𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 15

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Uma semana se passou e Ucker voltara às suas atividades normais na empresa Uckermann's. Logo haveria outra audiência com Dulce e ela voltaria à ativa também. O casal se viu todos os dias na sua última semana de férias. Afinal, voltando ao trabalho, seria difícil encontrar tempo para estar juntos. Basicamente só estariam disponíveis à noite, depois de um cansativo dia de serviço.

Dulce se levantou, ainda cedo, e ao pegar seu celular, viu que havia 4 ligações perdidas. Porém nenhuma era de Ucker. Duas eram de Anahí e as outras duas, de um número que Dulce não conhecia. Por que Anahí estaria ligando para ela tão cedo da manhã? Acontera algo, Anahí não costumava ligar naquele horário e, geralmente, se Dulce não atendesse à primeira chamada, ela não ligava de novo.

A ruiva levantou-se e tomou um banho rápido. Desceu as escadas e foi em direção à cozinha, onde encheu de água um copo de vidro transparente. A campainha tocou. Uma, duas, três vezes seguidas. Dulce ficou assustada com a insistência e imaginou que pudesse ser Anahí. Foi até a porta, deixando o copo d'água sobre a mesa e ao abri-la, seu coração parou. O corpo inteiro gelou e ela não teve tempo nem de raciocinar. Um corpo forte atravessou a porta numa ferocidade atormentadora e agarrou-a, beijando-a nos lábios, contra sua vontade. Alexandre. O ex-namorado de Dulce, com quem ela era feliz até o momento em que ele precisou se mudar.

Ele a beijou com ardor, saudade e desespero e Dulce tentava não corresponder, mas ele parecia estar tão descontrolado que não deu importância ao fato de Dulce estar praticamente se debatendo em seus braços. Unindo todas as forças de seu corpo, ela conseguiu empurrá-lo e desvencilhar-se dele, que a fitou com os lábios vermelhos e com os olhos lacrimejando.

Alexandre, emocionado: Dulce, minha vida, eu te encontrei!

Dulce olhava-o sem saber como reagir. Gaguejou: A-le-alexandre ? Co-como chegou aqui? O que faz na capital?

Alexandre se aproximou, segurando seu rosto com as duas mãos e olhando-as nos olhos: eu vou te explicar tudo... tudo, tá? - puxou-a com força e a abraçou, enfiando a mão entre seus cabelos e apertando-a contra si, como se quisesse acabar com toda a saudade que guardava há anos de uma vez só.

Dulce deixou-se abraçar, ainda tentando entender o que estava acontecendo ali. Não sabia o que fazer. Alexandre fora muito, muito importante em sua vida. Ela havia vivido um sentimento muito forte com ele e se ele não tivesse se mudado, talvez ainda estivessem juntos. Ou talvez, se ele tivesse voltado um pouco antes, ela tivesse se entregado à ele novamente. Mas agora havia Ucker. Ucker chegou primeiro e ela o amava, tinha certeza disso. Só que parecia que Alexandre estava meio por fora do assunto, porque, pelo visto, pensava que ainda tinha algo com Dulce. Ela soltou-se do abraço e fechou a porta, tentando se recuperar do susto. Pediu que Alexandre se sentasse no sofá e ele assim o fez.

Dulce tremia quando sentou-se ao lado dele: desde quando está aqui? Como descobriu onde eu morava?

Alexandre inspirou profundamente tentando acalmar seu coração, que palpitava sem controle: bom... minha família veio visitar um tio meu, que está doente. Viemos pra ficar cerca de um mês por aqui... quando eu soube, desejei que seu telefone ainda fosse o mesmo de antigamente, mas não era. Então quando cheguei, ontem à noite, lembrei de Anahí... eu sabia que tinha o telefone dela em algum lugar. Procurei até encontrar e tive a sorte de que fosse o número certo. Liguei pra Anahí e pedi seu telefone e seu endereço.

Dulce, indignada: e ela simplesmente te deu?

Alexandre: tive que insistir muito, não sei porque ela não queria dar. Eu sei que eu tava meio descontrolado e mal deixei ela falar direito, insisti até que ela desistiu e me passou seus dados.

𝗠𝔼𝗨 𝔻𝗘𝕊𝕋𝗜ℕ𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora