Amor Por Contrato | Sariette

Odeio amar você.

Boa leitura. 😬❤️

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Sarah's POV

'Acordei' com o peso de um caminhão sobre meu corpo, não dormia há dias, meus olhos se recusavam a fechar, se recusavam a qualquer coisa na verdade. Eu poderia dizer que estava presa em um pesadelo, e o que era pior: ninguém poderia me acordar porque eu nem sequer estava dormindo.

Depois que Juliette me contou a verdade o clima ficou estranho entre nós, parece que ela só precisava disso para se libertar da imagem de boa moça que passava pra todo mundo.

Que ótima atriz!

– Oh, você acha mesmo que eu me apaixonaria tão rápido? Por alguém tão arrogante quanto você? Tenha dó, Sarah. Você não é o centro do mundo.

Ela falava com desdém e eu nem conseguia revidar. Estava quebrada, me sentindo idiota e usada. Ninguém nunca fez algo do tipo comigo, o que eu tinha de errado afinal!? Como pude me enganar tanto com ela!? Ah meu Deus! Meu Deus, eu estava apaixonada por uma criminosa.

– Olha para você? É tão vazia quanto essa casa vai ficar quando eu finalmente me livrar daqui. Lide com a solidão, Sarah. Lide com a solidão. Ninguém virá te salvar, sabe porque? Ninguém realmente se importa.

Eu não entendia porque ela me atacava daquele jeito. Não entendia como ela tinha se transformado de um dia para o outro.

– Era tudo mentira? Juliette... Tudo? Não pode ser, você não pode ter me enganado desse jeito! Você é uma maldita pedra de gelo.

– E você é carente. Você pode ter todas as mulheres dessa cidade, mas na primeira oportunidade de ter alguém que realmente fique, você derrete. Seu erro. Minha oportunidade. E eu soube aproveitar bem, não soube? Oh, você nunca reclamou.

Eu não pensei que algum dia sentiria nojo daquela mulher, mas cada palavra que saia da boca dela fazia meu estômago embrulhar. Ela estava me usando, o tempo todo. Me usando de todas as formas e eu queria tirar qualquer resquício de Juliette Freire que ainda restava no meu corpo.

A culpa era minha, me casei com uma estranha afinal de contas. O que eu tinha na cabeça? O desespero por limpar a minha imagem me despedaçou. Maldito sobrenome. Maldito karma de vida. As pessoas que eu amava sempre iam embora sem o menor esforço, eu estava certa disso agora.

Ela pegou as coisas do quarto e foi embora. Foi embora, mas não sem antes cuspir mais um milhão de coisas na minha cara. Devia ser algum tipo de prazer, fazer mal para as pessoas. Só pensei que ela fosse diferente. Literalmente entreguei minha vida nas mãos daquela mulher e ela estava jogando fora junto com todo o lixo que era sua vida. E eu a amava, oh, como amava. Mas que diferença faria agora? Ela não sentia da mesma forma.

'Idiota. Você é uma grande idiota, Sarah Andrade. Uma grande e ridícula idiota.'

– Você pode comprar até um casamento com a sua fortuna, mas nunca vai conseguir comprar o amor de alguém! Tenha uma boa vida. Quem sabe te vejo por aí... Você ainda vai ouvir falar de mim, tenha certeza disso.

– Eu espero nunca mais ter o desprazer de ouvir falar de você ou qualquer coisa que te envolva, Juliette! Você não existe mais para mim.

Eu falava chorando feito uma criança. Não conseguia evitar e tudo o que ela fazia era sorrir, aquele sorriso cínico e minha vontade era socar a cara dela.

– Eu te odeio! Eu te odeio!

– Você e eu sabemos que você não me odeia, Sarah. - ela disse se aproximando e depositando um selinho na minha boca. Pensei, realmente pensei em cuspir, mas não conseguiria ser tão baixa, mesmo ela merecendo.