5º mês, até a neblina abaixar

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Suspirou olhando a janela fechada, o trânsito passando correndo lá fora. As luzes pareciam meros borrões e o ar condicionado fazia um barulho que lhe deixava agoniado. Nunca foi acostumado a ficar em silêncio, era um ser naturalmente falante. Falava e falava muito!

Mas ali não tinha muito o que falar. Era desconfortável. Se não fosse por Jaebum, jamais toparia aquela ideia. Nunca mesmo. Vai que aquele maluco psicopata o sequestrasse e sumisse com seu corpo?

Bem, nesse caso, seus dedos estavam enrolados na Japamala* que sempre carregava dentro da bolsa. Sua mãe enfiava ali. Viu em um filme de ação com Minho, um homem que usava aquilo para enforcar as pessoas. Será que funciona? Poderia tentar. Nem tinha nada a perder mesmo.

Olhou de leve para o lado, Hyunwoo dirigia sério, parecendo concentrado e sem nenhuma intenção de falar qualquer coisa. Engoliu em seco. Sinceramente, onde estava se enfiando por causa de Jaebum? Santo Buda. Voltou a olhar para a janela.

Estava tão preocupado...

— Quando ele fica assim, não gosta de ninguém perto. — A voz grossa disse do nada, sem muita emoção. Virou o rosto, o encarando. — Não se surpreenda se ele for grosseiro.

Expirou pelos lábios e não soube o que dizer. Quando chegou na casa do namorado, descobriu que ele não estava lá. Se ficasse um pouco mais no telefone com sua sogra, descobriria isso, mas ficou chocado depois do "Jaebum matou uma pessoa" e acabou desligando. Não queria ouvir isso. Não queria imaginar. Não! Não era isso, essa história não era assim. Queria ouvi-lo.

O Im tinha "fugido". Depois de passar pela delegacia, assinar o termo de responsabilidade, dado seu depoimento, ele fugiu. Pegou o carro e não voltou para casa. Não falou com ninguém, só foi. Sem nem trocar a roupa, sem se importar com mais nada. Sumiu.

Isso até Im Bogum ligar e dizer que ele estava lá. Na casa do lago.

— Você o odeia. — Sussurrou após algum tempo, sem olhar para o cunhado que riu fraco.

Ódio era uma palavra muito forte. Podia mesmo alguém odiar outro alguém? Sei . Sua concepção de ódio era muito profunda, demandava energia. Muita. Não respondeu. Aquele sujeitinho não entenderia e também não queria conversas. Não gostava dele.

Aliás, só estava fazendo aquilo porque sua mãe pediu. Não tinham como ir até Jaebum diretamente, ele sempre ficava arisco quando se fechava daquela maneira, mas Youngjae... ele poderia conseguir...

Ele conseguia tudo com aquele policial, não é?

Continuou dirigindo, atento no caminho que tinha que seguir. Era no mínimo uns trinta minutos, com muita sorte e sem trânsito. Mas como era à noite, estava tudo bem. Seu celular começou a tocar, avisando no visor do rádio do carro. Olhou de relance.

"Minnie", a foto ao lado... apertou os dedos no volante, sua garganta travou. Seu coração doeu.

Youngjae era curioso. Muito curioso. Não conseguiu ignorar a foto que acendia na tela. Era uma mulher linda, sorridente. Espera... aproximou mais o rosto. Conhecia aquela pessoa. Estava sem óculos, merda. Apertou os olhos.

Definitivamente conhecia.

Hyunwoo empurrou o estudante e desligou a ligação. O que aquele idiota estava olhando tanto?

— Uh. — Assobiou impressionado, o mais novo. — É uma linda mulher. — Olhou para o moreno que tinha uma expressão sombria agora. Será que ele tinha ficado com ciúmes? — Eu sou gay, tá? — Achou melhor explicar o óbvio, caso ele tivesse esquecido.

Our Diary • [2jae]Onde histórias criam vida. Descubra agora