Eu vou cuidar de você.

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Um mês depois do tiroteio e Sarah ainda estava internada. A dificuldade dos médicos para conseguir tirar a bala que acabou se alojando próximo ao seu pulmão era o motivo para ela ainda não ter saído. Sentia dificuldade para respirar sozinha e fortes dores, por isso precisava passar a maior parte do tempo sedada, dormindo. Filipe levou dois tiros, um de raspão no braço esquerdo e outro na coxa, que estava trazendo dificuldades para caminhar.

O tratamento de Cleo com Marcela estava intensificado agora, quatro vezes na semana ela estava lá. Lidar com o stress pós traumático poderia desencadear gatilhos que só poderiam ser contidos com drogas, e o que ela menos precisava agora era de uma recaída. Já que estava cuidando da empresa sozinha com Karine e Viviane. 

Ninguém mais além de Sarah e Filipe havia se machucado, a intenção dos atiradores era acertar Juliette e Arthur, mas ao que tudo indica, eles entenderam errado de quem se tratavam os alvos. Eles, assim como a maioria dos presentes na festa foram chamados para vários depoimentos. Tinham medo de serem presos, mas nenhuma prova contra os dois. Também já tinham saído daquela vida fazia algum tempo, nada a temer. O que houve foi apenas uma briga de egos. Santiago queria vingar a surra que tinha levado de Arthur atingindo o que era mais importante pra ele, sua família.

Os atiradores foram todos identificados e presos esperando o julgamento que aconteceria no próximo mês, talvez a pena deles diminuísse se acusassem o mandante, que não tirou a vida de ninguém, mas poderia ter tirado. Santiago. Estava nas mãos deles prendê-lo.

Sarah acordou agitada, depois que os sedativos tiveram as doses diminuídas.

— Onde está Juliette? Por que ela não veio me ver ainda? - ela tinha muitas dúvidas, sabia que Juliette se sentiria culpada mas aquilo não era motivo para um sumiço, não agora que eram casadas.

— Ela já veio, mas você estava dormindo. Agora, você acabou de acordar, Sarah. Calma. Logo ela estará aqui. - Bill tinha a voz tranquila tentando acalmá-la.

— O que? Estou com medo.

— Você lembra o que aconteceu? - ele tinha um olhar preocupado.

— Gritos, sangue, muito barulho. Minha cabeça dói. Cadê a Juliette? — Bill apenas segurou a mão de Sarah, era inútil tentar conversar com ela agora. Tinha que esperar ela acordar direito, também não queria que a loira se sentisse pressionada a lembrar de algo.

Juliette's POV

Era para estarmos voltando da lua de mel, hoje. Exatamente um mês que estava casada com Sarah e nada de vê-la acordada. Ela estava sem sedativos agora, depois de um mês, mas Bill tinha decidido ir no meu lugar, apenas para não deixá-la nervosa ou piorar as coisas. Estavam sendo dias horríveis, eu não dormia e comia muito pouco. Sentia muito medo de acordar com uma notícia ruim e toda vez que o telefone tocava, um frio corria pela minha espinha.

— Eu só quero ver minha esposa, é pedir demais? - olhava indignada pra Camilla que estava ao meu lado no sofá.

— Ju, calma. Ela acabou de acordar e te ver a deixaria agitada, é melhor Bill ficar lá até as coisas se ajeitarem.

— Não. Eu posso cuidar dela. Eu posso. - eu sabia que talvez fosse melhor assim, mas só queria estar perto de Sarah. Cuidando dela e dizendo que tudo ficaria bem.

— Logo vocês estarão juntas e tudo isso não vão passar de lembranças ruins.

— A gente planejou tanto, Cami. - deitei no colo dela e comecei a chorar. — Passamos tanto tempo planejando pra no final dar tudo errado. Que droga!

— O importante é que ela está se recuperando. Não é? Ela está bem. Filipe também. Vocês estão casadas. Seus pais te perdoaram, tudo está se ajeitando.

Amor Por Contrato | Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora