Capítulo quarenta e sete

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A verdade sobre mim. Não sou imortal como Tom Riddle ou os meus amigos, sou um fantasma no passado e um fantasma no passado não pode fazer Horcrux antes de seu nascimento, essa é uma das verdades que eu escondo.

Escondo de um Lorde das Trevas, mas não irei contar as outras verdades sobre o meu nascimento ou muito menos as minhas verdadeiras origens. A guerra estava próxima, Harry já tinha algumas Horcrux em sua posse, mas seriam verdadeiras?

O que eu poderia dizer? Que são falsas e que eu escondo tão bem que nem mesmo o mapa mostra mais elas?
O que eu posso dizer para um mundo injusto com pessoas que merecem ou justo com pessoas que não merecem? Nada nessa vida é para sempre, nem mesmo a pedra fica no mesmo lugar para sempre e eu seria diferente ou seria igual?

Cada resposta proferida é um passo para um abismo eterno dentro de mim, cada palavra é uma faca cravada em mim, o que seria diferente nesse futuro? Eu morreria ou sobreviveria?

_Bom dia! - Proferiu Tom beijando a minha testa. _ Como você está?

_ Bem. - Respondi risonha. _Tenho que resolver alguns problemas hoje, antes da nossa briga principal. - Falei folheando alguns papéis.

_ Você não se cansa? - Perguntou ele irritado. _ Eu sou o Lorde, quem deveria resolver esses problemas sou eu e não a minha Lady.

_ Não estamos nos anos quarenta, Tom. - Digo por fim. _ As mulheres são capazes de fazer tudo que um homem faz, mas não quero brigar com você logo de manhã cedo e bom dia

Levante-me sendo vigiada, meu corpo estava nu por causa da noite anterior. Caminhei até o closet e peguei um vestido longo na cor preta.

_ Sempre usa preto, é para me impressionar? - Falou beijando o meu pescoço.

_ Não tenho que impressionar ninguém, Tom. Somente a mim. Estou indo, vejo vocês no almoço.

Antes que eu saísse do quarto, Tom começou a se contorcer e gritar. Seus olhos estavam mais vermelhos que antes. Harry estava dentro da cabeça dele.

Não sei como ele conseguiu entrar em sua cabeça, mas Harry estava proporcionando dor a ele e a mim. A dor era mínima para mim e por ser pouca, eu ainda conseguia raciocinar e logo expulsei Harry da mente de Tom.

Ele arfava e tossia tentando conseguir ar para os seus pulmões, ele não dizia uma única palavra, mas eu sabia, a guerra estava começando...

_ Nagini. - Gritei. _ NAGINi!

_ O que foi, Leesa? - Falou entrando no quarto. _ Estava est... - Parou de falar por ver a cena. _ O que houve?

_ Lembra o que eu te pedi quando lhe fiz humana novamente? - Falei relembrando. _ Então, é a hora de me pagar.

_ Então é agora? - Perguntou alarmada.

_ Sim, pegue os meus filhos e vão para Tóquio, tem uma casa lá e dinheiro o suficiente para anos. Só peço para que não volte antes de eu dar algum sinal, somente o MEU sinal. - Frisei bem o "meu". _ Agora vá, o portal te espera.

Ela correu em direção do quarto dos meus filhos e eu sem hesitar chamei todos pela marca e a casa se encheu novamente, talvez Dumbledore só quisesse que eu acordasse para essa guerra acontecer.

_ Harry Potter entrou na mente do meu marido, do nosso Lorde e nesse exato momento é a hora da nossa guerra, peguem tudo que combinamos e vamos para Hogwarts e iremos vencer, custe o que custar! - Falei vendo as faces dos Comensais.

_ Vida longa aos nossos mestres!

Eles saíram da minha vista e foram pegar os seus suprimentos, varinhas, poções que pedi Severus para preparar e outras coisas para necessidades básicas de um humano. Meus filhos já tinham ido pelo portal e eu sem pestanejar o quebrei, nada e nem ninguém vai me impedir de ganhar essa guerra.

