– Juliette? - Sarah gritou largando a bolsa no sofá.– Aqui no jardim! - ela respondeu com outro grito.
Sarah caminhou até lá e a encontrou sentada na terra, rodeada por plantas que ela mal sabia identificar, em meio ao pequeno jardim, que crescia um pouquinho mais todo o dia.
Elas, as flores, já não lhe causavam dor... não lhe lembravam a morte nem o sofrimento. Tudo graças a Juliette . E as mesmas flores que durante tanto tempo lhe transmitiam tristeza, agora lembravam ela. Sua Juliette. Ela sorriu.
– Sararah! - ela gritou mostrando que já estava chamando há algum tempo.
– Hmm?
– Perguntei se você está bem.
– Estou. - ela respondeu confiante.
– Ótimo, então porque não tira esse sorriso idiota do rosto e vem me dar um beijinho?
O sorriso de Sarah aumentou. Deu alguns passos terminando com a distância que havia entre elas, se abaixou e colou os lábios nos da morena como uma leve carícia.
– Você é muito má. - ela disse quando afastou um pouquinho os lábios.
– Sou é? - Juliette tinha os olhos brilhando de divertimento.
– Sim. - Sarah sussurrou prendendo o lábio inferior dela entre seus dentes e o puxando.
Juliette sorriu mais e então acariciou a bochecha da esposa. Sarah soube que tinha alguma coisa errada no exato momento em que sentiu aquela mão encostando na sua bochecha. Sentiu algo gelado e então arriscou um rápido olhar para as mãos dela.
– Você me sujou com areia?
– Não. - ela disse sem tirar o brilho de divertimento dos olhos. – Isso não é areia.
– Então o que é isso? - Sarah sorriu de forma ameaçadora
– Um tipo de fertilizante.
– Um tipo de fertilizante? - Sarah repetiu juntando as sobrancelhas.
– Isso.
– Você colocou esterco em mim? - Sarah perguntou com a voz ameaçadora o bastante, enquanto Juliette apenas riu.
– Sim. De vegetais apodrecidos.
– Eu vou contar até dez Juliette... Um... Dois....
Com um pequeno grito ela saiu correndo para dentro da casa. Quando Sarah finalmente gritou o "dez", levantou como uma predadora. Aquele jogo havia se tornado um passatempo para elas durante os quatro dias que haviam se passado. E agora o caçador ia em busca da caça, a qual ela podia jurar que estava escondida dentro do quarto, debaixo da cama.
Juliette gritou em meio às gargalhadas enquanto Sarah a jogava sobre a cama e lhe fazia cócegas.
– Chega! - ela gritava enquanto ria – Para!
Sarah, que também ria, afastou-se um pouco dela e foi pega de surpresa quando a morena esticou as mãos e começou a lhe fazer cócegas.
– Hey! - Sarah disse em forma de repreensão e agarrou seus pulsos, pressionando-os logo em seguida no colchão acima da cabeça dela. Elas ainda sorriam quando o olhar de ambas se encontrou.
– Má, você é má. - brincou.
Ambas riram.– Como você sabia que eu estava debaixo da cama? - o sorriso de Sarah alargou.
– Intuição. - ela respondeu – Suspeitei desde o começo que você estava debaixo da cama.
Ela deu um tapa no braço de Sarah e fingiu indignação.
– Isso foi injusto. - protestou - Você sabia aonde eu iria me esconder antes de eu ter me escondido.
Sarah revidou com um beijo estalado na ponta do nariz dela.– Da próxima vez encontra um lugar melhor pra se esconder. - provocou.
Ela riu e a empurrou com as pernas, para longe. Sarah cambaleou e retrocedeu alguns passos quase caindo, e foi o suficiente para que Juliette levantasse da cama com um pulo e fosse em direção à porta do banheiro.
– Vou tomar banho. - anunciou – Toda essa correria com você além de exausta me deixou.. suada demais. - ela disse enrugando o nariz de maneira engraçada.
Sarah sorriu maliciosa.
– Claro.. Me sinto igualmente assim, vou te acompanhar no banho.
– Negativo. Eu quero realmente tomar banho, por isso se quiser tomar banho também procure outro banheiro da casa. - ela mostrou a língua e sorriu.
Sarah arregalou os olhos e abriu a boca como se estivesse bastante ofendida.
– Hey, você está no banheiro do meu quarto.
Ela riu e lhe respondeu já dentro do banheiro.
– Foi você que insistiu para que eu dormisse aqui querida, então o quarto também é meu. - um sorriso brincava em seus lábios e a porta bateu-se com força.
Sarah pode ouvir quando ela deu duas voltas com a chave na fechadura.
– Você é terrivelmente má! - gritou divertida enquanto dizia a si mesma que na primeira oportunidade, iria se livrar daquela maldita chave.
Assim que Juliette ligou o chuveiro, a loira pode ouvir o barulho da água e logo também o murmuro dela que cantarolava alguma melodia que ela particularmente desconhecia.
Um pouco contrariada, mas sem opção, Sarah fez o que a esposa falou, e foi tomar banho em outro lugar da casa. Voltou ao quarto antes mesmo da morena sair do banho.
Quando ouviu o barulho da chave, anunciando que finalmente estava sendo destrancada, ela olhou em direção a porta esperando ver aquela visão gloriosa de sua esposa vestindo apenas a camisola que era quase transparente, tornando-a ainda mais sexy e provocante.
Mas ao contrário disso, quando a porta se abriu, o que viu foi uma Juliette enrolada em um roupão de algodão. Ela abriu um pequeno sorriso ao vê-la com os cabelos molhados esperando-a deitada na cama.
– Na cama tão cedo querida? - sorriu.
– Estou exausta! Será que posso ganhar uma massagem da minha incrível esposa?- Sarah disse com uma carinha que foi impossível negar.
Juliette se posicionou em cima da esposa e começou a massageá-la. Recebeu gemidos de satisfação em troca.
– Eu poderia ficar assim pro resto da vida.- ela disse fechando os olhos.
Juliette beijou as costas dela e em seguida deitou-se ali.
– Eu poderia ficar pro resto da vida sentindo seu cheiro.- Juliette disse afundando o rosto nos cabelos da loira.
– Você poderia ficar o resto da vida comigo?
Nenhuma das duas disse nada dali em diante. Mas foi um silêncio bom, confortável. Juliette se sentia em casa. Sarah também. Horas depois Juliette acordou assustada, havia pego no sono ali mesmo, nas costas de Sarah.
– Que horas são?
– Ainda é cedo. Volte a dormir.- Juliette disse ajeitando as cobertas e apagando as luzes.
– Fica aqui. Não vá embora.- a loira disse passando a mão do lado da cama onde Juliette deitava.
– Eu não vou embora.- ela disse deitando e se aconchegando nos braços de Sarah.
Ela sentia uma paz imensa. Não queria que aquele sentimento fosse substituído por nada além de outros sentimentos bons.
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Amor Por Contrato | Sariette
FanfictionQuando Juliette Freire enviou seu currículo para o Andrade's Office, foi somente para deixar de ouvir Camilla lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal da presidente da empresa. A...