Capítulo Quinze

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ANALU RAMALHO
Copacabana, Rio de Janeiro.
Sábado, 02:30AM.

— Tudo bem? — Matheus pergunta direcionando o olhar para mim por alguns segundos e volta a prestar atenção no volante.

— Sim. — respondo sem o encarar e solto um suspiro em seguida. — Na verdade não, é difícil aceitar o fato que estou indo visitar meus pais por causa do câncer da minha mãe.

— Sabe que não está indo somente por causa disso né? — fico em silêncio. — Qual é garota, além de estar indo prestar apoio a sua mãe também irá se distrair, ver umas amigas, sei lá. — dou de ombros sem muito ânimo. — Você está muito deprimida.

— E você muito alto astral, geralmente os papéis são invertidos. — falo e ouço sua risada. — Vai ficar aonde aqui no Rio? — pergunto mudando de assunto.

— Como ainda é de madrugada, na sua casa. — merda. — Mas assim que eu acordar vou para casa dos meus tios, meu primo quer trocar uma ideia comigo. — revira os olhos entediado. — Vai me ceder sua cama pra dormir?

— Vou te ceder a casinha do meu cachorro, isso sim.

— Que isso Analu, quanta maldade nesse teu coração. — brinca e eu reviro os olhos rindo.

Não demorou muito para que chegássemos no condomínio da minha casa, passamos pela portaria e em segundos eu já conseguia avistar dona Marília parada ao lado de fora da garagem nos esperando, isso é tão a cara dela.

— Aquela é a sua mãe? — Matheus pergunta e eu apenas concordo com a cabeça. — Ei, fica tranquila deixa pra vocês conversarem amanhã. — aperta minha coxa levemente.

Ok, confesso que toda essa motivação e apoio que Matheus está prestando a mim é muito estranho e incomum, a última pessoa que eu esperava que fizesse isso por mim é ele.

— Chegamos? — Isabella pergunta se despertando. — Vou ligar para o meu..

— Você vai dormir comigo, Isabella. — meu irmão corta sua fala. — Amanhã te levo na casa dos seus pais.

— Vocês vão dormir aí no carro ou vão sair logo? — minha mãe fala nos fazendo rir, como eu senti falta desse humor.

Saio do carro e lhe dou um abraço apertado, fecho os olhos com força segurando o choro que já estava preso na minha garganta, me solto dela antes mesmo que eu pudesse desabar.

— Fala ai minha véia. — Arthur puxa nossa mãe para um abraço.

— Véia é teu rabo, me respeita garoto. — belisca meu irmão. — Quanto tempo Isa, você está tão linda. — abraça minha amiga.

— Obrigada tia, a senhora que tá toda bonitona. — sorri.

— E esse bonitão, quem é? — minha mãe pergunta olhando para o Matheus.

— Matheus, prazer. — cumprimenta minha mãe com um beijo no rosto.

— E o papai? — pergunto.

— No décimo quinto sono. — minha mãe ri. — Vem vamos entrar, vocês precisam descansar.

Isabella e eu acompanhamos minha mãe para dentro de casa enquanto Arthur e Matheus ficaram encarregados de trazer nossas coisas.

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