Sarah estacionou o carro e desceu tirando o casaco. O dia tinha sido difícil, não tinha comido nada desde o café.Os boatos e perguntas sobre o seu casamento não fizeram as coisas melhorarem, e sua paciência já tinha se esgotado. Pensou em ligar para saber como Juliette estava durante o dia, mas como ela mesma havia dito aquilo era um casamento de mentira, e esse tipo de coisa só era feita em casamentos de verdade.
Abriu a porta e sentiu a casa perfumada. Logo reconheceu que era o cheiro de Juliette. Virou-se para trancar a porta e só então percebeu um vaso de flor. Um vaso que não estava ali antes, e que não era para estar ali.
Flores lembravam enterro, e enterro lembrava seus pais. Sarah bufou sem um pingo de paciência. Ela definitivamente odiava flores.
– Sarah? É você? - a voz animada dela vinha da cozinha – Venha, preparei o jantar.
Ela respirou fundo caminhando em direção à cozinha. Pela primeira vez, depois de muito tempo alguém lhe esperava para jantar.
Juliette, com o cabelo preso em um coque e óculos de grau, estava vindo em sua direção, com os seus grandes olhos castanhos brilhando de alegria.
– Espero que goste de panqueca. - ela disse pegando sua mão, a puxando para a cozinha. – Queria agradecer por ontem. Foi muito gentil. - ela disse sorrindo – Hoje, aproveitei o dia para me familiarizar com a casa e meio que tentei dar um pouco de vida a ela. Estava tão escura e fria. Espero que não se importe.
O que ela queria dizer com dar vida? - Sarah se perguntou.
– Onde prefere se sentar? - perguntou quando chegaram a cozinha.
Sarah não respondeu, estava ocupada olhando para a "vida" de Juliette.
– O que significa isso? - ela perguntou franzindo o cenho.
A cozinha estava repleta de flores.
Uma na janela, outra em cima da geladeira, outra plantinha no chão...– Isso o que?
– Esse mato todo na minha casa. - Sarah disse séria sem alterar a voz.
Juliette puxou a mão como se alguém tivesse lhe dado um tapa.
– Oh, a casa estava tão sem cor e eu não tinha nada para fazer. Espero que não se importe e...
– Eu me importo. - ela a cortou.
– É que bom... eu as acho tão bonitas e delicadas, e pensei que... - Sarah a cortou de novo. – Eu não gosto delas, só servem para atrair bichos.
– Oh, quanto a isso não se preocupe, eu posso cuidar para que isso não aconteça. Eu pensei que você... - ela a cortou mais uma vez. – O que você não pensou é que a casa é minha e que antes de sair mudando as coisas, tem que falar comigo. Não gosto de flores. - ela declarou.
Naquele momento Juliette teve certeza de que se lhe tivessem arrancado um dedo, não doeria tanto. Até ontem a casa era nossa, Juliette pensou. Sentia raiva e estava magoada, eram apenas flores, tudo bem, mas as intenções dela eram as melhores.
Alguns segundos de silêncio se passaram até ela se pronunciar.
– Você tem razão. - ela disse olhando para todos os lados menos para os olhos de Sarah -Você está coberta de razão. Pode apostar que a partir de hoje, vou ficar no meu lugar. - ela disse ressentida – Amanhã mesmo retirarei todas as flores. - prometeu – O jantar esta pronto. Anunciou se retirando da cozinha.
– Escuta Ju... - Sarah disse parando na frente dela e a olhando nos olhos, arrependida.
– Aproveite seu jantar, Sarah. - Freire disse fazendo a volta nela e saindo quase correndo da cozinha.
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Amor Por Contrato | Sariette
FanficQuando Juliette Freire enviou seu currículo para o Andrade's Office, foi somente para deixar de ouvir Camilla lhe dizer "tente". Jamais pensou que pudesse ser realmente convocada para assumir o cargo de secretária pessoal da presidente da empresa. A...