𝑪𝑨𝑷𝑰́𝑻𝑼𝑳𝑶 18

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A enfermeira entra e avisa que a visita já ultrapassou os 10 minutos de limite. Ucker diz que já vai sair e ela se retira.

Ucker: ta certo... eu vou, mas venho passar a noite aqui com você... todas as noites até você ter alta!

Dulce: não vai mesmo deixar eu ter momentos a sós com meu Peter Pan de pelúcia? - Ucker sorriu e beijou sua testa.

Ucker: ele vai te fazer companhia quando eu precisar ir em casa... - suspira - bom, vou ter que sair... Poncho e Anahí também querem te ver, eles ficaram aqui até quase de madrugada ontem... e a propósito, não foram só eles... Alexandre também.

Dulce ficou séria.

Ucker sorriu: Não se preocupe... ele me explicou tudo... e gosta bastante de você, só não está aqui porque precisou ir pra quimioterapia do tio... ele é bacana. Claro que eu sou mais legal - brincou - mas ele é gente boa.

Dulce sorriu e Ucker inclinou-se sobre ela para beijá-la.

Ucker: se cuida, María. Eu quero ver você bem logo... senão como vamos jogar videogame?

Dulce sorri e ele se levanta da cama, despedindo-se com mais beijos na boca, na testa, nas mãos...

Retirou-se, deixando naquele quarto uma Dulce um pouco mais forte e, sem dúvidas, muito mais apaixonada.

..............

Anahí e Poncho também visitaram Dulce, o que a deixou muito feliz. Conversaram bastante, riram um pouco e ao fim das visitas Dulce estava exausta. Nem deveria ter conversado tanto. Pegou no sono assim que Poncho abandonou o quarto.

Perto dali, Ucker terminara de almoçar e se jogara na cama, morto de sono. Enquanto estava no hospital, o desejo de ver Dulce parecia tê-lo anestesiado, mas agora, em sua casa, sentia como estava exausto. Quase todo o tempo em que esteve no hospital sua cabeça doía. Só melhorou depois que ele viu sua namorada acordada e melhorando. Ligou o ar-condicionado e apagou todas as luzes do cômodo, precisava dormir.

Já era cinco da tarde quando acordou. Tomou um banho bem refrescante, vestiu uma roupa confortável, perfumou-se e foi para o carro. O automóvel ainda estava com o vidro trincado depois de ser acertado por uma das peças do carro de Dulce. O automóvel dela já era, por sinal. Ucker tinha pego a chave da casa de Dulce com Anahí. Dirigiu até sua casa, desceu do carro, destrancou a porta e entrou.

A casa estava escura e um pouco fria. Bem organizada, cada objeto estava em seu devido lugar. Parece que Alexandre tinha limpado a bagunça que a cesta de café-da-manhã que Ucker derrubou deixara. Ucker entrou no quarto de Dulce e logo de cara sentiu seu perfume. Estava por toda parte. Ele adorava aquele cheirinho. Era particular, só Dulce tinha, ninguém mais no mundo inteiro exalava o mesmo perfume.

Ele entrou no cômodo bem devagar, analisando cada canto e já sentindo saudades de Dulce. Não gostava de ver aquela casa tão vazia. Fazia falta ouvir as gargalhadas dela ecoando naqueles cômodos, fazia falta ver a cama desfeita e uma bagunça aqui ou ali evidenciando que alguém com vida estava naquela casa. Suspirou. Andou até a cama e pegou o pequeno Peter Pan. Olhou para ele lembrando-se do dia em que o deu à Dulce. Haviam tido uma tarde maravilhosa naquele dia. Ela ficaria tão feliz quando ele chegasse ao hospital com seu bonequinho!

Ucker já ia sair do quarto, quando um mural de fotos na parede chamou sua atenção. Havia fotos de Anahí, de seus pais, de alguns lugares que Dulce havia visitado, de Poncho, de outras amigas que Ucker não conhecia. Deviam ser amigas de anos atrás, porque Dulce parecia mais nova nas fotos e ela nunca tinha mencionado essas amigas a ele. Na verdade, parecia ser um pouco solitária, provavelmente pelo excesso de trabalho. Só nesse momento Ucker percebeu que não havia foto dele, até porque eles nunca haviam tirado uma foto juntos, nem mesmo quando estavam na praia. Já pensou se ele a tivesse perdido naquele acidente? Ucker sequer teria uma foto dos dois juntos pra guardar. Também não tinha fotos dela. Que vergonha! Por isso mesmo resolveu se apoderar de uma das fotos em que Dulce aparecia sozinha. Na foto escolhida Dulce só aparecia dos ombros para cima, com um leve sorriso nos lábios, cabelos ao vento e olhos brilhantes.

𝗠𝔼𝗨 𝔻𝗘𝕊𝕋𝗜ℕ𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora