Paris III.

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Juliette não pôde deixar de suspirar quando entrou na grande suíte. Era tudo tão maravilhoso. As maravilhas que o dinheiro conseguia comprar.

– Vou deixar suas malas aqui. - o carregador disse.

– Ah, sim. Obrigada. - ela disse pegando a carteira.

Quando o rapaz colocou a última mala no chão, ela sorriu e lhe alcançou uma cédula de dinheiro. Ele sorriu agradecido e lhe desejou uma ótima estadia, saindo logo depois e fechando a porta. Ela olhou novamente ao redor e começou a conhecer os cômodos. A vista que se podia contemplar da sacada era magnífica. Em pleno vigésimo terceiro andar, se via boa parte da cidade que já começava a se iluminar com a chegada da noite e ela sorriu diante a tanto esplendor. Era uma cidade realmente linda.

Teria que tirar fotos depois para mostrar tudo as amigas. Sem sombra de dúvidas iriam ficar loucas com tudo aquilo. Tentando ignorar a enorme cama coberta por lençóis de cetim e o fato de que quando a noite chegasse seria um calvário o desafio de dormir ao lado daquela mulher, ela começou a se organizar.

Não fazia ideia de como tanta roupa e tanto sapato haviam entrado em apenas uma mala. Tinha roupa suficiente para uma semana inteira. Tirando com cuidado o luxuoso vestido branco, ela o estendeu na cama e tentou ajeitá-lo. No meio de tantas coisas ele havia amassado.

Lembrou-se que o carregador havia lhe dito que geralmente o jantar era servido às 10 da noite, e que ele ainda lhe alertara com o fuso horário. Segundo o relógio do quarto, faltavam três horas para as dez da noite. O que lhe dava tempo de sobra para um belo banho na gigantesca banheira de hidromassagem que tinha no banheiro, ela sorriu maravilhada.

A vida era tão mais fácil quando se tinha dinheiro... Ela logo se despiu e enquanto a banheira enchia, ela experimentou um dos roupões de banho cheirosos que tinham o símbolo do hotel bordado. Logo a banheira encheu e ela atirou o roupão sobre a cama. Errou, pois o mesmo foi ao chão. Ela riu, mas não foi juntá-lo, preferiu entrar logo na banheira.

Tinha tantos tipos de sais minerais e hidratantes para o corpo que ela resolveu colocar um pouco de cada, fazendo uma espuma e tanto. Na casa de Sarah também tinha banheira de hidromassagem, porém não tão sofisticada e grande como aquela.

Quarenta minutos depois, ainda relutante, ela saiu da banheira com os dedos enrugados. Secou-se e começou a se aprontar, afinal, não podia fazer feio perto de homens tão importantes quanto os franceses pareciam ser.

Uma hora e meia depois, com o olho bem delineado e com a maquiagem e o cabelo impecáveis, ela se ocupou de vestir o luxuoso vestido pela primeira vez. Contendo a ansiedade, ela colocou a sandália antes de se olhar no espelho, quando por fim se olhou sorriu satisfeita.

O vestido com alças transpassadas aumentava seu busto e afinava sua cintura, tendo um contraste lindo com o cabelo um pouco. Respirou fundo e olhou para o relógio. Já estava na hora... e Sarah nem havia ido lhe buscar no quarto. Ela pensou magoada antes de sair da suíte se equilibrando no salto alto.

Sem vergonha, pediu informações até que finalmente chegou ao salão onde muitas pessoas riam e jantavam animadas. Com uma bela varrida com o olhar no salão, encontrou Sarah sentada em uma mesa ao fundo com um belo sorriso nos lábios, enquanto parecia conversar animadamente com um homem e uma mulher. Os acionistas, ela concluiu.

Na mesa ao lado de Sarah também estava Viviane, a secretária. Felizmente ela havia mudado de roupa, mas o vestido rosa, parecia tão ou mais chamativo do que o azul. Com passos confiantes Juliette começou a se aproximar, inconsciente dos olhares que lhe lançavam os homem e as mulheres.

Viviane foi a primeira a notá-la no salão, Sarah pareceu percebê-la logo depois. E pelo novo sorriso que se formou em seus lábios, ela aprovara sua produção.

– Juliette. - ela disse se levantando, e sendo imitada pelos dois que lhe faziam companhia.

– Sarah – ela respondeu sorrindo – você não foi me chamar, pensei que não quisesse minha companhia.

– Desculpe. - ela disse parecendo sincera – Estava quase subindo para lhe chamar. Viviane disse que bateu em nossa suíte, mas você não atendeu.

Ela franziu as sobrancelhas. Fazia mais de uma hora que havia saído do banho, e mesmo enquanto estava na banheira, ela ouviria sem a menor sombra de duvidas se alguém tivesse batido na porta.

– Oh, creio que posso ter estado bastante distraída. - ela disse sorrindo para Viviane, porém algo lhe dizia que a mulher estava mentindo.

– Deixe-me lhes apresentar. – Sarah pediu – Esta é minha esposa, Juliette e estes são Rodolffo e Vívian. - ela disse.

– É um prazer conhecê-los. – Juliette disse.

– O prazer é nosso em ver tanta beleza reunida em uma mesma mulher. - o moreno disse beijando sua mão.

Logo Vivian a imitou sorrindo simpática e Juliette corou, sentando-se ao lado de Sarah. Não demorou muito para que o jantar fosse servido, e assim que Sarah teve a oportunidade disse baixo suficiente para que apenas ela escutasse.

– Você me surpreendeu muito hoje.

Freire fez uma cara de desentendida.

– Estou falando do vestido. Quando o comprei te imaginei dentro dele, mas está muito melhor do que a minha imaginação. - ela disse maliciosa lançando um olhar rápido para o decote que as alças transpassadas forneciam.

Juliette riu e corou ao mesmo tempo.

– Então Juliette... - Rodolffo disse as interrompendo – Você está gostando daqui?

Tudo estava transcorrendo bem durante o jantar e os franceses estavam encantados com a ternura de Juliette. Ela não estava diferente, estava se deliciando com a sobremesa quando Viviane disse cheia de veneno.

– E então Sarah, quando vamos repetir a dose?

Juliette engasgou.

– Quando tivermos outra conferência. - ela disse despreocupada olhando para ver se Juliette estava bem.

Ela tomou um gole de água e limpou a garganta, sentindo-se envergonhada. Aquilo já era demais. Elas estavam marcando o próximo encontro na sua frente? Como se tivesse lido seus pensamentos, os acionistas levantarem-se e Vivian falou.

– Nós já vamos. - anunciou começando a se despedir.

Após mais alguns cumprimentos e elogios eles se retiraram, e Juliette incomodada com as companhias que restaram disse.

– Se me dão licença, vou deixá-las a sós. - ela disse girando nos calcanhares e saindo pela mesma porta que havia entrado.

*Acho que tem alguém com ciúmes aí...*

Amor Por Contrato | Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora