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Amor, você sabe que não pode ficar o tempo todo no quarto, não é? — disse Snape, sentado na beira da cama.
— Eu sei, mas prefiro ficar aqui. Fiquei sabendo que o Harry deu o nome dele para o filho, Alvo Severo Potter — respondi, dando uma pequena risada no final.
— Meu nome combinado com o sobrenome Potter? Que curioso. Mas fico feliz pela tentativa de homenagem — disse Severus, enquanto lia um livro pequeno.
— Sabe, poderíamos sair para fazer alguma coisa qualquer dia desses. Faz tempo que não vamos passear — sugerei, vendo-o fechar o livro.
— Ah, baby, você sabe que eu já morri, não é? Sou só a sua imaginação — ele se aproximou de mim.
— Eu sei, mas pelo menos continuo te vendo e te ouvindo. Isso já é suficiente para mim — respondi, enquanto Snape passava suas mãos nas minhas bochechas, acariciando-as.
Tok tok.
— Ah, oi Katherine. Precisa de algo? — perguntei, dando espaço para ela entrar.
— Professora, quando a senhora vai voltar a dar aulas? A professora Vithoria não é a melhor em Artes das Trevas, ela sempre se atrapalha. Por mais que ela seja incrível, sentimos muito a sua falta.
— Logo, logo, meu anjo. Só isso? — perguntei, vendo-a balançar a cabeça negativamente.
— A senhora vê ele? — perguntou Kat, olhando para as minhas coisas. — Quando meu pai morreu, eu o via. Podia tocá-lo e ouvi-lo. Você vê o tio Snape?
— Sabe, Kat, quando seu pai morreu, eu o vi apenas uma vez. Ele me pediu que eu cuidasse de você. Foi a única vez que o vi. E sim, eu vejo o Snape — respondi, vendo seus olhos se encherem de lágrimas.
— Eles se foram. Nunca vou esquecer o que você e o tio Snape fizeram por mim. Vocês me salvaram. Sinto muito pela morte dele, tia — disse Kat, me abraçando.
— Eu também sinto, meu amor. Mas agora vamos, seu tio não iria gostar de te ver faltar à aula de Poções. Prometo que logo estarei de volta — falei, vendo-a se aproximar da porta.
— Pode falar para ele que sentimos falta dele? — perguntei, acenando com a cabeça. — Tchau, tia.
— Ah, ela puxou o pai dela — disse Snape, sentado na poltrona.
— Ela é uma garotinha e tanto. Acho que está na hora de eu voltar a dar aulas — disse, vendo-o abrir um leve sorriso.
— Você é forte, S/n. A pessoa mais forte que eu conheço. Sempre estarei aqui para te proteger — disse ele, com um tom de admiração.
— Eu gostaria de ter mais tempo para sermos verdadeiramente felizes. Eu sei que você não vai me abandonar. Eu te amo tanto.
— Você sabe que eu também te amo, sempre e para sempre.
— Sempre e para sempre — repetimos juntos, enquanto ele desaparecia. Dessa vez, para toda a minha jornada. Sei que ele estará me esperando quando o fim chegar, e sem querer ser chata, espero sinceramente que isso não demore.
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