❝ 𝑄𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎, 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑒́ 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑢𝑚 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑔𝑎𝑟𝑟𝑎𝑓𝑎, 𝑛𝑎̃𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑡𝑒 𝑑𝑒𝑖𝑥𝑎𝑟 𝑖𝑟 𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑎 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑜 (...) ❞
🕸⚡️| Clarissa descobre que a joia que sua mãe lhe deu é mais do que apenas uma joia...
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Clarissa
- Você quer falar sobre o que aconteceu? - Peter me perguntou enquanto eu deitava na cama.
Balancei a cabeça negativamente, ele levantou o cobertor, para que eu pudesse me aconchegar junto a ele.
- Estou com medo. - falei, e ele me abraçou mais forte.
- Você sempre teve medo de tempestades.
Lá fora estava chovendo forte, os ventos uivavam pela janela.
- Eu acho que... - fui interrompida, por um raio, que caiu a não muitos quilômetros de distância.
Assim que o raio atingiu o chão, senti cada nervo da minha pele dilatar, meu pelos do braço se eriçaram e Peter me olhou assustado.
- Você também sentiu isso, não foi? - perguntei, com os olhos arregalados.
- Senti o quê, Clair?
- Nada... deixa pra lá.
(...)
Abri os olhos. Um pingo de água caiu na minha bochecha. Minha pupilas se adaptaram a luz e conseguir ver uma floresta, úmida e cinzenta.
- Clair, filha, você precisar correr, não olhe para trás, siga em frente, faça o que fizer mas não olhe para trás!
Minha mãe me levantou bruscamente e me disse essas palavras, saiu correndo em frente, disparada, sem olhar para trás.
Foi então quando eu senti, uma respiração pesada e úmida no meu pescoço.
"Não olhe para trás"
Sua voz ressoava em minha cabeça. Instintivamente, corri, corri com toda a minha vida, sentindo a chuva começar a cair, molhando todo o meu corpo. Seja lá o que ou quem estava atrás de mim, corria rápido de mais.
Meu único instinto foi me virar, afinal, ela disse para não olhar para trás. Fechei os olhos com força, me virei, e deixei o som de um raio caindo próximo a mim me consumir.
Coloquei as mãos a frente do corpo e gritei, gritei muito. Mas dessas vez o poder que emanava da joia me deixou na mão, e apenas senti aquilo me engolir.
(...)
Abri os olhos em um pulo, e gritei.
- Clair? - Peter me sacudiu assustado. - Você estava tendo um pesadelo, está tudo bem.
- Meu Deus, foi tão real... - meus olhos ardiam e na minha garganta subia uma vontade de chorar.
- Suas... mãos.
Olhei para minhas mãos, estavam brilhando.
De novo não.
- Tudo bem, respira. - Peter se aproximou.
- Não toca em mim! - gritei.
Pequenos feixes de luz roxa passavam por entre meus dedos, pequenos raios dançantes.
- Eu não posso ficar aqui, não posso. - saí pela porta da frente, estava fechada por dentro, então não foi difícil abrir.
Ainda chovia e estava frio. Olhei para trás, Peter, Wanda, Thor, Tony e Natasha estavam chamando por mim.
- Eu não vou voltar, preciso de mais tempo! - gritei sob a chuva. Meus olhos brilhavam e minhas mãos estavam envoltas por pequenos raios.
A cada raio que caia ao chão, eu sentia um pedaço de mim explodir por dentro. E o meu maior medo, era que eu explodisse por fora também.
- Clary! Por favor... - Peter tinha um olhar triste e perdido, parecia assustado. A tempestade estava muito forte, os raios caiam a poucos metros de distância, fazendo tudo tremer.
- Se quiserem me parar, vão ter que apelar para o outro lado. - falei, áspera.
De repente, Stark apareceu com sua armadura de ferro escarlate e dourado.
- Eu não acredito, Peter...? - olhei para ele, encarecidamente.
- É perigoso, Clair, não sabemos o que pode acontecer! - meu namorado gritou.
Senti meu pelos do corpo se eriçarem, e meus cabelos ficarem em pé. Olhei para cima, já sabendo o que iria acontecer, e que não daria mais tempo de correr.
- Clair! - Peter gritou, correndo em minha direção.
Depois tudo ficou escuro. Senti uma onda de energia passar pelo meu corpo, mas não conseguia abrir os olhos. Pude ouvir as vozes distantes, meu namorado estava claramente preocupado, os outros devem ter aparecido.
- Acorde. - falou uma voz familiar, dentro da minha cabeça.
Dei um suspiro forte e levantei bruscamente, Wanda fez aquilo.
- Temos que entrar, agora. - Strange falou, me cobrindo com sua capa e levando todos para dentro.
(...)
O dia já estava quase amanhecendo, tomei um banho, e estava me aquecendo na lareira da sala, tomando um chá de camomila. Peter estava por trás de mim, abraçando minha cintura.
- Não tem medo que eu o machuque? - perguntei
- Por que teria?
- Eu não sei do que eu sou capaz, Peter. Não sei como isso aconteceu, ou como funciona, também não sei porque minha mãe me deu, se ela era uma feiticeira, sabia dos riscos de dar para uma criança.
- Talvez ela tenha o feito de propósito. Mas independentemente do que aconteça, eu vou ficar do seu lado, você sabe.
Sentei o colo do meu namorado e o abracei forte. Naquele exato momento, Strange e alguns outros Vingadores estavam tentando examinar a joia, mas parecia que estavam me examinando, cada vez que faziam algo diferente, eu sentia, como se fizesse parte de mim.
