nosso diário: o lado bom do karma

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e pra quem duvidou que eu ainda poderia voltar cedo, taí de prova que vocês me inspiram. obrigada pelo engajamento surreal no último, eu fiquei tão bobona, que resolvi adiantar esse.

pra quem tava com saudade dos nossos melzinhos sendo melzinhos, tá aí melzinho. quem tava com saudade de ter pimenta no meio desse melzinho, tem pimentinha também. (vou avisar, pra quem quiser pular!)

espero que vocês continuem aqui comigo, porque real me sinto inspirada em voltar quando vejo vocês... :(!

boa leitura. <3
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O tempo estava assustador lá fora. Respirou fundo e bem demorado, vendo pela janela de grades, como os pingos grossos caíam com força, raios cruzavam os céus e relâmpagos brilhavam a todo instante. Para ser bem honesto, fazia um tempo desde que viu uma tempestade tão furiosa assim.

— Está tudo feito, Im. — Rapidamente voltou a si, olhando em direção ao Coronel atrás da mesa de mogno com seu uniforme cheio de honrarias e patente. — O senhor está oficialmente liberado do serviço militar obrigatório. — Juntou as mãos em cima da papelada, sem deixar de olhar o soldado que permaneceu quieto e com uma dura postura. — E então? — Continuou devido ao silêncio. — Pensou na minha oferta?

Ali acabava o caminho. Jaebum podia voltar para a delegacia de Bucheon e tentar uma promoção ou... não sei. Para falar a verdade, estava meio perdido. Durante os dois anos, viveu muita coisa, aprendeu muita coisa. Hoje podia dizer que se conhecia um pouco melhor como profissional, como ser humano e como homem. Definitivamente não sairia como entrou.

O Im estava pronto para tudo, inclusive para uma guerra. Não era o mesmo idiota fraco que entrou naquele lugar. Não! E nem podia. Serviu dentro do serviço de inteligência do exército, foi levantado como terceiro sargento, virou especialista em arma sniper e o único em operação atualmente na província de Bucheon. A polícia local não tinha, naquele momento, estruturas para comportá-lo como profissional capacitado. Não tinha!

Por isso seu Coronel foi bem sucinto ao fazer a proposta. Era irrecusável, devia admitir.

— Pensei, sim senhor. — Respondeu aquilo porque, realmente pensou. De verdade. Manteve a postura, a coluna reta e mãos para trás, sem encarar o superior.

— E então? — Esperou uma resposta positiva. Estava confiante!

Gostava daquele homem em ação, eram poucos os que agiam como ele e tinham uma inteligência abrangente para tantos campos distintos. Jaebum era como um camaleão, conseguia se adaptar em qualquer área, desempenhar funções diversas e ainda ter uma boa camuflagem.

Como sniper, era excelente. Como soldado, era excelente. Não podiam perder uma joia bruta como ele!

Os garotos coreanos são ensinados desde pequenos a entender a grande importância de servir ao país nas forças armadas. Cresciam com esse sentimento de patriotismo, mas poucos realmente ficavam para desempenhar papéis quando cresciam. Era um trabalho difícil, arriscado e na maior parte do tempo, triste. Solitário. Lhe fazia pensar tantas coisas e questionar mais mil.

Muitos homens enlouqueciam antes mesmo de visitar uma guerra real. Outros, fugiam depois do serviço militar obrigatório, para nunca mais voltar. Então, Im Jaebum, homens como ele, que estavam dando sua juventude voluntariamente, era uma joia rara.

Ele era raro.

— Declino, senhor. — A voz rouca saiu limpa e sem tremer. Sem hesitar. O Coronel respirou fundo.

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