CAPÍTULO 01

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PARTE 1 - A Princesa e o CavaleiroCAPÍTULO 01

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PARTE 1 - A Princesa e o Cavaleiro
CAPÍTULO 01

Pelas largas ruas da capital, uma velha carruagem sem janelas era puxada por dois cavalos, sem muita pressa, em direção ao palácio. Lá dentro, alheia ao que havia em seu entorno, encontrava-se uma jovem ansiosa pelo que a aguardaria durante as próximas horas. Uma senhora estava sentada ao seu lado, em silêncio, respeitando o momento de nervosismo da mais nova.

O ancião que estava à frente do coche havia recebido ordens estritas para entrar na majestosa construção pela entrada lateral, onde não haveria nenhuma movimentação. Quando os cavalos pararam no grande pátio, o condutor deixou as rédeas de lado e se apressou em ajudar a moça, que se escondia sob um pesado casaco com capuz, a descer do transporte.

Amber Eisenwald detinha o título de princesa, afinal, era filha do atual rei de Ilíria. Entretanto, não atuava como tal, pois seu pai a manteve exilada em um antigo solar¹. Foi naquela residência grande e deteriorada onde Amber cresceu, proibida de ultrapassar os limites da propriedade e vivendo à sombra de uma mentira.

Teve permissão para sair do solar pouquíssimas vezes em toda sua vida, apenas para ir ao palácio em ocasiões muito específicas, e sempre utilizava uma carruagem sem janelas, para que não fosse vista ou reconhecida por alguém. O rei tinha medo de que sua popularidade caísse caso descobrissem que a princesa não residia mais ali.

Amber jamais recebeu a visita do progenitor, e poucas foram as vezes em que esteve em sua presença. Contudo, para a surpresa e estranhamento da jovem, após 18 anos de negligência, naquela tarde, o homem que nunca a reconheceu como filha requisitou sua presença. Por não esperar um convite daquele tipo, em especial vindo da autoridade máxima do reino, Amber estava curiosa para saber qual o motivo de ter sido convocada tão de repente.

Sem muita escolha, visto que não seria possível rejeitar aquele convite, tentou preparar-se da melhor forma possível para a ocasião. Porém, conseguir estar apresentável não foi tarefa fácil, pois o melhor vestido que tinha à disposição já não lhe servia bem na cintura e deixava à mostra os seus sapatos gastos.

Para compensar o uso do vestido inadequado — e na tentativa de passar uma boa impressão ao ver o pai após tanto tempo —, fez um penteado bastante elaborado com o auxílio de Justine, sua babá.

A tensão estampava o rosto de Amber enquanto caminhava pelos largos corredores do prédio principal, onde se encontrava o escritório do rei. Os pilares suntuosos e a decoração refinada reluziam no piso polido no decorrer da caminhada, fazendo-a se sentir incompatível com o ambiente da realeza, no qual as belas aparências escondiam a feia e tortuosa realidade.

Justine seguia poucos passos atrás de Amber. A velha senhora sustentava uma expressão sombria em sua face devido a um pressentimento ruim quanto àquela reunião. Ela conhecia bem o temperamento do monarca, por isso presumia que uma convocação tão sem precedentes só aconteceria mediante um motivo relevante, e podia afirmar que era algo que beneficiaria ao próprio rei e ninguém mais.

O Desabrochar da FlorOnde histórias criam vida. Descubra agora