Parece um sonho.

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Estamos chegando na reta final...

Música: De todos os amores - Bryan Behr

Boa leitura. ❤️

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Juliette's POV

– Ai que nervoso, não sei nem o que vestir.

– Calma amor, você já conhece eles. E não é nada formal. Você vai gostar.

Saímos do quarto e fomos em direção a porta, Sarah parou no meio do caminho para encarar o grande espelho que tínhamos na sala, ela estava linda. Sempre linda. Me aproximei e dei um selinho demorado nela, que me abraçou, um abraço forte e com cheiro de lar.

– Eu te amo. Vamos?

– Vamos. Eu amo você. - ela depositou um beijo na minha testa e seguimos até o carro.

Sarah deu partida no carro e eu liguei o rádio, conectei meu celular e logo a música que tinha se tornado meu vício nas últimas semanas inundou nossos ouvidos. O refrão já era conhecido por nós, então acompanhamos o cantor.

'De todos os amores que eu vivi
Talvez esse seja pra ficar
Então que seja
Você veio desatar os nós
E me estampar um riso que eu
Há tanto tempo não via
Abrir na minha cara.'

Encostei no banco e fiquei observando Sarah que seguiu cantarolando o resto da música, de vez em quando ela me olhava de canto de olho e sorria. Eu também não conseguia parar de sorrir. Nunca tinha me sentido tão 'boba' na minha vida inteira, mas era só felicidade. Felicidade de estar levar minha noiva para jantar na casa dos meus pais, por ter eles juntos, por tudo estar se ajeitando mesmo que fosse aos poucos.

Mal estacionamos e meu pai já estava lá, abrindo as portas pra nós, com um bom e velho copão de cerveja na mão. Sarah olhou a garrafa de vinho na própria mão e depois olhou pra mim, começamos a rir e ele não entendeu nada. Bebida nunca era demais. E meu pai agora bebia socialmente, caso contrário minha mãe pediria o divórcio, pelo menos era o que ela dizia sempre.

– Boa noite, Ellis. - Sarah estendeu a mão para minha mãe e foi puxada pra um abraço.

Estávamos esperando Arthur para começarmos a comer. Nos juntamos a eles na cozinha, enquanto terminavam de preparar o jantar.

– Quero conhecer seu quarto. - Sarah sussurrou no meu ouvido e eu não pensei duas vezes, peguei a mão dela e fomos até lá.

Queria levá-la para conhecer a vista linda que eu tinha do telhado, era uma das imagens que eu mais amava ver, principalmente quando a lua estava visível. E naquela noite, ela estava linda e tão perto que parecia que poderíamos alcançá-la. Peguei a mão de Sarah e fomos até lá.

– Que vista linda. Só perde pra você, amor. - eu corei e ela me deu um selinho que logo se transformou num beijo apaixonado.

Ficamos um bom tempo ali conversando, fazendo planos, contei algumas histórias de quando morava lá e nem percebemos o tempo passar. Só fui tirada do meu mundinho com Sarah quando ouvi as buzinas do carro de Arthur. No mesmo tempo em que senti meu estômago roncar de fome.

O jantar foi tranquilo, como eu já esperava que fosse. Arthur também seria nosso padrinho, junto com Carla, que certamente daria um chilique quando descobrisse. Eles tinham essa relação complicada, não sabiam se era amor ou ódio. E no momento, estavam se odiando.

Sarah's POV

Tem certos cheiros que nos trazem memórias e tudo na casa dos pais de Juliette tinha esse cheiro. Cheiro de quando você chega cansada do trabalho e só quer ficar perto das pessoas que você ama. Quando acontece algo e seu coração só se acalma se estiver na companhia dessas pessoas. Era minha primeira vez ali e eu já me sentia em casa. Era tudo simples e completamente diferente do que eu estava acostumada, mas era perfeito. Os pais dela me acolheram de uma forma inexplicável, faziam tudo pra eu me sentir o mais confortável possível.

Depois do jantar e da sobremesa, óbvio, ficamos na sala assistindo alguns vídeos de apresentações de Juliette e Arthur na escola. Eles ficaram o tempo todo vermelhos de vergonha e eu achando tudo lindo. Era sempre foi linda. Na verdade, o rosto ainda era o mesmo e o brilho nos olhos também.

