O caminho foi todo silencioso. Youngjae disse que Jaebum podia pegar o retorno ali naquela rua mesmo e leva-lo ao trabalho, não demoraria nem cinco minutos. Mas o policial fingiu que não ouviu e pegou a rua mais longa e deu a desculpa que "não conhecia aquele caminho que o Choi havia dito."
Por deus, era só pegar a direita e fazer o retorno! Qual a grande dificuldade? Não fazia sentido na voz do professor, mas na do policial fazia. Ô se.
— Você é bom em cálculos? — Perguntou do nada para o garoto que estava com a cabeça apoiada na janela e apenas grunhiu de confirmação. — Eu nunca fui muito bom em matemática.
— Acho mais fácil do que as matérias de humanas. — Resmungou com a bochecha esmagada no vidro. — Matemática tem fórmula pra tudo, os humanos não.
Jaebum riu da reflexão filosófica do garoto e acabou o olhando de rabo de olho, vendo que parecia apático demais, mas as bochechas estavam coradas, a palidez não estava mais ali. Significava que ele estava se cuidando, certo?
— Você tá se alimentando direito? — Perguntou e obteve um resmungo positivo como resposta. — Por que acha os humanos tão complicados? Você estuda pedagogia.
Youngjae quis muito falar "por sua culpa!", mas se deteve. Respirou bem fundo e virou a cabeça para encarar o rosto do oficial que dava rápidas olhadas para si enquanto dirigia em uma velocidade absurdamente baixa. Tava fazendo aquilo de propósito, não era possível!
— Crianças são simples. — Pontuou seriamente e o Im assentiu. — Se elas acham algo, então falam. Se elas querem algo, então simplesmente... — Gesticulou nervosamente com as mãos. — pedem.
Assentiu compreensivo estacionando à frente da creche municipal. Puxou o freio de mão e olhou para o carona que o encarava esperando alguma coisa, talvez uma reação mediante aquilo tudo...? Talvez! Mas não veio nada. Nada mesmo! Youngjae mordeu o lábio inferior e assentiu para si mesmo, pegando os óculos e a sacola de sorvete, pronto para sair.
— Espera. — Pediu assim que o Choi ameaçou abrir a porta.
Virou devagar para o moreno que o encarava hesitante. Esperou ele falar algo, mas não veio nada, apenas aqueles olhos que o analisava por completo, como se estivesse admirando alguma coisa. Fala sério, o que tinha pra se admirar em si? Nem era bonito, Buda o odiava e o odiou desde o princípio. Foi amaldiçoado, tinha certeza. Resolveu chutar o balde. Precisava tentar algo, mesmo que isso fosse estragar tudo de uma vez! Que se dane.
Inclinou-se um tanto para cima do Im que se manteve imóvel, os olhos fixos nos do mais novo que o encarava analítico, estudando todos seus movimentos. Chegou perto o suficiente para sentir a respiração quente e calma do oficial se misturar com a sua, sentiu o perfume que tanto gostou e ignorou o coração acelerado. Ele batia tão forte que tinha medo que o outro ouvisse por algum acaso. Estava quase enlouquecido. Levou a destra até o rosto do homem e usou o polegar para limpar o rastro de sorvete, aproveitando para sentir a textura macia e quente contra o dedo.
Jaebum não fez nada, nada mesmo, ficou parado, o encarando, prestando atenção em como Choi Youngjae ficava lindo de perto. Desceu o olhar para os lábios dele... tão desenhados... lambeu os próprios lábios e voltou a encarar os olhos do menino, mas se surpreendeu quando notou o olhar dele em sua boca. Apesar de parecer perfeitamente sob controle, seu coração... ele estava acelerado. Que droga.
— Câmbio. — Uma voz masculina soou no comunicador e os dois piscaram os olhos juntos, um tanto assustados. — Missão 185 em andamento, todos os policiais recrutados e disponíveis, voltem para a delegacia. — Aquela foi a deixa do professor que voltou para o banco um tanto sem jeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Our Diary • [2jae]
Fiksi Penggemar1. Choi Youngjae é um universitário cursando pedagogia, meio hiperativo e fã de Super Junior. 2. Im Jaebum é um policial novato da academia de polícia, quietão e não gosta de kpop. Ambos estão no mesmo lugar, por motivos diferentes, mas tudo graça...