_ Eu penso às vezes que eles não precisam de mim e sim de você. - Escutar aquela voz rouca me fez lembrar do antigo Lorde.

Virei e vi sua forma ofídica, aquilo não me assustou, mas sim suas vestimentas. Elas eram as mesmas do passado, um pano negro que descia até os seus pés.

_ Por qual motivo está vestido assim? - Perguntei assustada.

_ Acho que é mais confortável. - Comecei a chorar, não queria me lembrar daquele dia. _ Por favor, não chore.

_ Essa roupa é a mesma da sua morte. - Solucei. _ Por favor, Tom. Não faça nenhuma besteira.

O abracei como se fosse a nossa última vez nos vendo.

Antes de aparatar em Hogsmeade, vou até o escritório e peguei as relíquias da morte, agora eu tinha todas, eu era a Senhora da Morte.

A morte conversou comigo quando eu caí no sono quase eterno, ela me desejou sorte ou era só palavras fúteis sem intuito de me dizer o que me aguardava.

A casa ficou vazia e eu sabia que viria aurores para inspecionar essa casa, então eu fiz algo que os Malfoy iriam me matar quando visse. A casa estava em chamas negras proporcionada pela magia das trevas, sorri vendo a minha obra de arte sendo conduzida pelo fogo.

Aparatei dando adeus aquela casa e a minha vida.

Cheguei no vilarejo já consumido pelo fogo e caos, gritos de horror e misericórdia eram escutados, mas depois do meu chamado pela marca, os causadores daquela destruição pararam e foram caminhando na direção de Hogwarts.

O frio que estava fazendo era do próprio dia, não tinha magia envolvida nesse fenômeno, poderia dizer que a própria natureza já sabia o que iria acontecer. O vento frio que levava os meus cabelos tinha cheiro de sangue e suor, ainda não tinha visto Tom ou muito menos os meus pais e amigos.

Eu estava perto do penhasco onde tudo começou. Ali não tinha fundadores construindo uma ponte e sorrindo com os seus feitos e sim várias poças de sangue, corpos por todos os lados e feitiços sendo ditos por palavras de ódio e pavor.

Eu andava pelo sangue fresco que residia agora o chão, minhas vestes estavam carregando sangue de todos os tipos. Eu não sentia medo ou muito menos ódio por ver aquela cena, mas sim compaixão, eles lutaram por algo que eles acreditavam e não era errado, mas também não era o certo. Segui em frente com a varinha das varinhas em mãos, passei pela ponte e vi um tumulto na entrada de Hogwarts. Dumbledore estava morto.

_ Dumbledore está MORTO! - Gritou Tom. _ Venham, minhas crianças, venham para o lado vencedor.

Tom dizia aquelas palavras com sua voz assustadora e eu via pavor nos olhos dos alunos, não era assim que pedia, eles estavam em pânico, seu amado diretor estava deitado inerte no chão da escola.

Cheguei mais perto daquela confusão e com cada passo que eu dava, eu arrancava suspiros e choramingo, cheguei perto de Dumbledore e medi sua pulsação. Depois de Harry não ter morrido por causa da Horcrux que estava nele, eu não acreditava mais nos meus olhos, mas dessa vez eles estavam certos, ele estava morto.

Dei minhas condolências e pedi um minuto de silêncio, alguns comensais riram do meu ato, mas os outros me respeitaram. Precisava de tempo para saber o que eles estavam tramando e um minuto era e foi o suficiente para saber os planos de todos. A escola me contou tudo.

_ Protejam a ponte, agora! -Gritei atraindo vários olhares.

As dinamites eram só o começo e as mortes continuariam acontecendo, como eu disse antes, se é uma guerra, tem que lutar como uma. 

Total de palavras: 1.242.
Revisado: 10/09/2022.

A Garota de Tom Riddle (Versão UM)Onde histórias criam vida. Descubra agora