Capítulo doze

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"Você não é um peso, meu amor. A morte não é morrer, você não está sozinha, vai existir uma pessoa que te mostrará o verdadeiro amor..."

"Mamãe, não me deixe, não os deixe me matarem."

"Byella, mate-a, ela é filha do Demônio."

"Ela o matou e está me dizendo que ela não se lembra?"

"Declaro marido e mulher, pode beijar a noiva, meu senhor."

"Tom, Tom, não me deixe, por favor. Temos filhos para cuidar."

"Volte no passado novamente e me ajude a não cair."

Acordo ofegante e suada, minhas memórias estão voltando e odeio ter que apagá-las para Tom não as vê-las.

_ Teve outro pesadelo? - Perguntou Melissa assustada. _ Tome um pouco de água, irá ajudar você se acalmar.

_ Obrigada, Meli. - Bebo um pouco do líquido do meu copo e o deixo em cima da mesa de cabeceira novamente. _ Sim, tive outro pesadelo, mas em forma de memórias.

_ Aquelas? - Perguntou preocupada.

_ Sim, elas estão voltando mais rápido do que o previsto.

_ Ela está te chamando e você não quer ir nela.

_ Eu sei, mas não posso ainda, ela vai ter que esperar. - Digo passando as mãos nos meus cabelos.

_ A vida dela está por um "fio". - Ela não morreria.

_ Não me fale em morte, perdi tantas pessoas, mas, mesmo assim, não sinto nenhum remorso. - Minto, aquilo doía, mas fui ensinada a esconder isso.

_ Você cresceu assim, Leesa. Não sinta medo desses sentimentos.

_ Sentimentos? Poder sentir nada é um sentimento? Ele precisa se lembrar, Meli. Se não, não terei condições de apagar minha memória. - Aquilo doía, parecia que meu coração estava sendo apertado. Meus pulmões estavam sentindo falta de ar.

_ Sua saúde está fraca, durma, amanhã podemos conversar com mais tranquilidade. - Tentou me acalmar.

_ Sinto falta dele, Meli. Eu sinto tanta falta dele, e isso dói. Dói por saber que ele está tão perto, mas, ao mesmo tempo, longe. - Começo a chorar e tentar puxar o ar para dentro.

_ Debby. - Gritou.

_ Me chamou, Melissa?

_ Me traga uma poção de sono, ela entrou em crise novamente. - Crise, já tinha duas semanas que isso acontecia.

_ Claro, um minuto. - Foi menos de um minuto e ela voltou. _ Aqui está.

_ Obrigada, Debby. Vá descansar. - Meli se voltou para mim e começou a falar. _ Beba, você vai se sentir melhor. - Meli começou a cariciar meus cabelos, mesmo não sentindo nada, eu me sentia mais segura. _ Ah, minha mestra, eu não compreendo esse sentimento chamado dor, mas eu sei que deve doer, você o ama e isso já é dor suficiente.

_ Eu tenho que matar.

_ Quem? - Perguntou ofegante.

_ Murta Warren. - Foi a última coisa que eu disse antes de sucumbir num sono sem sonhos.

Acordei mais sonolenta do que uma semana atrás, Melissa estava dormindo em pé, mas logo acordou quando eu me levantei da cama. Olhei ao redor do meu quarto e encontrei um vidrinho de poção vazio, olhei para a Meli sem falar nada, ela me responde com uma calma que ela sempre tinha.

_ Você se lembrou, você tem que retirar suas memórias antes que Tom as veja.

_ Me sinto suja por não contar a verdade para ele. - Digo tentando me sentar na cama sem sentir dor nas costas.

A Garota de Tom Riddle (Versão UM)Onde histórias criam vida. Descubra agora