Our Diary • [2jae]

3º mês, junção de bens

— Você sabia que Youngjae odiaria isso? — A voz de Minho soou naquele silêncio e rapidamente olhou para trás, vendo o cunhado ali.

Rapidamente expulsou a fumaça pela boca e lambeu os lábios secos. Estava um tanto envergonhado. Não gostava daquilo tanto quanto, mas era uma forma de aliviar o estresse desde que era adolescente. Não se lembrava muito bem de como chegou naquele ponto, onde canalizava toda sua negatividade em um cigarro, mas conseguia lembrar de todas as vezes que inconscientemente pegou um e acendeu.

E aí... era isso. Mas era algo tão íntimo, que tinha certeza que quase ninguém sabia daquele hábito.

— Ele sabe? — Encostou-se no capô do carro onde o cunhado também estava e ele negou em resposta. Suspirou o ar frio. — Não acho que seja uma grande coisa, também. — Cruzou os braços sobre o casaco térmico, tentando diminuir o frio. — Ele é militante e tudo mais, mas é bem compreensivo também, sabe? — Virou a cabeça e encarou o moreno de perfil, o modo que ele encarava o chão. — O que tá pegando? — Deu uma ombrada fraca no Im que riu baixinho e negou.

Deu mais uma tragada no cigarro e se recusou a encarar o Choi mais velho. Estava envergonhado de ser pego naquele momento. Era sábado e havia pegado folga, então foi puxado para a casa bagunçada daquela família que aprendeu a amar e chamar de sua. Jantaram fora, apenas os casais mais novos e tinham acabado de voltar.

O problema foi que Jaebum e Youngjae acabaram discutindo na volta pra casa. Não foi grande coisa, mas era meio chato. Tudo começou quando o mais novo deles disse que queria tirar carteira de motorista e foi caçoado pelo cunhado, porque já havia tentado duas vezes e não conseguiu.

Bom, mas daquela vez seria diferente, certo? Ele tinha um plano! Ao invés de Minho, aquele projeto de espantalho de celeiro, o ensinar, ele pediria ao seu namorado, o homem mais lindo do mundo. Só tinha um porém:

Ele queria pagar por aquilo. Não exatamente daquela forma, mas...

— Mas o que tem? — Ele gritou ao ser contrariado pela enésima vez. — Você não entendeu o meu ponto. — Reclamou impaciente e Jaebum suspirou.

— Para de gritar. — Pediu sentando no sofá. Seus cunhados estavam na cozinha e seus sogros provavelmente no quarto, escutando tudo.

Não queria aquilo. O que iam pensar? Mas Youngjae não sabia fazer nada sem aumentar uns oitavos da voz. Era impossível.

— Hyung! — Tirou o casaco e jogou na poltrona. Aquela agitação estava fazendo seu corpo suar. — Você não entendeu!

— Eu entendi. — Esfregou as mãos no rosto, apoiando os cotovelos nas coxas. — Só não concordo. — Virou o rosto para o namorado que tinha as mãos na cintura, o encarando. — Eu te ensino a dirigir, mas não quero que pague por isso. Que ideia mais idiota é essa? — Levantou, confuso. Que...?

Passou os dedos no cabelo castanho, jogando para trás. Tirou até os óculos. Quantas vezes tinha que explicar seu ponto de vista? Se tinha uma coisa que desgostava mais do que pepinos, era ser contrariado. Tinha consciência que às vezes podia ser muito mimado e por isso, birrento, mas ainda assim...

— Não é assim... — Tentou se explicar, mas o olhar do Im disse tudo. — não me olha assim. — Pediu magoado, falando mais baixo.

— Não tô fazendo nada?

— Você me olhou daquele jeito... — Acusou e o policial até riu fraco. Youngjae parecia uma criança às vezes. — não faz isso. — Pediu e o moreno riu novamente. — Não tem graça.

Assentiu e não conseguiu não achar fofa aquela carinha que ele fez de contrariado e por isso o professor se estressou e saiu da sala, alegando que se não ficasse longe dele, lhe socaria a cara. Riu mais ainda. Foi aí que saiu da casa dos Choi e foi para rua ficar um pouco sozinho. Sentia que estavam brigando por coisas idiotas e tão sem sentido que acabava rindo. Era o terceiro mês de namoro, não sabia se aquilo era normal, os desentendimentos, mas ainda assim nunca esteve com tanta certeza que queria ficar com alguém.