logo ela já irá começar a lidar melhor.

— Espero, Carlos.

Terminamos de jantar enquanto Isabella engatou um assunto qualquer para o clima não ficar pesado novamente e eu só conseguia pensar nela, em como ela está e o que deve estar fazendo agora.

— O jantar estava uma delícia, Marília. — falo e a mesma sorri. — Se me dão licença, irei para o quarto. — me levanto da cadeira e antes mesmo que eu pudesse deixar a sala de jantar, Marília me chama.

— Matheus. — a encaro. — Fala com ela. — pede e eu concordo com o a cabeça.

Ajeito a cadeira em seu lugar e giro meus pés deixando a sala de jantar, caminho em direção do quarto da Analu e antes de adentrar o mesmo dou algumas batidas na porta.

— Entra. — murmura.

— Prefere que eu durma no sofá da sala? — pergunto após fechar a porta.

— Por que eu iria querer isso? — pergunta sem me encarar.

— Eu não sei, só pensei que..

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