Capítulo Seis

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ARTHUR RAMALHO
Le Rave Club, São Paulo.
12:35AM.

— Você não acha que está bebendo muito pra quem trabalha amanhã cedo? — pergunto encarando a Isabella que revira os olhos.

— E você não acha que está cuidando muito da minha vida?

— Vocês dois não conseguem ficar sem brigar? — Matheus pergunta de maneira simples encarando nós dois.

— Não. — Isabella e eu falamos ao mesmo tempo.

— Sabe qual é a real disso tudo? É que vocês dois devem se amar e todo esse ódio gratuito que tem um pelo outro não passa de amor enrustido.

— Você viaja demais, Matheus. — falo negando com a cabeça. — Isso passa muito longe de amor.

— E pela primeira vez eu concordo com esse idiota. — Isabella fala. — Qualquer coisa avisa a Analu que eu fui dar uma volta, não aguento ficar perto desse embuste. — me encara com desdém e eu reviro os olhos.

— Vou dar um rolê também, essa aí consegue acabar com a minha noite fácil. — falo e giro meus pés me afastando dos dois.

Isabella e eu não nos damos bem desde quando ela começou a frequentar a minha casa e isso já faz tempo a beça. Ela sempre foi a típica menininha mimada, tem tudo o quer e na hora que quer, era uma garota completamente fútil.

Não conseguíamos ficar no mesmo local juntos por muito tempo que sempre saía faísca no final, o que não é muito diferente de hoje em dia. Apesar da sua evolução desde que nos conhecemos, nosso santo ainda continua não se batendo e sempre brigamos quando nos esbarramos.

Morar com alguém que você não suporta é extremamente difícil e é como se fosse um desafio de sobrevivência. Mas fazer o que, tenho que seguir firme e forte, porque morar sozinho não rola, custo é alto demais e ainda não sou formado em Direito para ter meu lucro bom e me mandar do ap do Matheus.

Avisto alguns amigos da faculdade em uma rodinha e vou na direção deles, pelo menos com eles minha noite não corre o perigo de ser um porre.

— Fala ai Arthurzinho. — Ricardo fala quando me aproximo deles.

— E aí parceiro, de boa? — faço um toque de mão com ele.

— De boa pô, pega uma breja aí cara. — aponta para o baldinho de Heineken e eu já pego logo um garrafinha.

— Veio sozinho? — Ulisses, um outro colega de faculdade pergunta.

— Vim nada, tô com os colegas do meu ap e a minha irmã.

— Tu nem me falou que tinha uma irmã pô. — Ricardo sorri de lado.

— Esquece parceiro, minha irmã não é pro teu bico, se liga. — beberico minha cerveja.

— Vou te falar em Arthur, tu disse que aquela mina era chatona e pá. Mas pensa em um beijo gostoso, rapaz. — Ícaro chega perto de nós, o encaro com o cenho franzido sem entender do que ele estava falando. — Aquela tal de Isabella. — trinco o maxilar ao ouvir o nome.

Sorrio fraco ignorando completamente a sensação estranha que eu senti ao ouvir Ícaro dizer que deu uns beijos na Isabella.

(...)

12:50AM.

Nego com a cabeça enquanto caminhava em direção a Isabella, que já estava prestes a se meter um treta do caralho com uma loira.

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