Capítulo Vinte e Três

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MATHEUS PALHARES
São Paulo.

Rian pegou no meu pé pra caralho por não ter avisado o pessoal que ele vinha morar com a gente, mas porra essas duas semanas foram tão corridas que eu até tinha me esquecido dessa parada. Depois do almoço vim pra advocacia trabalhar, só caso dos grandes uma pena que eu não posso ficar responsável mas o fato de poder auxiliar e acompanhar de perto já valia muito.

Olho no meu smartwatch e ainda faltava meia hora pra eu sair do trabalho, pego meu celular e fico de bobeira mexendo nas minhas redes sociais. Primeira coisa que apareceu no feed do meu Instagram foi uma foto da Analu do final de semana, deixo uma curtida e fico babando na sua beleza, por que a filha da puta tem que ser tão linda? Essa mina tira o meu juízo, papo reto. Estreito os olhos quando vejo a mensagem da minha mãe pela barra de notificação.

Eva Palhares

E: Esqueceu que tem mãe filho da puta? (05:30PM)
E: Da uma passada aqui em casa. É urgente! (05:30PM)

M: Esqueci de nada não, dona Eva. (05:32PM)
M: Ih mãe, se for problema pra minha cabeça eu nem vou em, já tô avisando. (05:32PM)

E: Seu pai quer falar com você.. (05:32PM)

M: Problema pra cabeça, não vou. (05:33PM)
M: Beijo mãe, te amo. (05:33PM)

Bloqueio a tela do meu celular respirando fundo, já sei bem o que meu pai quer falar comigo e eu não tô afim de quebrar minha cabeça com ele, pelo menos não hoje. Já vou ter que resolver a parada do Rian com o Arthur que vai me render um problema do caralho, ir na casa dos meus pais agora pra ouvir o meu pai enchendo meu saco pra eu assumir a porra da empresa dele não vai dar certo, prezo pela minha paciência.

— Ainda não foi embora? — Fernanda pergunta entrando na minha sala sem bater na porta.

— Bom, se você está me vendo aqui é porque não fui né. — respondo grosso mesmo, chata pra caralho.

— Qual é a sua em Matheus? — pergunta irritada. — Cê me evita por meses aí num final de semana me beija e depois quer vir na ignorância comigo? Aceito isso não.

— Só meter o pé, gata. — falo debochado e a encaro. — O que tu quer em Fernanda? Até onde eu sei seu horário é até as cinco.

— Tô com saudade de você.. — fala manhosa e eu controlo a vontade de revirar os olhos, mania feia que peguei da Analu. — Pô a gente se dava tão bem, nosso beijo encaixa, nossa transa é boa, o que aconteceu pra você se afastar de mim? — na moral, as vezes acho que taquei pedra na cruz porque não é possível um bagulho desses não.

— Cê já sabe de tudo Fernanda, sabe que me afastei porque você tava querendo me cobrar coisas que não tinha cabimento porque nunca tivemos nada.

— A gente ficava.

— Mas continuávamos solteiros. — esclareço. — Sempre deixei claro que seria apenas uma amizade colorida, sem nada de compromisso e você confundiu as coisas quando surtou de ciúmes pra cima de mim.

— Eu não surtei. — fala e eu rio com deboche.

— Você se faz demais Fernanda, papo reto. — nego com a cabeça e levanto da minha cadeira.

— Me da uma carona pelo menos? Ou até isso cê vai me negar? — não seria uma má ideia negar.

— Já vou logo avisando que vai ser apenas uma carona, se vier com suas gracinhas pra cima de mim eu te chuto pra fora do meu carro. — falo pegando minha maleta e ela apenas concorda com a cabeça.

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