Já era quase meia noite quando percebemos e os pais de Juliette insistiram para dormirmos ali, eu ficaria, mas ela não quis. Nos despedimos deles e fomos em direção ao carro.

– O que achou? - ela perguntou enquanto colocava o cinto.

– Amei. Seus pais são ótimos, Arthur também. Me senti em casa. Olha... lembra que eu falei sobre mudarmos de casa?

– Lembro, amor. O que tem?

– Podemos comprar alguma por aqui, perto dos seus pais. O que você acha?

– Eu acho que isso não combina nada com você. Por que quer isso?

– Porque não tem que ser tudo sobre mim, bebê.

–  É, mas eu não quero morar aqui. Sempre da problema morar perto dos pais. A gente pode vir visitar eles de vez em quando e tá ótimo.

– Tudo bem, talvez você tenha razão mas quero ficar um pouco longe da cidade.

– A gente pensa nisso depois. Agora estou com sono.

Coloquei uma música tranquila, sempre gostei de dirigir ouvindo alguma coisa, silêncio demais é ruim ainda mais depois que você se acostuma com a presença de Juliette. Ela dormiu o caminho inteiro até nossa casa e eu sempre ria de como ela ficava engraçada dormindo.

– Já tá rindo da minha cara é, Sararah?

– Não tenho culpa de você ser tão adorável. Vamos logo que eu quero dormir de conchinha, agarradinha, delicinha com a minha noiva linda. - ela sorriu e se desfez do cinto me dando um selinho logo em seguida.

Nossa sala ainda estava repleta de revistas, listas, convites, um verdadeiro caos, mas por um motivo bom. O dia do casamento estava cada vez mais próximo, as meninas estavam acertando os últimos detalhes com a ajuda de Cleo e Viviane. Um time e tanto para organizar o dia que seria o mais inesquecível de nossas vidas. Eu estava em êxtase e nervosa. Era como se estivesse vivendo um sonho. 

– Bom dia, Karine. Como está?

– Bom dia, Sarah. Bem e você? Está com a cara ótima.

– Tenho uma coisa pra você. - ela me olhou intrigada e pegou o envelope amarrado com uma fita dourada.

– 'Sarah e Juliette convidam pra a celebração de seu casamento.' - ela me olhou com um sorriso enorme. – Oh meu Deus, isso é sério? É lindo! Estou lisonjeada.

– Espero que fique mais lisonjeada ainda de ser minha madrinha. Você aceita?

– O que? É claro. Vai ser uma honra. - nos abraçamos.

– Você tem sido muito mais que uma secretária pra mim durante esses anos, não poderia viver esse momento sem que estivesse presente.

– Estou emocionada Sarah. Ver você casando, dessa vez de verdade, com uma pessoa tão incrível como a Juliette. Fico feliz demais por vocês.

– Parece mentira né? Eu vou casar, estou amando e sendo amada. Parece um sonho. Enfim, vou te passar o contato da Camilla, que você já conhece, e vocês combinam esses negócios de madrinha.

– Okay. Agora você tem uma reunião, com um acionista americano. Seu computador já está pronto mas a internet está péssima. Temos que providenciar outra imediatamente, tem muita reunião on-line marcada pra próxima semana.

– Tudo bem. Você resolve isso da internet. Obrigada e bom dia.

A reunião acabou e eu fui correndo assistir vídeos sobre casamento, tinha virado minha obsessão. Anotei vários discursos mas nada parecia a altura do meu amor por aquela mulher. Acho que as palavras nesse momento são algo que surgem naturalmente, ensaiar seria em vão. O vídeo era do casamento de duas influencers famosas que acontecera no fim do último ano, uma festa enorme e linda. Assisti tudo e quando percebi estava chorando pensando que daqui duas semanas seria minha vez de estar casando com Juliette. Dessa vez sem contrato, sem prazo, com leveza e amor.

Principalmente amor.

Amor Por Contrato | Sariette Onde histórias criam vida. Descubra agora