Capítulo Três

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O que eu devo fazer sem você?
É tarde demais para catar os pedaços?
Muito cedo para se desfazer deles?
Você se sente abatida assim como eu?
Seu rosto, ele faz meu corpo doer
Isso não vai me deixar em paz
Always | Gavin James.

MATHEUS PALHARES
São Paulo.

Estreito os olhos quando noto que a porta do apartamento só estava encostada, mas logo me recordo que hoje a irmã do Arthur chegaria.

A manhã de hoje foi um saco, estou fazendo estágio em uma Advocacia muito famosa aqui em São Paulo, pra minha infelicidade eu não posso cuidar dos casos, apenas auxílio o advogado responsável.

Tudo o que eu preciso no momento é da minha cama, resultado de ter chegado quase às três da manhã hoje. Fui me encontrar com a Bianca, a médica que eu havia conhecido na última vez que frequentei o Le Reve Club.

Caminho até o meu quarto na intenção de cair direto na cama, mas freio os pés assim que vejo uma morena em frente ao meu criado mudo. A olho de cima a baixo e não posso deixar de notar em seu corpo, a calça jeans que marcava perfeitamente o seu bumbum, a blusinha costa nua que deixava exposta a sua tatuagem.. saio dos meus pensamentos obscenos assim que percebo que ela segurava o retrato meu e da Isabel.

— O que você pensa que está fazendo? — engrosso a voz a assustando, ouvindo então o baralho do meu retrato no chão.

Meu sangue ferve ao ver os estilhaços dos vidros espalhados pelo quarto, a morena rapidamente se vira para mim e eu sinto um choque percorrer por todo o meu corpo assim que nossos olhares se cruzam, seus traços eram semelhantes aos da Isabel, mas nada comparado.

— Meu Deus, me desculpa.. eu.. — fala toda nervosa e eu caminho até ela rapidamente a assustando com a aproximação brusca.

— O que você está fazendo aqui? Esse não é quarto no qual irá ficar. — falo com frieza e ela faz uma careta.

— Percebi depois que eu entrei.

— E acha certo da sua parte mexer no que não é seu? — me abaixo para catar os cacos de vidros.

— Eu te..

— Não. — corto sua fala com dureza. — Já fez estrago o suficiente, agora vaza. — falo com a voz carregada de raiva, a olho de relance vendo que ela ainda permanecia parada, o que de certa forma estava me deixando mais puto ainda. — Vai caralho, mandei você sair. — aumento o tom de voz.

— Que gritaria é essa. — ouço a voz da Isabella e respiro fundo.

— Teu amigo, provavelmente desconhece a palavra respeito. — debocha o que me faz levantar do chão com rapidez.

— Sério que vai querer falar de respeito, garota? Você estava vasculhando as minhas coisas.

— Vasculhando não. — aponta o dedo em minha direção. — Entrei no quarto e analisei o local, vi uma foto no criado mudo e quis dar uma olhadinha e por sinal a sua namorada é minuto bonita.. — trinco o maxilar, encaro a Isabella que já entende o recado caminhando até a amiga e a puxando para fora do quarto.

Caminho até a porta a fechando com força, volto para perto do criado mudo e pego a nossa foto em mãos, tirando alguns resíduos de vidro que estavam em cima da mesma.

— Garota abusada da porra. — murmuro com raiva. — Seria tudo tão diferente se você estivesse aqui, meu amor. — suspiro enquanto dedilhava a foto, passando com meu dedos sobre a face da Isabel.

(...)

— Para de ser preguiçoso, Matheus. — Isabel fala quando eu paro de correr.

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