𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 09

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Dulce, sussurrando: Uck...

Ucker, também sussurrando: eu sei... não vou ultrapassar essa linha, te prometo... eu sei como fazer bem seu trabalho é importante pra você... entendo que não queira misturar as coisas e não vou interferir... mas te peço que não me prive de, em alguns instantes, te mostrar só um pouco do que meu corpo grita pra fazer...

Dulce perde o fôlego e fecha os olhos. Seus narizes ainda estão colados e ela desliza o seu sobre o dele, numa pequena carícia.

Dulce: tudo bem... não vou te impedir... mas por favor, não ultrapassa a linha, ta? - pediu, carinhosamente.

Ucker sorri e fecha seus olhos também. Continuava segurando as mãos de Dulce encostadas contra seu peito.

Ucker: não se preocupe...

Dulce abre os olhos e se afasta, desfazendo-se das mãos másculas de Ucker. Fita-o com profundidade por alguns segundos, pensativa.

Dulce: bom... está ficando tarde... infelizmente tenho que ir, amanhã vai ser um dia cheio...

Ucker sorri: ta bom... merece seu descanso, hoje tivemos muitas aventuras...

Dulce ri: é verdade! Espero te ver logo. - foi sincera

Ucker: e eu espero mais ainda...

Abraçaram-se de um modo tão terno que mais pareciam um casal de namorados no colegial. Dulce sentiu-se uma menina que acabava de descobrir o amor. Ucker, naquele abraço, teve certeza que mais do que tudo, precisava proteger aquela menina, cuidar dela com toda a dedicação. Despediram-se com alguma relutância do coração, cada um tomou a direção de seu carro e partiu. A noite ficou silenciosa. As estrelas, piscando em sincronia no céu, eram testemunhas de um sentimento que estava nascendo naquela noite. A lua abençoou-lhes. Tinham tudo para dar certo.

Passaram-se duas semanas e o Natal estava batendo à porta. Já era meio-dia do dia 23 de Dezembro e Dulce fazia e recebia ligações freneticamente. Enquanto isso, Ucker divertia-se arrumando a decoração com a "ajuda" das crianças. Estavam no orfanato desde muito cedo da manhã. O pai de Ucker havia estado lá ajudando com os preparativos, casou uma boa impressão em Dulce.

A ruiva desligou o celular depois da milésima ligação e caminhou apressada em direção à Ucker, que estava no topo de uma escada, apregando alguns enfeites natalinos muito brilhantes na parede.

Dulce: Ucker, a preparação do Buffet está indo bem... tudo o que podia ser feito até 2 dias antes da festa já está praticamente pronto, só faltam aqueles pratos que têm que ser feitos na hora e a Cecília me garantiu que tem tempo e toda uma equipe pra isso... vai dar tudo certo! - ao finalizar a frase, um dos enfeites despencou e quase caiu na cabeça dela, que desviou e depois voltou a fitar Ucker, que tinha uma expressão de "me desculpa" no rosto - bom, pelo menos com o jantar! Rsrsrs

Ucker sorriu e recebeu o enfeite da mão de Dulce: Foi mal! A decoração também vai dar certo. Não ta vendo que tenho ajuda profissional? - sorriu, apontando pra dois meninos que seguravam alguns enfeites ao lado dele.

Dulce sorriu. Desde que foi conhecer o orfanato, um dia antes, estava admirando a relação que Ucker tinha com aquelas crianças. Ele sabia lidar com elas. "Imagine só que pai maravilhoso ele daria!", ela pensou. Mas não chegou a pensar mais nada porque Ucker já descia as escadas, pronto para ajudá-la a arrastar a mesa para o centro do pátio, onde ficaria o banquete. Precisaram pedir ajuda de mais 3 pessoas que trabalhavam no orfanato, já que a mesa era gigantesca. Terminada a decoração, passaram a tarde ensaiando as crianças para uma apresentação. Todos haviam ganho uma fantasia. Aquele enorme pátio estava cheio de cores, de vida, de sorrisos. Cheio de super-heróis, abelhinhas, bailarinas, astronautas, cowboys, e o preferido de Dulce: um menininho loiro e bochechudo, de 5 anos, vestido de Peter Pan. Ele corria de braços abertos, sorrindo e brincando com as outras crianças. Ucker percebeu o quanto Dulce observava o garoto e os amiguinhos, aproximou-se dela e pôs-se a observar também.

𝗠𝔼𝗨 𝔻𝗘𝕊𝕋𝗜ℕ𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora