entre venenos e vitaminas

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Quando o sábado chegou, o tempo resolveu que ia amanhecer zangado e Youngjae decidiu que nem aquele vento, batendo suas janelas, ia estragar o dia que viria a se suceder. Aguentou bravamente toda aquela semana de trabalhos e provas, piadinhas idiotas dos colegas de classe... aguentou pacientemente para chegar ao sábado e ver Jaebum.

Ser chamado de menininha, fracassado, nerd, caipira, forasteiro e gordo não o machucava tanto contanto que visse Im Jaebum naquele dia. Pensar no policial fazia sua ansiedade ser maior do que qualquer coisa, inclusive aqueles imbecis.

— Cabeça de vento, — Minho entrou em seu quarto do nada, sem bater, sem nada. Ainda estava acordando, piscando os olhos devagar e com o cabelo todo para o alto. — lembra que hoje eu teria que ir comprar o veneno pra mato para o papai?

— Não. — Grunhiu manhosamente pelo sono, coçando o rosto e bocejando.

O arquiteto rolou os olhos e quis jogar um balde de água fria no irmão para ver se ele acordava de uma vez e perdia aquela cara inchada de sono. Respirou fundo e esperou que ele, pelo menos, abrisse um pouco os olhos e o enxergasse.

— Vou precisar sair e não tenho hora pra voltar. — Avisou e o universitário não entendeu para que tanta informação. Desde quando Minho deu alguma satisfação? — Você pode fazer isso por mim?

Negou.

— Você vai fazer mesmo assim. — Sorriu largo e Youngjae franziu o cenho, confuso com aquilo. — Não esqueça de passar na distribuidora, se puder.

Choramingou. Quanto mais queria fugir do lance das vacas prenhas da família, mas era puxado de volta. Qual era a dificuldade dos Choi de entenderem que não queria estar envolvido com aquilo? Pelo Buda sagrado. Não queria. Por que sua mãe não pegava aquilo para fazer? Ficar vendo vídeo de Zumba Fitness o dia todo não ia fazê-la emagrecer.

Será que ela sabia disso?

Fighting, maninho. — Sinalizou, todo zombeteiro, e o mais novo repetiu o gesto, ainda sonolento. — Boa sorte com seu guardinha.

Coçou os olhos e apertou em direção ao mais velho que prestou uma continência antes de sair. Tão imbecil. Ajeitou o cabelo e olhou para o lado, vendo que seu relógio marcava onze horas do dia. Dormiu muito. Precisava levantar e ajeitar sua vida, principalmente porque, agora, tinha afazeres que nem esperava ter.

Veneno para mato e a distribuidora de leite dos Choi... fala sério, não tinha nenhum cavalo para montar e sair por aí com um mato na boca dizendo "irra"? Faça-me o favor.

Empurrou o cobertor e se espreguiçou. Hora de dar bom dia para o dia cinzento e tentar, pelo menos, colori-lo com sua felicidade de poder apresentar Jaebum para os pais. Porque, assim, ainda não sabia o que seu pai falaria, nem como agiria com o moreno, mas só o fato do Im estar disposto a estar ali, enfrentando o inimaginável só por gostar de si, já dizia muitas coisas.

Oh, céus. Ainda parecia um sonho tão bom... voltou a cair na cama e se embolar na coberta, parecendo um sushi com apenas os fios castanhos de fora. Riu consigo mesmo, apertando-se naquela imensidão fofa e branca do cobertor. Era um sonho, tinha certeza, um sonho tão bom. Não queria acordar.

...

Jaebum se sentiu um idiota quando viu que não tinha se preparado direito para aquele sábado. Que dizer, antes de ter algum contato com Youngjae, costumava lavar as roupas mais uma vez porque, assim, tirava os pêlos e ele não era incomodado, mas realmente não tinha pensado nisso. Passou a semana toda sendo entupido de trabalho e os espaços livres que tinha, usava pra dormir.

Our Diary • [2jae]Onde histórias criam vida. Descubra agora