Capítulo Dezoito

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ANALU RAMALHO
São Paulo.
2 semanas depois, 7 de Abril.
Sábado, 08:30AM.

Já se passaram duas semanas desde a minha ida para o Rio de Janeiro, minha mãe e eu tivemos uma conversa antes que eu voltasse para São Paulo. Depois das palavras do Matheus, entendi que não posso parar minha vida e deixar meu sonho de lado para acompanhar a minha mãe em suas sessões de quimioterapia, até porque esse não é e nunca será o desejo dela.

— Oi mãe, como você está? — pergunto a vendo pela tela do meu celular. — Como foi a quimioterapia ontem?

— Oi filha. — sorri. — Apesar de sentir uma oscilação absurda entre frio calor durante a noite, estou bem graças a Deus.

— Que bom mãe, fico feliz em saber que está bem.

— E o seu irmão?

— Ainda está dormindo. — ergo os ombros. — Isabella e ele estão juntos, acho que agora é real oficial.

— Fui pega de surpresa quando soube desses dois. — ri. — Mas confesso que gostei muito, os dois formam um belo casal. Igual você e o Matheus.

— Matheus e eu não somos um casal mãe. — reviro os olhos. — Samos amigos.

— Mentira dona Marília, somos um casal sim. — Matheus fala parando ao meu lado.

— Oi querido, como você está? — minha mãe pergunta toda simpática.

— Estou bem e a senhora?

— Melhor do que nunca. — sorri.

— Vamos? — Matheus pergunta me encarando.

— Onde vocês dois vão uma hora dessas?

— Vou levar sua filha pra caminhar comigo, ela anda muito sedentária ultimamente. — Matheus responde e eu reviro os olhos.

— Analu caminhando? Que milagre é esse minha filha? — minha mãe ri e eu ergo os ombros. — Bom, então vou desligar, se cuidem.

— Tchau mãe. — sorrio e Matheus apenas acena com a mão. — Será que você pode parar de se intrometer na minha ligação com a minha mãe? — pergunto após encerrar a chamada.

— Preciso dar uma atenção pra minha sogra. — fala com deboche e eu lhe dou um tapa.

— Sogra só se for no seu sonho, Matheus. — levanto da cadeira. — Vamos logo, antes que a minha preguiça fale mais alto.

— Não poderia ter colocado uma calça? — pergunta.

— Por que? Acha que está curto demais? — me viro de costas para ele e o encaro por cima do ombro, Matheus nega com a cabeça com um sorriso de canto nos lábios.

— Vamos logo, garota.

— Prometo não correr na sua frente, vai que você perde o foco né. — falo debochada.

— Vou amar se você correr na minha frente, a vista que vou ter vai ser maravilhosa. — reviro os olhos enquanto ria, idiota.

Posso dizer que durante essas semanas que passaram Matheus e eu estamos próximos, bem próximos aliás. Apesar do medo sempre bater na minha porta por ele ser um homem imprevisível e cheio de surpresas, estou me deixando levar nessa "amizade" que estamos tendo, na maioria das vezes eu tento me controlar sempre quando estamos juntos já que ficar ao lado dele me desperta vontades e desejos que não cabem dentro de mim, não posso me deixar levar demais e acabar confundindo as coisas.

— Vai sair hoje à noite? — pergunto assim que saímos do apartamento.

— Por que? Vai me chamar pra sair? — adentramos o elevador.

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