Cleo.

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O dia amanheceu e Sarah acordou antes do despertador começar a tocar. Ainda estava bastante cedo e os primeiros raios mal tinham começado a sair. Ela esticou a mão ainda de olhos fechados, tateando a cama vazia e fria. Abriu os olhos com a testa franzida devido à claridade.

–Merda!

A cama estava vazia... novamente, e ela? Ela já estava começando a se irritar com tudo aquilo.

Sentou na cama para se certificar da hora e aproveitou para desativar o despertador, jogando as cobertas para o lado e indo em direção ao banheiro. Ela não conseguiria dormir novamente. Estava chateada.

Tomou banho, e escovou os dentes, se vestiu impecávelmente e começou a descer as escadas. Não parou diante a porta do quarto de Juliette como sempre fazia. Nem abriu para ter certeza que ela dormia. Apenas desceu com passos largos e a mandíbula apertada.

Juliette acordou cerca de quarenta minutos depois, e quando desceu deu logo de cara com Sarah que terminava de tomar uma xícara de café. Surpreendeu-se já que geralmente era ela quem acordava primeiro.

– Caiu da cama? - disse brincalhona.

Sarah ergueu o olhar para encarar ela, mas não respondeu se limitou apenas a beber outro gole de café.

Ela não estava com a cara nada boa, Juliette logo percebeu e preferiu não incomodar. Foi até a geladeira e pegou a jarra de suco servindo um copo bastante exagerado.

– Dormiu bem? - a loira perguntou de repente.

Era impressão de Juliette ou a voz dela estava carregada de ironia?

– Sim. Dormi muito bem. - mentiu – a dor de cabeça passou. - ela disse tentando parecer convincente.

Sarah fechou ainda mais a cara e continuou quieta. Juliette nem imaginava que ela estava a ponto de explodir.

Era o momento exato para algumas perguntas que precisavam de respostas, porém o orgulho a impediu de falar qualquer coisa para a mulher que fugia de seus braços todas as noites durante a madrugada.

– Tenho certeza que sim. - disse num sussurro que Juliette demorou alguns segundos para entender.

– Está tudo bem? - ela perguntou de repente a fazendo encará-la novamente... foi a gota d'água.

Ela bufou e com dois goles terminou o café.

– Sarah? - ela insistiu

Antes que fizesse ou falasse alguma besteira se limitou a dizer.

– Estou atrasada para uma reunião. - mentiu pegando a pasta em cima da mesa.

– Eu não perguntei se você esta atrasada, eu perguntei se você está bem...

Sarah pareceu não lhe escutar continuando a caminhar até a porta.

Irritada, Juliette bateu o pé no chão e largou os braços ao lado do corpo.

– Você vai sair sem me responder? - perguntou quase gritando.

–Você faz isso todos os dias, Juliette. - ela disse calma em sua defesa – Se você pode fugir, eu também posso. - disse antes de sair batendo a porta com força.

Juliette parecia não acreditar, ou não querer acreditar que o motivo de Sarah estar assim, era o modo como ela estava lidando com a relação das duas.

O barulho de um cantar de pneus chegou os seus ouvidos, e logo depois o barulho do motor do carro de Sarah sumiu. Ela já havia ido.

Juliette esfregou a mão nos olhos fechados e as imagens do sonho onde ela era a atriz principal invadiram os seus pensamentos a levando a um mundo distante por alguns segundos.

Abrindo os olhos, ela se deparou com o mundo real, totalmente diferente.
Seus olhos correram a cozinha pousando sobre a louça ainda suja da noite anterior lhe trazendo mais imagens a cabeça.. dessa vez imagens reais.

Decidiu que precisava ocupar a cabeça, e então pegou o copo de suco e se direcionou até ao escritório, onde tirou um tempo pra pesquisar universidades. Tinha o sonho de cursar direito e se tornar advogada. Não desistiria.

Depois resolveu arrumar o jardim e o passatempo tomou boa parte da sua tarde. Quando se jogou no sofá de olhos fechados e com a roupa ainda suja de terra, teve a certeza que nunca na sua vida havia sentido tanta falta do trabalho, e o fato de não ter o que fazer durante todas as tardes já a estava cansando.

Horas mais tarde, Juliette acordou com seu celular tocando.

Precisou de alguns segundos pra raciocinar que havia cochilado, e quando pulou para fora do sofá, pegou seu celular e deu de cara com o nome de Sarah. Era uma mensagem.

'Terei um jantar de negócios. Já avisei Camilla que não vou me juntar a vocês no jantar. Não me espere acordada'.

'Vai chegar tão tarde assim?'

O jantar com Camilla e Bill havia sido combinado desde antes da viagem a Paris, para Sarah ter cancelado assim de última hora, teria que ter um motivo sério. Ou ela estaria apenas inventando uma desculpa para sair com alguma outra pessoa?  Juliette ficou com medo de perguntar.

'Eu não sei.'

Juliette ficou irritada com a frieza da mulher e então criou coragem de perguntar:

'Vai jantar com quem?'

Ela virou o celular com a tela para baixo, com medo da resposta.

'Cleo Galvão.'

Cleo Galvão? Ok, era uma mulher. Galvão? O mesmo sobrenome de Filipe. Mas Juliette sabia que não era esposa de Filipe, ele não era casado.

'Galvão?'

Amor Por Contrato | Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora