𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 10

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Dulce olha-o profundamente: o quê?

Ucker faz uma pausa e responde, mais sério: meu coração.

Dulce fica mais séria. Não ia repreendê-lo de novo. Precisava admitir que estava muito feliz por ouvir aquilo. Gostava quando Ucker demonstrava sentir algo a mais por ela. Afinal, ela sabia que ele não era o único. Seu coração estava palpitando tão rapidamente quanto o dele. Sua garganta estava ficando seca e temia que ele percebesse que sua mão tremia sob a dele.

Dulce: e quem o aprisionou?

Ucker suspira: acho que o tempo... o trabalho... o medo...

Dulce franziu levemente o cenho: medo?

Ucker sorri de canto de boca: homens também têm seu coração partido às vezes, Dul...

Dulce sorri-lhe, amavelmente: e que mulher foi capaz de partir seu coração?

Ucker: faz muito tempo... foi um amor de adolescência que não tem mais importância alguma... - soltou a mão de Dulce e enfiou a sua num dos bolsos - está na hora de te dar seu presente...

Dulce, surpresa: Meu presente?

Ucker: sim! - puxa uma caixinha do bolso e dela tira um colar de prata. O colar era lindíssimo e trazia um pingente com a palavra "Eternity" , com letra cursiva e rebuscada. Ergeu-o na frente de Dulce.

Seus olhos brilharam e um sorriso tomou de conta de seus lábios. Era um presente lindo.

Dulce: Ucker, é... maravilhoso! Que lindo!

Ucker sorriu, satisfeito: posso colocar em você?

Dulce: claro! - uniu o cabelo e ergueu para que Ucker tivesse melhor visão sobre seu pescoço. Ele colocou o colar e sorriu, segurando o pingente acima do seio dela.

Ucker: "Eternidade" me faz pensar em você...

Dulce olhou-o nos olhos. Estavam muito perto.

Dulce: e por quê?

Ucker: Não sei... você faz eu sentir que o tempo nunca vai acabar, que todas as alegrias durarão pra sempre... e ao seu lado parece que eu também sou eterno, invencível... você é incrível.

Os lábios entreabertos de Dulce já quase tremiam. Aquele homem estava mexendo com tudo dentro dela. Desestruturando e reestruturando seu ser. Parecia ter o remédio perfeito para seu coração tão maltratado. É verdade que tinha medo de se render, e não era pouco. Mas aqueles olhos fixos nos seus faziam parecer que o risco valia a pena.

Dulce: Por que faz isso?

Ucker: o quê?

Dulce: Por que me diz essas coisas, por que me trata diferente de todos os outros homens?

Ucker: E como os outros homens te trataram?

Dulce: Com certeza não foi assim... Ucker, eu normalmente não me entrego sentimentalmente a ninguém. Não me iludo por palavras bonitas, nem busco nada que possa durar mais que uma ou duas noites. Não me interprete mal... agir assim foi minha única defesa... já me fizeram mal demais.

𝗠𝔼𝗨 𝔻𝗘𝕊𝕋𝗜ℕ𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora