Que porra é essa?

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Sarah acordou livre de qualquer pensamento coerente. Sabia apenas que estava cansada como há tempos não se sentia. Aproveitara que estava sozinha em casa para mudar algumas coisas em seu quarto.

Esticou os braços soltando o ar e relaxando os músculos. Tossiu. Sua garganta estava seca demais. Ela suspirou como se criando coragem, e olhou o relógio que marcava seis e vinte da tarde. Ainda faltavam mais ou menos duas horas para a esposa voltar.

Empurrou as cobertas e soltou um palavrão alto quando tropeçou no pé da cama.

A cozinha estava uma bagunça o que a fez suspirar já sentindo seu corpo cansado novamente. Encheu um copo de água gelada e tomou todo de uma vez. Estava no fim do segundo copo quando seus olhos focaram na pequena peça em cima de uma cadeira.

Ela se afogou, e secou a boca com o dorso da mão, voltando a praguejar. Pegou a pequena e delicada peça entre os dedos enquanto largava o copo na pia.
O que a calcinha de Juliette estava fazendo naquela cadeira?

As lembranças de duas noites atrás lhe invadiram a mente de uma só vez e ela voltou a ficar com a garganta seca, porém desta vez não de sede.

A imagem de Juliette nua sobre a mesa, enquanto ela lhe explorava com a língua, preencheu a mente dela e então ela se lembrou que haviam transado na cozinha, na sala, no quarto...

Ela sorriu e sentiu seu corpo ficar arrepiado com tais lembranças. Tentando mudar o rumo dos pensamentos apanhou um pedaço de papel descartável para secar a água gelada que havia escorrido por seu pescoço.

Milhares de pensamentos giraram em sua cabeça com uma rapidez recorde. Perdida e distraída entre eles, Sarah foi até a lixeira largar o papel molhado, mas deixou cair à coisa errada.

Ao invés do papel, a calcinha havia ido direto para o lixo. Ela a juntou rapidamente agradecendo por não haver nada orgânico ali, somente algumas embalagens de comida pronta, um teste de gravidez, e mais papeis descartá... A mão dela paralisou e seus olhos se arregalaram focando o teste em meio a outras coisas.

O que diabos estava acontecendo?

Ela quase pode sentir a adrenalina começar a correr em suas veias, enquanto seus dedos trêmulos agarravam aquela pequena coisa que mostrava duas linhas. Ciente de que suas pernas estavam moles e que o suor frio começava a gotejar de sua testa, ela sentou-se em uma cadeira em frente à mesa.

– Meu Deus... Que porra é essa? - sussurrou apoiando as mãos na cabeça, deixando o teste em cima da mesa bem debaixo dos seus olhos.

Ela respirou fundo uma, duas, três vezes, e a sensação de que precisava de ar continuou lá, presente. Aquele teste não pertencia a ela, obviamente. Ela e Juliette não teriam como ter um filho mesmo fazendo tanto sexo como faziam. Mas o teste estava lá, dentro do lixo da cozinha de sua casa.

O teste estava lá e o resultado era positivo. Seu estômago revirou e ela não conseguiu evitar, vomitou dentro da lixeira. Aquele teste de gravidez positivo só podia ser de Juliette. Ela não queria acreditar que era. As lágrimas escorriam sem controle pelo seu rosto. Sentou no sofá ainda com o teste nas mãos. Só queria que tudo aquilo fosse um pesadelo.

E se Juliette estivesse mesmo grávida? Esperando um filho de um homem qualquer? E se a mulher da vida dela estivesse a traindo? Ela tinha deixado o amor entrar em seu coração mais uma vez e mais uma vez sairia quebrada?

Eram oito horas em ponto quando Juliette saiu da floricultura. Pegou algumas flores que levaria para enfeitar seu jardim e saiu, despedindo-se do resto do pessoal.

Caminhava com passos lentos, estava tendo problemas em encontrar o lugar pra comprar comida. Estava faminta e Sarah também deveria estar.

Comprou duas pizzas e refrigerante. Não estava com paciência pra escolher comida e realmente precisava se alimentar. Seu estômago estava conversando com ela por horas. E estava tendo enjôos frequentes ultimamente.

Entrou em casa e estranhou o silêncio. Mas logo viu Sarah sentada no sofá. Ela não tinha uma expressão muito boa no rosto, provavelmente o dia havia sido cheio.

–  Sarah? - ela falou em tom baixo, fazendo a loira sair de seus pensamentos.

Ela estava nervosa. Triste. Magoada. Estava querendo explicações, mas não queria ver a mulher na sua frente agora. Não mesmo.

– Sarah? - ela repetiu

– Quando você ia me contar? Algum dia ia me contar, Juliette? - o olhar dela era escuro e a morena não conseguia identificar o que via ali. Era tristeza. Tristeza e talvez raiva.

Juliette não sabia do que Sarah estava falando, até olhar para as mãos dela e ver o teste de gravidez. Seus ossos gelaram e ela deixou cair tudo o que segurava nas mãos. Podia sentir que desmaiaria a qualquer momento.

– Sarah... Não é nada disso... Eu... Não é o que você está pensando!





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Eu tô passada, chocada. 😮

Amor Por Contrato | Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora